Hoje foi mais um daqueles sábados mundanos, em que fiquei quase uma hora enfiada numa drogaria maravilhosa, daquelas onde se entra e se pode experimentar TUDO. Quem conhece a Boots inglesa, ja faz uma ideia. Saí de lá a emanar várias fragrancias, com as unhas tipo m&ms ou seja, uma pintada de cada cor e nas macazinhas do rosto, tinha vários tons rosados de blush. Porque o que vale uma gaja sem um pesseguinho, hmm?Bom, depois fui experimentar uns trapos, porque sinto que já há coisas muito juvenis no meu armário de que nao gosto tanto. O meu gosto está a mudar aos poucos, o que até é normal. Por isso, hoje comprei umas jardineiras e uma t-shirt tigreza. Nada disso. Estava eu numa loja, dentro daqueles provadores minúsculos, onde nem os bracos podemos esticar e onde há sempre uma luz branca, mega reveladora que nos mostra o nosso corpo como nao o queriamos ver e como SABEMOS BEM QUE ELE NAO É. Devem usar os mesmos espelhos da CASA DOS ESPELHOS das feiras de atraccoes. Estava eu com as calcas na mao quando oico a bimbalhona do provador ao lado:
-Ó Markus, anda lá aqui ver se gostas.
- Espera lá que tou aqui a mandar umas mensagens.
- Tás, tás.. tás é a ver a outras gajas aí do lado a despirem-se.
Bom, as outras gajas do lado acontece que era só eu, pois nao havia mais ninguem a experimentar roupa. E como o palhacoera de facto bastante alto, eu estava a experimentar a minha roupa e conseguia ver a cabeca dele por cima da porta.
Saí com o que já teinha experimentado e dirigi-me à loja seguinte, onde fui comprar roupa interior, afinal diz que ainda estou em fase de crescimento. Lá estava eu no provador, quando pela réstia da cortina, vejo o reflexo dum fulano sentado com um monte de soutiens no colo. Pensei que por muito prestáveis que os gajos das outras possam ser, eu nao era maldosa o suciciente para arrastar o Bola comigo para um provador de roupa interior. Mas constatei que se o Bola soubesse metade do vocabulário que este bimbo sabia do mundo da roupa interior, acho que nao nos tínhamos casado.
Este panaca ir buscar aos cabidos soutiens e trazia-os aos montes à sua senhora e ainda lhe dava informacao preciosa como:
- Amorzinho, e assim com aros, gostas? Com almofadinhas? Este também há em azul. Nao gostas? Volto já.
Confesso que isto me deixou perplexa por uns momentos. E nao conseguia sair dali, porque queria ver o que é que o pássaro Avelar iria trazer desta vez:
- Docinho, no teu tamanho nao há. Procurei nos cabides todos. Porque nao ficas com o branquinho? Combina com tudo. Ou achas que posso ir buscar outras copas? (aí pensei em por a minha de fora)
A voz apagada que vinha de dentro do provador lá lhe deu sinal, que sim, que ele podia continuar em busca de soutiens. Como se fossem para ele. E nisto, foi quando eu saí da minha cabine pra ir atrás dele disfarcamente. Nunca vi nada assim. Ele pegava nos soutiens todos, via as etiquetas bem de perto e apertava bem, pra ver se aquele material dava mostras de tratar bem do par de meloas da sua amada. Isto perturbou-me. E fez-me concluir que prefiro um Bola que quando se senta à minha espera só vai perguntando de dois em dois minutos se vou demorar, sem parar de abrir a boca pra bocejar. Antes assim do que uma maria destas.