Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quinta-feira, dezembro 28, 2006

fazendo mala - continuacao

Estes dias em Portugal foram passados com sol e céu azul todos os dias. O Bola diz que polvo sabe a frango e comeu tudo sem se engasgar ou tossir ou fugir desesperado para a casa-de-banho para um ataque digno de uma bulímica de 16 anos. Continua a torcer o nariz aos doces de ovos, pois diz que só sabe a acucar e a mais nada.
Amanha ja estou de regresso, com passagem relampago por Munique, a caminho de Moscovo. Comprei collants de la e um casaco que certamente nao me vai proteger o suficiente do frio. Mae, prometo nao andar sozinha nem me perder de ninguem, se me levarem para a prostituicao, espero que o raptor um dia esteja a lavar o carro no quintal para fugir - oito anos depois. hmmm... nao se brinca com a desgraca alheia, eu sei.

Ja tenho na minha mala o pacote do emigrante: sumol, pudim mandarim e boca doce, ferro para queimar acucar do leite-creme, forma de pudim com tampa, maizena, um queijo casteloes, um queijo limiano, um pacote de manteiga com sal e so nao levo pao porque sei que secava. Estes dias nunca dao pra nada. So mesmo pra lanchar, ver o mar, ver a familia mas sem conversas muito profundas, tipo sobre as minhas maleitas desta quadra, tipo flatulencia e azia.

Antes, a tristeza de partir era colmatada com as saudades do Bola, agora que venho com ele nao me apetece partir mas sim esconder-me debaixo da cama. Chuif.

terça-feira, dezembro 19, 2006

blog de férias

Daqui a uma hora ja me estou a __gar para isto tudo e toca a ir de férias. Preparei aqui um rascunho acerca do uso das preposicoes que me vai certamente elevar (?) à categoria da prof. mais ranhosa aqui do burgo. Mas como ainda nao temos bem dada a 'estrutura da frase', acho que é aí que vamos parar hoje. Os alemaes nao concebem que as outras gramáticas que nao a sua, tenham uma estrutura sintáctica tao simples quanto sujeito - predicato - complemento. Quando eu achava que lhe estava a facilitar a vida, a explicar o quao simples é construir frases em ingles foi quando a confusao se criou nas suas cabecas pouco pensantes.
Mas o meu truque de hoje é simples, é chegar lá com quatro folhas de trabalhos de casa para estas duas semanas de férias e deixá-los em estado de choque. Com o queixo tremer, a pedirem por favor para eu nao lhes dar tanto. Aí, se eles reclamarem muito, saco da minha régua de metro e meio e de madeira, e ameaco com técnicas da escola salazariana. O que estraga este meu pensamento é o facto de nao me conseguir imaginar a dar palmadas em alunos de cinquenta e poucos anos. Eu bem sei que o curso ja acaba em Janeiro... mas... enfim!


Malta, o blog vai duas semaninhas de férias. É natural que durante os dias de festa, eu aqui venha contar assim pequenas coisas, tipo o Bola a gregoriar-se a comer bacalhau e a minha Avó a perguntar-me porque é que eu casei com um homem que nao fala portugues, etc. (ela ainda nao perguntou, mas continuo à espera)
Vao passando por cá, pois terei todo o gosto em vos contar as minhas peripécias por Portugal e por terras do Kremlin.
Um Feliz-Natal a todos vós e para quem anda a stressar por ainda nao ter as prendas todas, aqui fica uma ideia daquelas brilhantes: corram tudo a Lactacyd* e meias. Sao prendas que ficam sempre bem.
Chinqui.

* marca registada.

f...f.....fff...f.f...ff...férias!

Estou prestes a partir, camaradas. Tenho a mala aberta no fundo da cama e ainda vazia. Sei que quando comecar a colocar la coisas dentro que me vou deprimir, pois o peso a que tenho direito nunca é suficiente. O que sao 20 kilos quando eu peso......hmmm.... cof cof, o dobro? É o constante desafiar das leis da Física. Estou preparada para armar uma cena no balcao da Tap e reclamar que quando se tem um marido tao magro, devia-se ter automaticamente direito aos quilos que ele nao tem no corpo.
A quantidade de chocolates que levo é suficiente para arrumar com um diabético, tipo matá-lo. Depois ainda ha os biscoitinhos de Natal, os famosos Plätzchen. E voces perguntam, Minhoca, o que sao Plätzchen? Plätzchen sao os biscoitos de Natal, que se fazem nesta altura. Quando comeca o advento, nao há nada mais romantico do que ir a um daqueles cafés para a terceira idade, como o Bola lhes chama, beber um chá e comer Plätzchen. Mas há que ser selectivo, pois nem todos sao bons. Teem de ser feitos com amor. Pequenos como sao, o detalhe tem de ser respeitado. Respeitada tem de ser tambem a dose de manteiga, a grande responsável pela nota suave no paladar. Falar de doces às nove da manha nao me apraz assim tanto. Passemos ao que realmente interessa. As férias. Há lá coisa mais bonita do que ligar o meu computador e o meu outlook piscar logo hoje as 17h férias.
Tenho uma lista de coisas para fazer, para a qual olhei ontem à noite e a única reaccao que tive foi fechar os olhos, de tao cansada que estava. Hoje ainda tenho aula de ingles às cinco e vou dar as preposicoes, o que nao deixa de ser hilariante, pois eu nao percebo completamente as preposioces nem em ingles nem alemao. Em ingles, acerto devido à prática e tenho uma explicacao, mas reconheco ser fraca. Em alemao, confundo an com auf. Portanto, anseio pelo momento em que depois de eu lhes vomitar a teoria toda, um anjinho me dá um exemplo em que a minha regra nao confirma. E aí comeco a espumar pela boca, dou estalos na minha própria cara, puxo o cabelo, como outros tantos e saio porta fora aos gritos, a dizer que estou de férias e que nao tenho nervos para isto.
Vou olhar de novo para a minha lista de coisas para fazer, calmamente e comecar pelo primeiro ponto, o mais fácil: imprimir confirmacao do hotel.

domingo, dezembro 17, 2006

Quando a boca trai os olhos

Desde há umas semanas para cá que descobri o prazer de ir ao mercado ao sábado de manha. Em plena baixa (?) da cidade (ci .. que?), que é onde eu moro, basta andar uns 100 metros depois da porta da rua, que me dou com os stands de fruta todos alinhados. Agora, com o mercado de Natal à mistura, tem ainda mais encanto e lá vou eu pela rua fora com um braco a agarrar a cesta e com outro a agarrar o Bola. Nao vá ele desatar a agarrar nas mangas todas que encontra pela frente. Este sábado, o meu controlo nao funcionou grande coisa porque mesmo assim, ele comprou umas tres ou quatro, constantando depois que afinal nem eram grande coisa. Nao estavam podres nem passadas, mas a qualidade nao era a do costume. Isto foi o suficiente para ele ficar tristonho, pois tirem-lhe tudo nesta vida mas nao as mangas!! Eu, como Minhoca que sou e conhecedora de fruta (algumas de nós esburacam mesmo a fruta) sugeri que fizéssemos um puré com a polpa e comessemos aquilo misturado em iogurte natural. Foi quase digna de lágrimas a alegria irradiante que contagiou o Bola.
Eu, pelo contrário nao consegui comer aquilo. A consistencia e a cor eram iguaizinhas a ovos moles. E eu, que já ando desesperada por uma boa lampreia de ovos ou quaquer coisa na mesma linha, nao consegui coordenar o sabor de manga com a textura e cor viva dos ovos moles. Nao gostei. Os meus sentidos foram deturpados! E desde sábado que ando a salivar por papos de anjo, fios de ovos, etc... Daqui a dois dias, já estou a lanchar numa pastelaria da baixa do Porto. E só saio de lá depois de me ter ido gregoriar à casa de banho. Com baba a escorrer pelo pescoco. Na pastelaria Mendos.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

a fome é grande

Na qualidade de alarve venho pelo presente, MAE, deixar aqui registadas as coisas que preciso de comer, independentemente de nao passar sem o Ulcermin pelo resto dos meus dias:
- arroz doce
- polvo frito
- sonhos
- Molotov
- pastéis de bacalhau
- caldo-verde
- Chris Martin dos coldplay (uma trinca)
- iogurtes de aroma (nao batidos!)
- paté de sardinha
- sericaia
- pudim-flan
- canja
- laranjas do Algarve

É pedir muito? Nao necessariamente por esta ordem mas de preferencia no mesmo dia. Adoro ler na casa-de-banho.

és tao mas tao crocante mas tao crocante mas tao crocante

Ora bem, entao eu sugiro o seguinte: como a Rita até já esta (bem) grávida, eu posso substituí-la na boa. Sem cobrar por isso. Tenho o chamado à vontade no palco, uma voz ma ra vi lho sa e gosto do naco que a acompanha. Aquela voz rouca, aquele cabelo à escovinha. Estamos entendidos, nao é? Óptimo. Adoro sotaque irlandes.

Aqui uma outra versao sem a Rita, mas com a Kate Rusby, uma grande voz. (a dela)

fazer a mala

Daqui a uma semana estou de viagem. Agora ando a viver o stress denominado deixar-tudo-em-ordem-e-nao-me-esquecer-de-nada. Depois temos outro grande dilema: a minha incapacidade de fazer a mala. Ultimamente, ando neste estado de extase comigo mesma em que admito placidamente as coisas nas quais sei que falho. Arrotar por exemplo, nao sei arrotar alto e adorava saber. Adorava estar a falar com alguem e de repente, bóoohhh, epá, desculpa lá estes arrotos, nao consigo controlar isto - diria eu, se conseguisse. Também falho em arranjar as unhas, nao sei, pronto. Andam sempre pirosas. E quando as tenho minimamente decentes, acontece algo drástico. Ou roo uma, ou parto, como dois dias antes do meu casamento. (numa torneira duma casa de banho dum shopping, meu Deus)
Outra coisa, nao consigo tocar com a língua na ponta do nariz. Gostava tanto.
Bom, mas eu nao sei fazer a mala e essa a grande questao que inquieta a Humanidade hoje. Atiro para lá coisas que nao visto e que nao combinam com mais nada do que pus na mala. Como se faz a mala? Podem-se la por coisas de comer? Explosivos? Para duas semanas, quantas camisolas? E cuecas, uma para cada dia ou da pra usar as mesmas por exemplo, tres dias? (seguidos)
Ensinem-me a fazer a mala.

Adenda ao post anterior: ja me esquecia. Mesmo antes de eu me despedir do instructor, diz-me ele Eu tenho uma cunhada que mora em Portugal. Na Galiza. Sorri, claro. Nao bato em velhinhos.
Ele é velhinho. Sao muitos anos de mapa.

é um aviao? é um pássaro? NAO!! Minhoca ao volante!!

Ai que fresca que me sinto. Acordei às sete, depois de ter dormido mal, sempre com sonhos disparatados, nos quais o instructor de conducao me dizia para carregar em algo no carro que eu nao conhecia. E antes que pensem que eu ando a fantasiar com o meu instructor, nada disso... o senhor tem perfil de Avozinho, querido, com sentido de humor e uma paciencia ingesgotável. Às oito, la fui eu ter a minha primeira aula de conducao. Já nao pegava num carro ha dois anos. Mais coisa menos coisa... claro que nao foi preciso andar aos solavancos, pois quando se aprende a conduzir já nao se esquece. Eu que queria passar a imagem de emigrante sobredotada, nao consegui porque ele perguntou-me logo onde é que eu tinha andado a conduzir. E eu lá expliquei, sabe o meu Pai sempre gostou mais de mim do que dos meus irmaos, portanto pos-me o carro dele, que ele trata com tanto carinho nas maos, ainda sem eu ter a carta. E aí ele disse que nao se admirava pois ele próprio nao se importava de me emprestar o Porsche dele, bom... nao foi bem assim que ele disse, mas foi parecido. Juro.
A parte mais bonita foi ele a explicar-me o que é a embraiagem e a fazer cenas com as maos a encantar-me com os termos técnicos todos e eu a controlar o riso e a dizer que sim, que claro que percebia. Foi lindo. Tao lindo que enfiei com o carro quase pra dentro da berma umas quantas vezes.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

um pedaco de mau caminho chamado Richard

Porque ela tem imensa piada e porque eu a compreendo tao bem. Tambem eu sonho com ele. Especialmente quando ele rasga aquela boca bem delineada e faz um daqueles sorrisos puxados pró lado. Ricardo... se fosses meu gajo chamava-te Richard, soa tao mas taooo machoooo...

chatos, pá

Eu sempre achei que a importancia das notícias nos telejornais portugueses tinha uma ordem de gravidade e relevancia estranha. Na rádio, o problema parece ser o mesmo.
Mas será que alguem se interessa pelos portugueses que estao a fazer testes de despistagem de contaminacao por polónio 210???? É essa a grande notícia de hoje??

Eu tambem estive em Londres nessa altura e sofro de hipocondríase crónica, mas por amor de Deus... haja bom-senso! Esta ideia permanente do grande umbigo dos portugueses... sempre que um portugues grita num canto qualquer do mundo é notícia no telejornal. E de mim, ninguem fala, nao é?

sao nabos, senhor

Estes últimos dias teem sido pautados pelo reformular do meu currículo, velhinho, tadinho, abandonado e amarelo nas pontas. Senti-me iluminada e pensei Minhoca, nao há nada mais deprimente do que trabalhares com o Bola na mesma empresa depois de ele ter entrado mais tarde do que tu e ir subindo enquanto tu olhas pra ele cá de baixo. Além disso, há trabalhos mais interessantes à tua espera, tais como os casinos da República checa. Vai daí, comeco à caca de anúncios na internet como uma maluca e desde domingo que ninguem me pára.
Acontece-me frequentemente, ando em estado de transe meses seguidos, depois acordo com vontade de por toda a minha energia em algo que me deixe num estado de euforia temporário. Fugas da rotina, é o nome que se costuma dar no consultório do psicólogo. Pode ser que me passe depressa, pode ser que nao.
Estes estados de euforias sucedem-se depois uns atrás dos outros, sempre encadeados nesta quadra tao bonita que é o Natal. No sábado, fui ao mercado com o Bola de manha, como fazemos agora desde que descobrimos que nao adianta comprar tudo empacotado no supermercado em quantidades ultrajantes para duas pessoas, aliado ao facto de que fruta e legumes nao sabem a nada. Logo na primeira banca onde parámos, os meus olhos encontram finalmente NABOS (desta vez, nao eram pessoas), depois de tantos meses de busca intensa. Afinal, há nabos por cá. Fiquei com os olhos gelatinosos de alegria e quando apontei para os ditos nabos qual crianca de cinco anos que pede uma laranja no mercado, e pedi ao vendedor para me dar logo dois, nem me causou espécie a pergunta se eu sou francesa. Ou holandesa. Ou espanhola. Ou russa. Ou... afinal a menina vem de onde? Do Cazaquistao, pois claro, está na moda e tudo.
Sopa sem nabo nao é a mesma coisa.
No sábado, o Bola quis cozinhar para os colegas. Foi engracado, parte da decoracao de Natal consistia nuns anjinhos brilhantes pequenos que eu espalhei pela mesa. Infelizmente, com uns copos de Schnapps em cima, a malta entusiasmou-se e divertiu-se a espalhar anjos por todo o lado. Nao me admirava nada se alguns tivessem sido ingeridos pelo meio da brincadeira. E desde domigo que encontro anjos brilhantes nos sítios mais estranhos, casa de banho, chinelos, pijama, vasos das plantas... enfim.
E daqui a uma semana tou a fechar a mala. Se a Tap me perde a mala, vou ficar mesmo chateada. Lindo, fazer escala em Lisboa.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Butes Season

Malta, que o dia 11 de Dezembro fique registado aqui neste meu diário de papel escarafunchado como o dia em que nevou pela primeira vez aqui pras terras de Hitler… quer dizer, das salsichas. Quando saí da escola de conducao nem queria acreditar que finalmente a infame tinha chegado. E ir de bicicleta pra casa com a neve a entrar-me pelos olhos adentro e a desestabilizar a paz das minhas lentes de contacto nao teve muita piada. Acho que agora chegou a altura de deixar a minha bicicleta meter ferias. Antes que eu parta os dentes. Andar de bicicleta pela neve for a nao tem piada nenhuma, eu ate tenho medo pois no ano passado andei feita suicida, convencida que os outros nao eram mais do que eu e se eles andavam eu tambem podia. Nem que pra isso tivesse que andar de canadianas e engessada o Inverno todo.
Portanto, amigos, a Butes Season comeca hoje! Yuuupiiiii!! Até eu passar no exame de conducao, claro!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

aqui me confesso

Hoje vou falar-vos do meu problema. Muita gente se queixa diariamente de coisas que ao fim e ao cabo nao teem importancia nem gravidade nenhuma. Choramingam de barriga cheia. Ora, o meu problema de hoje é grave. Merece toda a vossa atencao. Portanto, por favor, parem com o que estao a fazer em paralelo imediatamente e nao adianta mentir, toda a gente le blogs enquanto faz tudo e mais alguma coisa: enquanto se depilam, enquanto se assoam ou enfiam o dedo indicador nas fossas nasais, enquanto esticam o cabelo ou raspam cenouras. Estamos entre amigos, podemos ser sinceros, nao é verdade?
Ora bem, o meu problema grave de hoje é ........................................... (cessar tambores)
a minha incapacidade de conseguir ouvir calmamente alguém falar e, PIOR AINDA, fazer perguntas e nao prestar atencao às respostas. Aconteceu uma, duas, tres vezes e por aí fora. E eu, como até me acho perspicaz, depois de isto acontecer 297 vezes, parei pra pensar Alto lá que eu devo ter um problema, isto nao é normal. Ou seja, a mesma frase que eu já havia dito pela primeira vez em 1996 quando fui largada pelo meu namorado da altura.
Comecou com aquela vez em que perguntei ao gajo da amante portuguesa se ele tinha gostado de estar em Mocambique e quando ele se preparava para responder à minha pergunta, naquele pestanejar que os gajos fazem quando vao dizer algo muito inteligente, reparou que eu já lá nao estava. Depois, várias vezes aqui no trabalho se teem queixado de que eu sou autista. Faco as perguntas e viro costas. Quem observa isto, fica perturbado. Eu própria que sou mestre em auto-análise, nao consigo encontrar resposta para isto. Mesmo quando alguém me conta qualquer coisa, eu estou sempre a introduzir novas perguntas ou comentários que distraem o meu interlocutor, mas nao sei com que objectivo. Quando oico alguém a falar ininterruptamente por mais de 5 minutos, é porque me estou a controlar desgracadamente e nao a ouvir de forma espontanea. O interior da minha boca fica descontrolado, a minha língua luta com os dentes, os lábios fazem pressao para a boca nao ceder e abrir e há testemunhas que dizem ter-me visto a espumar e com as órbitas dos olhos trocados. Ora bem, no sofá lá de casa na companhia do Bola até disfarca, mas acontecer-me isto em público?
Agora queixem-se do tempo, da chuva que é tanta ou do consumismo do Natal. Que porcaria de problemas sao esses, ha???

hard candy

Se quiserem ver um filme que vos perturbe, que vos arrepele e vos deixe em transe durante uma boa parte do filme, entao vao ver este. Aluguem o DVD, pronto, como eu fiz. E durmam mal de noite.
É um filme sobre a Pedofilia. Parado, com diálogos que fazem pensar. Um thriller onde a personagem principal é uma miúda de 14 anos - pelo menos, no filme. Para os homens mais sensíveis, nao recomendo. O Bola nao quis ver mais. É o drama das castracao. Hoje quando lhe contei ao pormenor as partes mais fortes, ele mandou-me um berro e disse que nao queria ouvir. E mais nao conto. Vao ver. Num dia em que estejam predispostos a ver um filme que de leve nao tem nada. eu confesso que raramente estou com o meu astral pra aí virado. Mas ontem apetecia-me algo diferente, alternativo às banais comedias romantica.s Fui entao, parar ao outro extremo. Vejam numa noite em que se possam dar ao luxo de nao pregar olho.
Hoje quando acordei nao sabia mais se nao tinha sido um sonho mau. Depois vi a capa do DVD.
Resumo aqui.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

carols

Alguém que me diga quem é que deixa o Jon Bon Jovi gravar musicas de Natal*, por favor!!! Que horror, a Mariah Carey pronto, ninguem a pode impedir porque ela quando casa com um produtor da Sony, já se adivinha que ela quer, pode e manda!
A Diana Krall pronto, nao tá mal. Aquela pose de lady sedutora e voz máscula cai sempe bem. As Destiny's Child, deixem-me ir ali vomitar o crepe do almoco e volto ja.

Decididamente o Driving Home for Christmas é a minha musica de Natal preferida, a par com o Last Christmas dos Wham. E decididamente os meus colegas nao sabem apreciar a minha veia musical, pois contemplam-me com uma cara pouco amigável quando eu canto o que está a passar na rádio. Já a Vanda Miranda é uma gaja porreira e voltou a ler outro dos meus mails hoje na Comercial. Beijinho, Vanda! :)

* qualquer dia temos o Joao Pedro Pais a gravar o seu disco da quadra natalícia!

quero uma loja de fruta só pra mim

Há uma loja de fruta aqui na terra que pertence a dois irmaos turcos, da qual eu e o Bola somos clientes habituais. A fruta é boa, sabe a fruta, coisa difícil de encontrar nos supermercados de cá. A tendencia é importar-se muito de Espanha e Holanda, e normalmente é fruta que nao tem sabor. E eu percebo de fruta. ah nao...
A chatice é quando vamos à loja tres, quatro, dez vezes, sem encontrar as mangas com que o Bola sonha. E o Bola, fetichista de mangas como ele só, só compra e só fantasia com mangas vermelho-amarelas, quando ve as verdes, nem as cheiras. E quando o instinto do toque e do cheiro nao existe, as mangas nao valem nada pro Bola.

Por isso é que em dias como hoje é alegria pura. Quando entrámos na loja, o Abdul disse Olha aí as tuas mangas - apontando para uma caixa de vinte e o Bola automaticamente levitou em direccao à caixa agarrando logo duas, uma em cada mao. Aí o abdul entrou novamente m panico, pois se há coisa que ele nao suporta é o que o Bola apalpe as suas mangas. Cheirar ainda vá que nao vá, mas apertar assim as mangas do homem, acabadas de chegar, tá mal. Comprámos duas para comer já e guardámos seis num cestinho de palha que ficou la na loja, e nao me perguntem o preco da unidade porque eu nao digo. É escandaloso para os mais sensíveis. E eu percebo de fruta.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Ode à ssete (ca)

Hoje dei comigo a pensar no tempo das cassetes. Nao me lembro da ultima vez que ouvi uma cassete. E foi aí que veio o susto que tomou conta de mim, pelo que decidi vir aqui partilhar com voces. Meu Deus! Mataram a cassete, sem a gente ter dado por isso. A cassete morreu. Nunca mais as vi nas lojas. E agora dou comigo com a lágrima a pedir pra sair quando penso em todos os momentos do passado. Aqueles Veroes em que cada um se metia no carro com as suas. De todas as vezes que a fita se enrolava no deck e eu tinha de a desenrolar com uma caneta. E quando era necessário, sacrificar parte da fita e depois colar os extremos, secar e passado uns minutos já estava a curtir outra vez. Ohh… a cassette era uma gaja fixe, maneirinha. Claro que tambem havia momentos maus, quando a fita comecava a enrolar e o som da Kylie de repente mais parecia do Kilyão quando a voz ficava tipo monsturosa. A cassete nao devia ter sido abatida assim. Um objecto de culto! E prático quando nos chateávamos com alguem e puxávamos a fita da cassete preferida só pra mostrar o quao valentes e más somos! E quando embrulhamos o carro do vizinho em fita de cassete só pra lhe mostrar o quanto gostamos dele... o que mostra que fita de cassete deve ser também o que temos no cérebro. Mas nao interessa!

Cassete, descansa em paz. Um beijo ao Vinyl. Muaaah.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

eu gostava de ser florista

Sexta-feira foi um daqueles fins de tarde de sonho. Depois de ter gasto uns euros em pequenas coisas que mimam o ego, cheguei a casa com chaves, luvas, carteira e sacos numa mao e na outra os meus canelonni de espinafres e queijo ricotta. Sentei-me em frente à televisao aproveitando o facto de nao ter quem me dissesse com uma voz de censura comer em frente à televisao, outra vez? , pus o dvd do sexo e a cidade dentro de leitor de dvd, mas companheiros,… nem tive muito tempo para carregar no play, pois após embalar o jantar, adormeci no sofá de mantinha, provavelmente com restos de espinafres nos beiCos, pois nem sempre os limpo. Depende da manga em questao, nao pode ser branca.
Sábado fui ter com o Bola e com a Mae à terra do avo. Foi giro, comprei uma árvore de Natal mais pequena numa loja de flores. Aliás, se o tempo voltasse para trás, era essa a minha ocupacao, ter a minha loja de flores e trabalhar lá. Há la profissao mais romantica… Adiante, árvore de Natal requer a presenca da planta de Natal, sao tao bonitas! Nao duram muito, mas tambem quem é que quer ter a planta de Natal para os outros meses do ano? Na presenca da Mae, o tirano do Bola nao diz impropérios na mesma linha deste pra que precisamos de uma árvore de Natal se vamos passá-lo fora? Que tristeza de homem… há uns dias, estávamos no sofa a jogar ao Jogo dos Cabelos. O jogo dos Cabelos é fantástico. Eu digo Bola deixa-me ser loira! E pronto, ele solta os seus cabelos sedosos e poe por cima da minha cabeca, e eu sinto-me loira (montes de esperta) e feliz por uns instantes. Bom, estávamos a jogar a esse jogo e eu dizia-lhe Bola, quando eu era pequena, nem imaginas a excitacao, esperávamos ansiosamente pelo início de Dezembro, quando os meus pais tiravam do armário do corredor as decoracoes da arvore de Natal, o presépio, etc. Na nossa infancia, o meu Pai comprava uma árvore de Natal das verdadeiras, mas com o passar dos anos e sempre a chamarem-no de assassino do ambiente e tal, passámos a ter uma artificial. Depois de decorar a árvore, punhamos as fantasias lá penduradas e iamos comendo uma por dia (quem diz uma, diz todas). Percebes, Bola, porque é que eu quero tanto ter árvore de Natal?

A resposta foi digna de tirar o chapéu, Sim, é um trauma de infancia. Entao, se os teus pais montam sempre a árvore, entao podes matar as saudades e quando lá chegarmos abracas a árvore deles.

Um secas de gajo.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

sogra rocks

Ora bem, o teste da sogra penso que passei com boa nota. O que é facto é que eu nao tenho razao de queixa nenhuma da minha sogra, ela é um doce, especialmente quando me traz prendas! , nao correspondendo em nada ao conceito clássico de sogra que todos conhecemos. É de tratamento fácil. Se a casa nao estivesse limpa, aliás tao limpa que passava no teste do algodao (e como sabemos, o algodao so engana quando nas mamas das mentirosas que lá o poem) sei que nao era por isso que ela punha uma fotografia minha na porta do quarto dela para me atirar setas para o nariz. Eu é que queria que a casa nao estivesse com o aspecto com que costuma estar durante uma semana normal, os montes da roupa de engomar foram estrategicamente colocados em sítios escondidos, as cabelos todos removidos ao pormenor das divisoes todas. A casa de banho higienicamente limpa, o que por acaso é algo que costuma estar sempre mais ou menos ou nao fosse ser a casa-de-banho minha responsabilidade e o unico local da casa que eu limpo dia sim, dia nao. Além disso, pus as prendas que ela nos deu no passado em locais onde se vissem bem, aliás, nao sao coisas que eu tenha escondidas pois ela tem bom-gosto.
Fiz o jantar (de avental) , fiz-lhe a cama enquanto ela foi dar o passeio da digestao com o Bola e fui chamando o filho de querido e tesouro noite fora, para ela ver o quanto eu o estimo e que isso de lhe torrar a paciencia sao rumores de quem nao é feliz como nós.
Como filho ideal que só ele, tirou o dia para ir passear com a Mae, o que faz com que eu fique a penar em casa sozinha e triste. Quer dizer, mais ou menos, só vou comer porcarias e vou ver os ultimos dvds do Sexo e a cidade, de manta e chazinho de ervas. Já que eu nao sou como muitas de vós, que teem amigas a quem chamar de Charlotte, Miranda e Samantha, deixem-me pelo menos ver os dvds em ingles. E já agora, porque é que todas querem ser a Carrie? Quem nao conhecer/tiver um grupo de amigas que achem que sao Sex and the city wannabes que se acuse. Elas andam por todo o lado.