Uma vez em cada tres meses, sofro dum ataque de hipocondríase. Mais tarde, consigo acordar do meu delírio, mas no momento, caio numa tristeza imensa, com um medo horrível de ficar doente com uma coisa grave e morrer quando ainda nao tive um filho, escrevi um livro ou plantei uma árvore.
A mente controla o corpo, dizem. A minha tem dias em que nao consegue. Caio no ridículo, mas é superior a mim. Depois, no meio de tantos possíveis cenários de horror, drama e desgraca, acabo por arrastar o meu rabo bolorento para o médico, até porque é já do outro lado da rua e dá tanto jeito. Ando desde Fevereiro com umas dores em torno do umbigo, tem dias em que a dor vem mesmo de dentro do umbigo, como se fosse possível o umbigo no seu papel de cicatriz, doer. É uma dor levezinha, na qual quase nem penso, mas sei que há vários meses que a adoptei e parece nao se querer ir embora, como que a lembrar-me que veio para ficar ou tao cedo nao se poe a andar. No meio do meu momento de melodrama e pena de mim mesma, digo ao Bola que nao me sinto bem e ele faz de conta que nao me ouve, como se tornou costume.
- Bola, sabes o que isto pode ser? Psicossomático! Relacionado com a recusa em nao querer abandonar o útero da minha mae. O cordao umbilical é o orgao que me ligava à minha mae e como mo cortaram, se calhar eu reajo agora assim por nao concordar com a separacao, por saber que nao consigo ser feliz para além da vida no líquido amniótico! É isso, é o desejo de regressar ao seio materno. Vou falar com a minha mae, pode ser que ela concorde.
Digo isto com um ar triunfante, com o mesmo ar com que provavelmente Einstein revelou pela primeira vez a teoria da relatividade. Felizmente o Bola nao me poe aquela camisa branca gira, na qual nao consigo mexer os bracos, mas aconselha-me a ir ao médico no dia seguinte, coisa que fiz. Só nao fui a um daqueles que comeca por psi.
Claro que quando la cheguei, o dr. Thomas fez aquele ar ó-nao-esta-gaja-outra-vez, mas eu nem lhe dei tempo para pensar em como me despachar depressa, comecei logo a debitar que já lá tinha estado em Maio e que ele me tinha feito até uma ecografia e bla bla bla e que uma dama nao pode ter tantos gases que provoque estas dores que nunca mais se vao embora. Afinal na Alemanha nem como castanhas. Claro que para ele nao achar que eu sou uma maluca completa, ainda fingi que tinha lá ido para controlar os valores da minha tiroide preguicosa e vai daí, ele sugere que a sua enfermeira brutamontes me sugue, para variar, 250ml de sangue para as análises do costume. Estava eu ja na marquesa com o fecho dos meus jeans abertos, a preparar-me para o toque das suas maos macias no meu abdómen, quando ele me diz por cima dos seus óculos, enquanto escrevinhava:
- Na, nao vale a pena. Isso nao deve ser nada, de qualquer forma, já que é pra tirar sangue vemos aqui mais uns valores.
Portanto, para quem esperava comecar o dia de uma forma um tanto quanto erótica, tive que me contentar com um comeco de dia mais pro masoquista, com os dois bracos picados e 250ml de precioso líquido a menos no meu frágil corpo de minhoca.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
sexta-feira, novembro 30, 2007
Gosto-me
Nao há nada mais maravilhoso do que ser amada sem saber. Pois entao, hoje foi o dia em que pus a boca no megafone e achei por bem dizer ao pessoal do trabalho que no dia de S. Valentim já nao vou estar por lá. Como ia dizer aos meus dois chefes, achei por bem comecar pela secretária do chefao, pois foi ela que no início da minha candidatura me foi dando as informacoes. Chamei-a à cozinha e enquanto mexia um pouco nervosa o meu café, disse-lhe:
- Maria, tenho que te dizer algo que já ando para te contar há alguns dias. Tu mereces saber antes de eu falar com o chefe.
- Hmm... deixa lá ver (olha para o meu baixo-ventre, com um sorriso malandro), o que é que uma miúda casada há pouco mais de um ano, entre os 20 e os 30 terá para me dizer? Diz-me ela feita toina, completamente à nora.
- Maria, eu nao estou grávida, se te pareceu, desculpa, mas o Inverno dá-me fome e descobri que se comer mais, nao tenho tanto frio. O que eu tenho para te dizer é que me vou despedir hoje.
Pois, o que fui eu fazer. O queixo dela ficou assim em forma de til e nao conseguiu esconder as lágrimas, que foi limpando com o canto de um lenco de papel. Ficou muito calada e pensativa, a tentar organizar os seus pensamentos (ó que perda), mas depois entrou na fase da negacao, que foi quando me agarrou nas maos e me disse nuns décibeis acima do desejado que se eu ainda nao tinha assinado o novo contrato, ainda havia algo a fazer. Que eu devia pensar melhor, etc, etc. Que todos gostavam tanto de mim, que eu me entendia na perfeicao com toda a gente, bla bla bla. Fiquei sem saber o que fazer. Depois de ver que ela lá se resignou com os meus motivos, encaminhei-me para a porta e foi aí que ela me disse algo que ouvi depois mais duas vezes da boca de cada um dos chefes:
- Nao é a perda do teu trabalho, é a perda da pessoa que tu és e da alegria que nos trouxeste.
Chuif.
Ou seja, descubro numa altura destas que ninguém vai sentir falta do meu trabalho. Será o meu trabalho uma grande caca?
Bom, uma coisa deu para sentir hoje. Sou amada. Gostam de mim, consta. Até eu própria hoje passei a olhar para mim doutra maneira. E gosto mais de mim.
- Maria, tenho que te dizer algo que já ando para te contar há alguns dias. Tu mereces saber antes de eu falar com o chefe.
- Hmm... deixa lá ver (olha para o meu baixo-ventre, com um sorriso malandro), o que é que uma miúda casada há pouco mais de um ano, entre os 20 e os 30 terá para me dizer? Diz-me ela feita toina, completamente à nora.
- Maria, eu nao estou grávida, se te pareceu, desculpa, mas o Inverno dá-me fome e descobri que se comer mais, nao tenho tanto frio. O que eu tenho para te dizer é que me vou despedir hoje.
Pois, o que fui eu fazer. O queixo dela ficou assim em forma de til e nao conseguiu esconder as lágrimas, que foi limpando com o canto de um lenco de papel. Ficou muito calada e pensativa, a tentar organizar os seus pensamentos (ó que perda), mas depois entrou na fase da negacao, que foi quando me agarrou nas maos e me disse nuns décibeis acima do desejado que se eu ainda nao tinha assinado o novo contrato, ainda havia algo a fazer. Que eu devia pensar melhor, etc, etc. Que todos gostavam tanto de mim, que eu me entendia na perfeicao com toda a gente, bla bla bla. Fiquei sem saber o que fazer. Depois de ver que ela lá se resignou com os meus motivos, encaminhei-me para a porta e foi aí que ela me disse algo que ouvi depois mais duas vezes da boca de cada um dos chefes:
- Nao é a perda do teu trabalho, é a perda da pessoa que tu és e da alegria que nos trouxeste.
Chuif.
Ou seja, descubro numa altura destas que ninguém vai sentir falta do meu trabalho. Será o meu trabalho uma grande caca?
Bom, uma coisa deu para sentir hoje. Sou amada. Gostam de mim, consta. Até eu própria hoje passei a olhar para mim doutra maneira. E gosto mais de mim.
terça-feira, novembro 27, 2007
mas alguém ainda se lembra dela?
Duas coisas me ocorreram hoje. A primeira nao é mais importante que a segunda, mas o carácter de cada uma é bastante divergente. Uma dessas coisas que me ocorreu hoje enquanto descascava as minhas tangerinas ao almoco, foi comecar já a dizer ao pessoal para mandar as suas sms de Natal hoje mesmo. Porque é que havemos todos de entupir as linhas e de provocar aquela catástrofe na véspera de Natal, porque todos os desgracados guardam para a hora do jantar a troca pirosa das mensagens a desejar feliz natal??? Porque nao comecar já? E porque nao mandar antes um mail ou um postal verdadeiro, escrito a caneta bic? Serei a unica que ainda manda postais dos verdadeiros?
A segunda coisa que me leva a escrever este post é uma questao que me inquietou a manha de hoje. Mandei um mail a todos os meus colegas aqui do trabalho a perguntar qual é o cao mais famoso do mundo. Ninguém respondeu Snoopy. Todos responderam Lassie. Quando decidi mandar o mesmo mail ao Bola, apercebi-me com a resposta dele que o seu problema de ortografia já vem desde muito cedo. A resposta dele foi lessi. E eu chorei.
A segunda coisa que me leva a escrever este post é uma questao que me inquietou a manha de hoje. Mandei um mail a todos os meus colegas aqui do trabalho a perguntar qual é o cao mais famoso do mundo. Ninguém respondeu Snoopy. Todos responderam Lassie. Quando decidi mandar o mesmo mail ao Bola, apercebi-me com a resposta dele que o seu problema de ortografia já vem desde muito cedo. A resposta dele foi lessi. E eu chorei.
A neve inspira-me.
Da minha janela, alias, das várias janelas que tenho em volta da minha secretária, tenho a perfeita visao dum dia de sol, ceu azul e muita neve. O meu local de trabalho hoje proporciona-me quase a participacao directa no meio dos flocos. Gosto de ver a neve a cair e seguir com o olhar o percurso de um floco, até que derreta, assente no chao ou se funda com mais uns quantos. Por detrás do que mais parece uma tempestade, ainda que controlada, vejo várias árvores, todas alinhadas e com os ramos levantados para cima, como se tivessem sido todas escovadas por um pente gigante que com os dentes, lhes arrancou as folhas até à última. Na altura em que o sol se poe, fica um jogo de cores engracado e olhar para as árvores com os ramos levantados e nus, faz-me lembrar os desenhos que costumo fazer em reunioes ou quando estou a apanhar seca. Várias linhas a lápis tortas e todas na mesma direccao. No meio deste cenário invernoso, algo destoa. O cantar dos pássaros. Nao combina. Perturba-me até. Por isso mesmo, abro a minha gaveta, retiro a minha fisga que guardo desde a quarta classe e faco pontaria ao ranhoso que está a estragar este quadro maravilhosamente invernoso. Toma lá que já almocaste. A neve inspira-me.
sentimentalismo barato
Tenho, entre muitas outras imagens (daquelas que incluem o palhaco batatinha), uma que me ficou de crianca, da minha mae no quarto dela, a espreitar por detrás da cortina enquanto choramingava silenciosamente. Do outro lado da rua, cá em baixo, estava o meu pai com um senhor, que tinha acabado de lhes comprar o carro que eles tinham tido durante alguns anos e que tinham trazido de Africa. Um Datsun, modelo nao sei. Ora, a minha mae certamente que queria um carro melhor, mas estava habituada àquele, tinha certamente uma série de lembrancas acopladas ao mesmo, algumas delas que eu espero nunca vir a saber. Os nossos pais sao puros e se fizeram marmelada algum dia, foi daquela com marmelos mesmo, que se faz no Outono e ao fogao. Daquelas lembrancas que sei, imagino por exemplo, o meu vomitado das idas à Covilha talvez ainda presente nos estofos, as viagens até ao Algarve com o rabo quase a arrastar no asfalto ou das emboscadas que eles faziam quando ainda viviam em Mocambique e se podia conduzir, como eles contam, sempre a direito. O carro preparava-se para partir, levando com ele uma bagageira cheia de recordacoes. Nao é um tema que nos surpreenda, nós mulheres, temos muito esta tendencia melodramática de colocar valor sentimental em quase tudo. Até nos cactos. Quantas de nós nao suspiram por terem que se desfazer duma t-shirt de tao velha que está, mas que foi nessa mesma t-shirt que aquele gajo giro me despejou o seu copo de cerveja na queima das fitas de 1989.... qualquer coisa assim.Pois. Tanto para dizer que agora que chega a altura de sair desta cidade parola e provinciana, comeco a sentir-me como a minha mae atrás do cortinado a olhar para o carro. A unica diferenca é que eu nao tenho um objecto físico onde colocar o meu sentimentalismo barato. Eu quero ir, mas tenho óptimas recordacoes deste sítio aqui no fim do mundo. Foi onde eu e o Bola juntamos os trapos e onde passámos a partilhar a nossa vida a dois. E recomecar num sítio novo tem tanto de excitante como de difícil. Quero, mas dá trabalho.
segunda-feira, novembro 26, 2007
feliz Natal a mim
domingo, novembro 25, 2007
branco, nos telhados, no chao, pela boca e olhos adentro
Um fim-de-semana em branco nao é nada do mais romatico que se possa imaginar, mas tem sido assim. Hoje por cá houve mercado, onde se vendem as tradicionais coroas de advento. O primeiro advento é já no próximo domingo e toda a família alema que se preze, tem de ter em casa a sua coroa feita com ramos de pinheiro e 4 velas e mariquices, uma para acender cada domingo, até ao Natal. Como a minha família alema nao se preza e eu e o Bola nao passamos cá o Natal, marimbamo-nos um bocado para essa tradicao. Em vez de andarmos atrás da coroa mais perfeita, agarrámos no cao do vizinho e fomos levá-lo a passear para ele treinar o seu faro e ver se é desta que debaixo do manto de neve, ele descobre um cadáver. Estou por tudo para aparecer no jornal local, antes de me ir embora daqui. Mas infelizmente, ele vai esburacando mas só desenterra bocados de pretzel ou lencos de papel com ranho congelado.
Amanha vou entregar a minha carta de demissao. Tenho andado a adiar, a fingir que nao é preciso tratar disso já. Alias, nao é preciso tratar disso já. No meu contrato diz que tenho de informar o chefe 4 semanas até ao final do mes. Isso seria no final de Dezembro. Mas, o que me impede de dizer já?
O Bola vai finalmente ter uma entrevista para a mesma empresa, ou nao atingisse eu quase sempre os objectivos a que me proponho. E este era um daqueles que eu queria muito atingir. Claro que ele prefere pensar que esta entrevista veio por obra e graca do Espirito Santo, prenda de Natal adiantada, pois aceitar que eu é que lha arranjei nao lhe permite continuar a viver como homem. E eu nao digo nada, se há coisa que eu nao gosto é de danificar o amor-próprio das pessoas de quem gosto. E do Bola até gosto, nao é? Ele aspira a casa ao fim-de-semana, carrega com os sacos das compras, enche o depósito do carro e, à noite, antes de adormecer abraca-me e chama-me fofinha, ou em dias de muita graca, anao chato (Nervzwerg).
Entretanto, como parece que está a dar na televisao As palavras que nunca te direi, acho que vou ver para depois mandar umas marradas na parede, que é o que dou comigo a fazer sempre que vejo um filme ou leio um livro do Nicholas Sparks, esse chato lamecholas que poe meio mundo a chorar com os livros dele. Nao há pachorra. Mas como tambem eu gosto de escrever mensagens e as mandar por garrafa, acabo por ir ver o filme sempre que dá. Mas que espancava o Nicholas se me deixassem, ai isso espancava. Ah, e nunca é demais referir que sempre que vejo o sorriso do Kevin Costner, passam-me as dores se as tiver, sinto-me de repente a levitar, até parece que pus uns óculos cor-de-rosa.
Amanha vou entregar a minha carta de demissao. Tenho andado a adiar, a fingir que nao é preciso tratar disso já. Alias, nao é preciso tratar disso já. No meu contrato diz que tenho de informar o chefe 4 semanas até ao final do mes. Isso seria no final de Dezembro. Mas, o que me impede de dizer já?
O Bola vai finalmente ter uma entrevista para a mesma empresa, ou nao atingisse eu quase sempre os objectivos a que me proponho. E este era um daqueles que eu queria muito atingir. Claro que ele prefere pensar que esta entrevista veio por obra e graca do Espirito Santo, prenda de Natal adiantada, pois aceitar que eu é que lha arranjei nao lhe permite continuar a viver como homem. E eu nao digo nada, se há coisa que eu nao gosto é de danificar o amor-próprio das pessoas de quem gosto. E do Bola até gosto, nao é? Ele aspira a casa ao fim-de-semana, carrega com os sacos das compras, enche o depósito do carro e, à noite, antes de adormecer abraca-me e chama-me fofinha, ou em dias de muita graca, anao chato (Nervzwerg).
Entretanto, como parece que está a dar na televisao As palavras que nunca te direi, acho que vou ver para depois mandar umas marradas na parede, que é o que dou comigo a fazer sempre que vejo um filme ou leio um livro do Nicholas Sparks, esse chato lamecholas que poe meio mundo a chorar com os livros dele. Nao há pachorra. Mas como tambem eu gosto de escrever mensagens e as mandar por garrafa, acabo por ir ver o filme sempre que dá. Mas que espancava o Nicholas se me deixassem, ai isso espancava. Ah, e nunca é demais referir que sempre que vejo o sorriso do Kevin Costner, passam-me as dores se as tiver, sinto-me de repente a levitar, até parece que pus uns óculos cor-de-rosa.
terça-feira, novembro 20, 2007
Como foi possível?
que estando uma semana em Lisboa, nao comi pastéis de Belém, aliás, o único pastel de nata que comi foi com pouco apetite, sentada na abafadíssima cafetaria do hospital da CUF Infante Santo?
Sacrilégio. Chuif.
uma pessoa melhor
Ao longo destes primeiros dias, depois de uma semana fora, vou encontrando sinais da República das Bananas em que se tornou este chiqueiro, vulgo, minha casa e do Bola, na minha ausencia. Como ele me disse que passou muito a ferro e eu vi coisas passadas a ferro que eu nunca devo ter passado na vida, imaginei que ele se pudesse ter entusiasmado com maratonas de engomanco, mas perguntei contudo, meia desconfiada:
- Bola, meu anjo, entao o monte pra passar desapareceu? Passaste tudo? A tua vida foi assim tao insignificante na minha ausencia? Nao respondas, se fazes favor. Quando eu esbugalho assim os olhos, já sabes que é pergunta retórica.
Vai daí, o Bola que desta vez nao estava a a comer rabanete, mas sim a treinar para o concurso espontaneo o-meu-arroto-é-mais-sonoro-que-teu a tomar lugar na nossa rua, chamou-me e eu segui-o, como gosto de fazer sempre que o meu senhor e comandante me faz sinal para ir atrás dele. Porque uma boa esposa obedece ao seu marido.
E foi assim que atrás do sofá que o Bola teve a amabilidade de arrastar, fui encontrar uma bola gigante de roupa que o Bola enrolou, porque nao queria que as visitas que cá teve no fim-de-semana vissem. Esta visao foi um pouco horrenda, até pensei em qual das Bolas mandar um biqueiro, mas tentei controlar-me, pois nao sei se já disse que iniciei o programa pessoal COMO ME TORNAR NUMA PESSOA MELHOR. Este programa assenta no propósito de pretender eliminar o queixume da minha pessoa. Pois diz que é constante. Nao mando vir, nao me chateio, tudo é cor-de-rosa. Bom, pelo menos tem de parecer que é. E isto vai durar até ele reparar, portanto, podemos dizer que vai durar para sempre pois se eu circulasse nua pela casa, acho que ele nao dava conta. O Bola é um gajo muito metido pra si mesmo. Para eu me fazer notar, tenho de gritar ou saltar à corda, pois como sao coisas que provocam vento, ele costuma notar.
Para vos dar um exemplo como estou a fazer grandes e maravilhosos progressos, quando dei conta que a minha roupa interior mingou para o tamanho da Barbie (que até agora nao tinha roupa interior, mas já vendi a ideia à Mattel depois deste incidente), comentei que até via isso como um incentivo, para querer emagrecer. Quando vi o lavatório da casa-de-banho cheio de pelos da maquina de barbear, nao explodi e disse que gostava muito de ter uma casa-de-banho com ar de que é usada, pois as casas que parecem museus nao sao nada o meu estilo. Quando reparei que a roupa da cama nao era mudada há tempos sem fim, disse que assim era bom porque notava-se que ele queria dormir com o meu aroma nos lencois.
Portanto, estou-me a tornar numa grande hipócrita, é o que é. Mas tudo para ser uma pessoa melhor. Que eu sei que vou ser. Basta acreditar.
- Bola, meu anjo, entao o monte pra passar desapareceu? Passaste tudo? A tua vida foi assim tao insignificante na minha ausencia? Nao respondas, se fazes favor. Quando eu esbugalho assim os olhos, já sabes que é pergunta retórica.
Vai daí, o Bola que desta vez nao estava a a comer rabanete, mas sim a treinar para o concurso espontaneo o-meu-arroto-é-mais-sonoro-que-teu a tomar lugar na nossa rua, chamou-me e eu segui-o, como gosto de fazer sempre que o meu senhor e comandante me faz sinal para ir atrás dele. Porque uma boa esposa obedece ao seu marido.
E foi assim que atrás do sofá que o Bola teve a amabilidade de arrastar, fui encontrar uma bola gigante de roupa que o Bola enrolou, porque nao queria que as visitas que cá teve no fim-de-semana vissem. Esta visao foi um pouco horrenda, até pensei em qual das Bolas mandar um biqueiro, mas tentei controlar-me, pois nao sei se já disse que iniciei o programa pessoal COMO ME TORNAR NUMA PESSOA MELHOR. Este programa assenta no propósito de pretender eliminar o queixume da minha pessoa. Pois diz que é constante. Nao mando vir, nao me chateio, tudo é cor-de-rosa. Bom, pelo menos tem de parecer que é. E isto vai durar até ele reparar, portanto, podemos dizer que vai durar para sempre pois se eu circulasse nua pela casa, acho que ele nao dava conta. O Bola é um gajo muito metido pra si mesmo. Para eu me fazer notar, tenho de gritar ou saltar à corda, pois como sao coisas que provocam vento, ele costuma notar.
Para vos dar um exemplo como estou a fazer grandes e maravilhosos progressos, quando dei conta que a minha roupa interior mingou para o tamanho da Barbie (que até agora nao tinha roupa interior, mas já vendi a ideia à Mattel depois deste incidente), comentei que até via isso como um incentivo, para querer emagrecer. Quando vi o lavatório da casa-de-banho cheio de pelos da maquina de barbear, nao explodi e disse que gostava muito de ter uma casa-de-banho com ar de que é usada, pois as casas que parecem museus nao sao nada o meu estilo. Quando reparei que a roupa da cama nao era mudada há tempos sem fim, disse que assim era bom porque notava-se que ele queria dormir com o meu aroma nos lencois.
Portanto, estou-me a tornar numa grande hipócrita, é o que é. Mas tudo para ser uma pessoa melhor. Que eu sei que vou ser. Basta acreditar.
mas que terca-feira sem sal
Hoje tive formacao sobre seguranca. Seguranca relacionada com a internet, com os computadores, telemóveis, pessoas estranhas dentro da planta da empresa, etc. Fiquei a saber que o site proibindo mais visitado é o ebay, que nao devemos instalar software sacado da net, que nao podemos usar a net pra fins pessoais, mas que se o fizermos nunca em momento algum, ir parar a paginas pornograficas ou de teor racista. Caso isso aconteca, podemos comecar a escrever a carta de demissao. Fiquei tamabem a saber que devo andar com o meu cartao de identificacao à vista e sempre que há visitas, acompanhá-las sempre, nunca as deixando sós, só quando forem urinar ou cocar os testículos. A parte mais gira foi quando o tipo la nos mostrou o seu programa de descodificar passwords. Foi aí que concluí que nesta vida, há que tentar conduzi-la de forma limpa, sem segredos. Estamos sempre a ser observados, o que pra mim nao é nada de novo, pois a minha vida de estrela já me vincou isso bem.
Marcam-me isto depois de já lá estar a trabalhar há sete meses, quase oito, sinceramente, a eficiencia alema é mesmo um mito. E esta paranóia de que toda a gente quer vir à nossa empresa roubar os desenhos das máquinas, que a concorrencia nos persegue, tambem me pareceu um bocado exagerada. Como se entrar alguem estranho e gamar um notebook fosse algo que já tivesse acontecido... e depois eu é que sou a tal da mania da perseguicao.
Bom, comeco com o novo emprego dia 1 de Fevereiro. Pedi para adiar um mes o tao belo inicio. As razoes que enunciei nao digo, nem perante situacao iminente de tortura. Nao se faz, mas eu preciso de tempo e uma miúda, desde que nao atrapalhe terceiros, tem de se servir dos meios que tem ao seu dispor para atingir os seus fins. O nariz do Pinóquio, portanto, neste caso. Eu e o Bola já estamos na fase em que sublinhamos os classificados atrás de apartamentos. O preco das rendas nao é muito divertido, mas podia ser pior. Rendas escandalosas há em Munique, portanto ainda nao é preciso espumarmos pela boca só porque um apartamento de 85 metros quadrados fica em 600 euros por mes. É o preco do glamour.
Esta manha baldei-me ao curso de espanhol. Por acaso, gosto imenso do curso. Mas dormi mal, tive uns sonhos estranhos. Entre eles, um sonho em que o meu pai vinha ter comigo e me pedia para o ensinar a por rouge nas macas do rosto. Ora bem, isto interpretado nao traz nada de normal, pelo que se calhar nao era má ideia deixar aqui bem claro que nunca vi o meu pai usar maquiagem. Alias, sempre foi mais ou menos contra, por achar que as mulheres devem ser bonitas ao natural. As feias que se atirem da ponte. (isto acrescentei eu) Portanto, deixei-me ficar na cama, só me levantei um pouco antes das oito para ir por um ticket no carro, pra nao levar outra vez com uma multa. Claro que sempre que faco isto, vou a fazer figas para que nao apareca na minha rua ninguem que me conheca, porque o meu aspecto é totalmente casal ventoseiro. Os olhos vao fechados, o meu cabelo rebelde e desordenado que agora pior fica porque o tenho bem curto, e calcas de pijama com ursinhos, com botas, casaco polar e sobretudo por cima. Numa mao levo uma moeda de 50 centimos e as chaves e na outra, a minha almofada com que durmo e para onde me babo toda. Um dia, quando for famosa, ainda vai aparecer na Hola uma foto minha nestes preparos e aí posso esquecer o mundo da fama que me foi prometido pela astróloga Maya.
Nao fui à aula de espanhol, mas uma colega mandou-me os TPC por correio interno. Quando retirei do envelope uma folha A4 com uma foto que é suposto eu comentar em que aparecem 3 vacas, dois agricultores e um monte de feno, achei que era uma gracinha de alguma delas, tadinhas, alemas, sem humor nenhum, especialmente da parte da manha. Mas nao. Posso dizer coño as vezes que quiser mas diz que tenho de escrever uma história, a partir desta foto. Portanto, acho que vou ignorar as vacas (afinal, andam tantas à nossa volta que infelizmente nao podemos eliminar) e fazer uma história com o casal de agricultores a enrolar-se no feno. E em espanhol, ah pois nao. Para poucas vergonhas, usemos a língua desses dominadores que vivem ali ao lado. É por estas que nao devo ter pena por a partir de Fevereiro deixar de ir ao curso e enfim, ter de o pagar do meu bolso nao vai ser giro, mas nem tudo sao rosas, nao é...?
Marcam-me isto depois de já lá estar a trabalhar há sete meses, quase oito, sinceramente, a eficiencia alema é mesmo um mito. E esta paranóia de que toda a gente quer vir à nossa empresa roubar os desenhos das máquinas, que a concorrencia nos persegue, tambem me pareceu um bocado exagerada. Como se entrar alguem estranho e gamar um notebook fosse algo que já tivesse acontecido... e depois eu é que sou a tal da mania da perseguicao.
Bom, comeco com o novo emprego dia 1 de Fevereiro. Pedi para adiar um mes o tao belo inicio. As razoes que enunciei nao digo, nem perante situacao iminente de tortura. Nao se faz, mas eu preciso de tempo e uma miúda, desde que nao atrapalhe terceiros, tem de se servir dos meios que tem ao seu dispor para atingir os seus fins. O nariz do Pinóquio, portanto, neste caso. Eu e o Bola já estamos na fase em que sublinhamos os classificados atrás de apartamentos. O preco das rendas nao é muito divertido, mas podia ser pior. Rendas escandalosas há em Munique, portanto ainda nao é preciso espumarmos pela boca só porque um apartamento de 85 metros quadrados fica em 600 euros por mes. É o preco do glamour.
Esta manha baldei-me ao curso de espanhol. Por acaso, gosto imenso do curso. Mas dormi mal, tive uns sonhos estranhos. Entre eles, um sonho em que o meu pai vinha ter comigo e me pedia para o ensinar a por rouge nas macas do rosto. Ora bem, isto interpretado nao traz nada de normal, pelo que se calhar nao era má ideia deixar aqui bem claro que nunca vi o meu pai usar maquiagem. Alias, sempre foi mais ou menos contra, por achar que as mulheres devem ser bonitas ao natural. As feias que se atirem da ponte. (isto acrescentei eu) Portanto, deixei-me ficar na cama, só me levantei um pouco antes das oito para ir por um ticket no carro, pra nao levar outra vez com uma multa. Claro que sempre que faco isto, vou a fazer figas para que nao apareca na minha rua ninguem que me conheca, porque o meu aspecto é totalmente casal ventoseiro. Os olhos vao fechados, o meu cabelo rebelde e desordenado que agora pior fica porque o tenho bem curto, e calcas de pijama com ursinhos, com botas, casaco polar e sobretudo por cima. Numa mao levo uma moeda de 50 centimos e as chaves e na outra, a minha almofada com que durmo e para onde me babo toda. Um dia, quando for famosa, ainda vai aparecer na Hola uma foto minha nestes preparos e aí posso esquecer o mundo da fama que me foi prometido pela astróloga Maya.
Nao fui à aula de espanhol, mas uma colega mandou-me os TPC por correio interno. Quando retirei do envelope uma folha A4 com uma foto que é suposto eu comentar em que aparecem 3 vacas, dois agricultores e um monte de feno, achei que era uma gracinha de alguma delas, tadinhas, alemas, sem humor nenhum, especialmente da parte da manha. Mas nao. Posso dizer coño as vezes que quiser mas diz que tenho de escrever uma história, a partir desta foto. Portanto, acho que vou ignorar as vacas (afinal, andam tantas à nossa volta que infelizmente nao podemos eliminar) e fazer uma história com o casal de agricultores a enrolar-se no feno. E em espanhol, ah pois nao. Para poucas vergonhas, usemos a língua desses dominadores que vivem ali ao lado. É por estas que nao devo ter pena por a partir de Fevereiro deixar de ir ao curso e enfim, ter de o pagar do meu bolso nao vai ser giro, mas nem tudo sao rosas, nao é...?
domingo, novembro 18, 2007
Estava-se lá tao bem
A minha viagem de regresso de Portugal costuma ser sempre pautada por sentimentos contraditórios. Venho chateada, a tentar manter-me controlada, ocupando a cabeca com a razao que me faz viver aqui nas salsichas. Imagino o Bola num quadro cor-de-rosa, com estrelas, lacos cor-de-rosa e muitos passarinhos à volta. É mais ou menos uma imagem correspondente a outra da minha infancia, da Branca de Neve... ou será do Bambi? Depois a páginas tantas, passa-me a tristeza e conformo-me com a minha vida por cá. A dois. Isto tudo se processa a caminho do aeroporto e dá mais ou menos até eu entrar no aviao. À chegada, volto a ser invadida pela sensacao o que-é-que-eu-estou-aqui-a-fazer-eu-hoje-estava-num-país-com-sol-e-mar, e quando me dou conta do manto branco que cobre o aeroporto, a minha fúria tende a aumentar. Depois temos a fase da negacao que costuma durar dois dias. Espero que me passe até amanha. Nao ajuda quando o meu corpo se deprime sempre que regresso. Desta vez fiquei constipada no próprio dia e surpreendentemente depois de duas doses de ibuprofeno - passo a publicidade - foram-se os sinais todos embora, ficando uma voz mais sexy, mais rouca, da qual confesso até gostar mais. Pois é, estou de volta e diz que é pra ficar. Como o mau tempo que finalmente chegou a Portugal. eheheh
atraso de vida
A verdade é que estes dias de férias nao foram dias em que tenha dormido muito, que é normalmente algo indissociável do meu conceito de férias. Ontem de manha, sentia-me como se tivesse vindo trabalhar de directa. Acho que tomei banho e vesti-me de olhos fechados, o que nao é problema para mim, pois diz que tirei vários cursos através do CEAC, incluindo o de Braille. Ao fim da tarde, quando me lembrei que tinha aula de ingles, nao achei graca nenhuma mas ainda me arrastei até lá, até porque a escola fica a dois minutos de casa. Quando cheguei à sala, pensei que estava noutro filme, quando vi um gajo sentado que era do meu curso do semestre passado e que tinha avancado para o nivel seguinte (na altura, para grande alívio meu) ao nível que dou agora
- Entao, voce nao estava no nivel B?! Desistiu?
- Desculpe aparecer assim quando o curso já vai a meio, mas eu nao gosto muito da outra professora. Gosto mais de si porque consigo aprendo e ainda me rio e normalmente é difícil ter as duas coisas juntas.
Claro que há várias formas de interpretar isto. Mas seja qual for, é agradável. Menos agradável é o gajo. É um cromo daqueles que nao existe em todas as cadernetas. Da minha, pelo menos já tinha saído. Costumava ir para a aula exalando aroma a cerveja, pois sai mais cedo do trabalho e vai ali para um bar perto da escola fazer tempo até que comece o curso. Depois parece-me que o álcool lhe dificulta ainda mais a passagem da informacao mais simples, o que faz com que ele interrompa a aula várias vezes com perguntas que me parecem desnecessárias, assim por exemplo o significado de uma tarefa read and write. Depois de explicar-lhe o significado de read e write, ele continua baralhado. Eu tento fazer das minhas aulas quase uma conversa de café amigável, em que falamos todos. Com este gajo, o diálogo encerra-se em nós os dois, porque ele é mais absorvente que uma fralda lindor. E nao é nada vantajoso já ter feito o curso, pois ontem fez-me as mesmas perguntas de outrora. Como é que me livro do cromo?
- Entao, voce nao estava no nivel B?! Desistiu?
- Desculpe aparecer assim quando o curso já vai a meio, mas eu nao gosto muito da outra professora. Gosto mais de si porque consigo aprendo e ainda me rio e normalmente é difícil ter as duas coisas juntas.
Claro que há várias formas de interpretar isto. Mas seja qual for, é agradável. Menos agradável é o gajo. É um cromo daqueles que nao existe em todas as cadernetas. Da minha, pelo menos já tinha saído. Costumava ir para a aula exalando aroma a cerveja, pois sai mais cedo do trabalho e vai ali para um bar perto da escola fazer tempo até que comece o curso. Depois parece-me que o álcool lhe dificulta ainda mais a passagem da informacao mais simples, o que faz com que ele interrompa a aula várias vezes com perguntas que me parecem desnecessárias, assim por exemplo o significado de uma tarefa read and write. Depois de explicar-lhe o significado de read e write, ele continua baralhado. Eu tento fazer das minhas aulas quase uma conversa de café amigável, em que falamos todos. Com este gajo, o diálogo encerra-se em nós os dois, porque ele é mais absorvente que uma fralda lindor. E nao é nada vantajoso já ter feito o curso, pois ontem fez-me as mesmas perguntas de outrora. Como é que me livro do cromo?
Porque nem todos podemos ser lili canecas
Hoje comeco este post e uma nova semana (é fantástico comecar uma semana quase no fim, hoje sinto-me em modus operandus terca-feira) com um assunto que interessa a todos nós. Fruta e legumes enrugados. Terao direitos? Deixaremos de os comer por isso? Nao, meus amigos, claro que nao. Uma maca ou uma cenoura, só porque estao enrugadas, nao é razao para as atirarmos para o balde do lixo. Enrugadas ficam as nossas maos quando passamos uma hora no banho, na nossa sauna caseira. E enxovalhamos o nosso dedo mindinho só porque ele fica com mau aspecto? Se isto fosse tao profundo como o que ouvimos na RFM, eu rematava com um vale a pena pensar nisto . Sendo que nao, acho que nao vou por aí. Comam a fruta enrugada. Mesmo se os vossos maridos vos disserem que nao se come fruta velha e atirarem com um quilo de cenouras para o balde do lixo biológico.
sábado, novembro 17, 2007
cheguei mas acho que me vou ja embora de novo
Ainda bem que regressei, alias, foram estas as palavras da sanita logo mal me sentei nela. O Bola realmente é um gajo alto, mas acho que podia olhar a sanita mais de perto, nao digo olhos nos olhos, mas dar assim uma espreitadela dia sim dia nao, e apreciar as suas belas cores. As belas cores podia tambem aprecia-las na roupa que lavou e tingiu.
- Lavei duas máquinas de roupa, tambem nao sou assim tao incompetente que nao posso lavar roupa de vez em quando, sabias.... nao, nao sabia! Claro que ele nao pode lavar roupa. Até há uma semana atrás, havia uma proibicao para tal efeito, carimbada e reconhecida pelo notário. Primeiro, porque temperaturas abaixo dos 60 graus sao-lhe desconhecidas e depois porque na festa da máquina de lavar que ele organiza, vai tudo, nao há descriminacao, camisolas de la podem namorar com cuecas, meias e toalhas. Para que diferenciar? Haja a igualdade dos tecidos! E viva cuecas que certamente agora só vao servir à Barbie.
E depois diz-me com este ar de cromo, enquanto dá trincas num rabanete (em Bayern, comer rabanete é culto)
- Vieste um bocado chata, pá. Só mandas vir. Nem reparaste que limpei a cozinha... que pena que nao dava para reparar. Só reparei que movimentar-me na cozinha foi difícil dado que os meus pés se colavam ao chao de tao peganhento que estava.
Amigos, sabem que mais..., é bom estar de volta. Comer rabantete à trinca, sinceramente...
- Lavei duas máquinas de roupa, tambem nao sou assim tao incompetente que nao posso lavar roupa de vez em quando, sabias.... nao, nao sabia! Claro que ele nao pode lavar roupa. Até há uma semana atrás, havia uma proibicao para tal efeito, carimbada e reconhecida pelo notário. Primeiro, porque temperaturas abaixo dos 60 graus sao-lhe desconhecidas e depois porque na festa da máquina de lavar que ele organiza, vai tudo, nao há descriminacao, camisolas de la podem namorar com cuecas, meias e toalhas. Para que diferenciar? Haja a igualdade dos tecidos! E viva cuecas que certamente agora só vao servir à Barbie.
E depois diz-me com este ar de cromo, enquanto dá trincas num rabanete (em Bayern, comer rabanete é culto)
- Vieste um bocado chata, pá. Só mandas vir. Nem reparaste que limpei a cozinha... que pena que nao dava para reparar. Só reparei que movimentar-me na cozinha foi difícil dado que os meus pés se colavam ao chao de tao peganhento que estava.
Amigos, sabem que mais..., é bom estar de volta. Comer rabantete à trinca, sinceramente...
terça-feira, novembro 06, 2007
tá no ir
sábado, novembro 03, 2007
há um ano atrás nao se estava mal
Estiveram uns dias fantásticos de sol, dei de comer aos esquilos do Regent's Park, enpanturrei-me de soft baked cookies do Sainsbury's, andei a regatear precos no mercado em Camden e borrei-me de medo de me enfiar pelos tuneis do metro, de tao fundos que sao. Depois devo-me ter borrado mais vezes, por ter andado 5 dias a comida indiana, mas isso nao é importante. Foi isso. Gostei muito de Londres, a minha carteira é que nao.
Aeroplano
Eu tenho até dia 12 de Novembro para pensar se aceito o novo emprego ou nao. Mas hoje quando dei comigo a ensaiar o discurso da demissao para com o meu chefe, apercebi-me que a minha decisao inconscientemente já está tomada. Desde há uma semana que recorto anúncios de casa para alugar em Regensburg. Desde que o Bola me disse que nos podíamos mudar para lá, mesmo sem ele ter lá emprego, acho que foi aí que decidi que se já tivesse o contrato nas maos, o assinava. Com caneta de tinta permanente, que vou comprar para o efeito. Porque de vez em quando há que ser solene. Tal como com a minha camisa branca, a tal que só levo a entrevistas. A minha camisa da sorte, que me dá sorte sem ter de a desabotoar.
A generosidade do Bola deve-se ao facto de ele temer que eu passe tanto tempo na estrada, ou talvez à satisfacao de ter tido o chefe a polir-lhe o ego ontem à tarde, terminando com um bem merecido aumento de 12%.
A nossa vida em Weiden nao tem sido má, tudo comecou no ano de 2004 bla bla bla bla (bom, quem está com sono pode parar aqui)........................ aliás, eu até só uma mocinha de cidades pequenas. Detesto ter de andar de metro ou comecar a manha muito mais cedo do que a hora a que efectivamente comeco a trabalhar. Gosto de ver as mesmas pessoas na rua e de cumprimentar a senhora do cinema, da loja da fruta, do sapateiro. Mas isto num contexto de gente normal. Ora em Weiden, a populacao parece ter sido resultado de más experiencias com genes. Ou entao é a industria farmaceutica que poe esta gente totalmente anormal. Quando vou ao supermercado, volta e meia comeco a olhar em meu redor, em busca das camaras, pensando sempre no Truman's show. Hoje ia jurar que vi uma luzinha vermelha por trás duma lata de raviolis maggi. Haverá alguem a controlar as nossas accoes, para ver como interactuamos rodeados de aliens? Seremos nós também já tao anormais que nao queremos admitir? Bom, essa e outras perguntas (por ex. porque na Alemanha só se vendem nabos em Novembro) ficam para momentos mais adequados.
Para terminar este post, queria dizer que depois de tantos anos a resistir, vi ontem o filme do ano que eu nasci AEROPLANO e fartei de me rir. Será um sinal que estou finalmente ao nível do humor dos alemaes?
quinta-feira, novembro 01, 2007
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