A noite passada sonhei com o Chris Martin. Eu dizia-lhe no sonho que a música nova deles, Coldplay, me lembrava o Natal, por causa do som dos sinos. Tenho um fraco por fotos destas, em que um gajo giro aparece a empurrar um carrinho ou com uma fralda ao ombro cheia de bolsado.
Tenho um fraco por fotos destas, pronto. A partir de agora é uma desgraca, babo-me a olhar para os bebés dos outros nas esplanadas. Que horror! Um par de estalos, alguem?
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
quarta-feira, agosto 27, 2008
desportista
Ainda no tema da ressonancia magnética, deixem que vos conte algo engracado. Para quebrar um pouco a habitual onda de tristeza no blog. Ontem novamente, o médico que me analisou os resultados da ressonancia, perguntou-me, nao se pratico desporto, mas sim qual o desporto que eu pratico, o que me fez pensar. Passar a esfregona no chao conta? Já o ortopedista me tinha perguntado que tipo de desporto eu praticava, justificando depois que um tornozelo deste calibre só fica neste estado em pessoas que praticam desportos violentos. Ah, e nao do sexo feminino.
Falando no geral, claro.
Portanto vou preparar a minha resposta para a próxima vez. Estou indecisa entre ballet e futebol americano. Já treinei ontem em frente ao espelho a forma como vou perguntar ao médico, de lágrimas nos olhos, se com os anos posso perder a capacidade de fazer o pliet, e o que acha ele da espargata, que ainda é a única posicao na qual me encontro com o meu eu.
Outra coisa que aprendi com o exame de ontem é que nao nos devemos deixar intimidar por posters nos consultórios de médicos, clínicas, etc. com a palavra tumor em todas as suas variantes e escrita a letras grandes, especialmente quando estamos vulneráveis, só com metade da roupa vestida e sem os acessórios que normalmente determinam para estranhos que tipo de pessoas somos. Cinto, brincos, carteira, sapatos, etc. Pensem no Ali G, por exemplo. O Ali G sem o fato de treino amarelo, bijuteria e óculos de sol é um gajo como outro qualquer. Bem jeitoso, mas sem aquele je ne sais quois.
Falando no geral, claro.
Portanto vou preparar a minha resposta para a próxima vez. Estou indecisa entre ballet e futebol americano. Já treinei ontem em frente ao espelho a forma como vou perguntar ao médico, de lágrimas nos olhos, se com os anos posso perder a capacidade de fazer o pliet, e o que acha ele da espargata, que ainda é a única posicao na qual me encontro com o meu eu.
Outra coisa que aprendi com o exame de ontem é que nao nos devemos deixar intimidar por posters nos consultórios de médicos, clínicas, etc. com a palavra tumor em todas as suas variantes e escrita a letras grandes, especialmente quando estamos vulneráveis, só com metade da roupa vestida e sem os acessórios que normalmente determinam para estranhos que tipo de pessoas somos. Cinto, brincos, carteira, sapatos, etc. Pensem no Ali G, por exemplo. O Ali G sem o fato de treino amarelo, bijuteria e óculos de sol é um gajo como outro qualquer. Bem jeitoso, mas sem aquele je ne sais quois.
terça-feira, agosto 26, 2008
assim como que cruzados
Só me apetecia dizer mais duas coisas, que nao estao propriamente interligadas. Espero que nao haja problema. A primeira é que ando um bocado farta que me perguntem quantas medalhas ganhou Portugal nos Jogos Olímpicos. A segunda é o que é que eu achei dos jogos olímpicos. E ocorreu-me recentemente que tenho saudades da Luluzinha e do Richie Rich. Porque é que só se ressucitam os cartoons que nao teem piada nenhuma? E o Babar, qué dele?
ressonancia
Pois bem. Fui fazer uma ressonancia magnética ao meu pé. Como tenho tido trabalho até ao tutano, nem tive bem tempo de pensar ao que ía. Quando la cheguei, ainda a expirar como se me estivesse a preparar para parir devido à já tao típica corrida contra-relógio, deram-me uma folhinha A4, na qual vinha uma explicacao do que era uma ressonancia e algumas perguntas sobre mim, se estou gravida, se tenho doencas contagiosas, se tenho próteses, se tenho algum pedaco de metal escondido no corpo para alem da tesoura que deixaram na última operacao ao cérebro. Hmmm. Até que chega a pergunta que faz soar o alarme na minha cabeca, se sou claustrofóbica. Sou! Muito! Fiz um X do tamanho da folha em torno de siiiiiiiiiiim e comecei a rezar as oracoes mais longas que conheco para que no meu exame, nao me mandassem para dentro daquele túnel, como os MRI que o Dr. House faz aos seus pacientes para lhes ver os miolos ao milímetro.
Chamaram-me, e quando me sento com a folha na mao a olhar para a rapariga que me atendia, para me certificar que ela se apercebia do meu horror claustrofóbico, reparo que ela segura na mao uma injeccao com um tamanho que eu classificaria de 'para cavalo'. Um cilindro tao gordo como o gelado calipo e nao me perguntem porque pensei agora no calipo - é que nem eu sei. Tiro os meus olhos do meu X na parte de ser claustrofóbica e com o meu ar mais horrorizado e a abracar a minha mala, pergunto em tom de gracinha que se aquilo é para me alimentarem por eu me recusar a comer, nao é preciso. Dois lances de escadas abaixo fica um subway e eu estava a planear ir lá lanchar, depois do pesadelo. Ela explica-me que aquele líquido na seringa era para meinjectar bo braco, para aquilo acusar mais depressa no meu corpo a artrose, no caso de ela existir. Deixei-a picar-me, no entanto enviei logo de seguida e a escrever à velocidade da luz, uma sms ao Bola:
Se nao estiver em casa até seis horas, procura no centro radiologia. É porque me fizeram mal. Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele. E até as contas do banco, e a casa de campo, mas não fiques com ele.
(adivinhem o que ele respondeu, isso mesmo: Nada.)
Depois da injeccao letal ter actuado, fui para uma cabine da qual me mandaram sair em cuecas e camisa. Confesso que nao ia gostar de ver fotos minhas desse momento, mas a sorte é que as únicas fotos que se fazem no centro de radiologia sao do interior do nosso corpo e nao do exterior. Depois de a menina me ter garantido que eu só ia entrar no túnel da máquina até meio, larguei a gola dela e deixei-a sair, depois de me ter dito que eu ia ficar 15 minutos sozinha, que nao convinha mexer-me (15 min sem me mexer...ela nao me conhece mesmo) e que como se ia ouvir um som pouco agradável como se estivessemos nas obras nos momentos mais ruidosos, eu devia por uns auscultadores. Ela pos-me os auscultadores e deu-me para a mao uma coisa que eu nao sei bem que forma tinha, mas que me fez lembrar uma bomba que a minha mae tinha para tirar o leite do peito depois de ter tido a minha irma, ou uma pera ou, (cuidado com este) um testiculo fora do normal, assim pró comprido e murcho, e disse-me:
- Isto é uma campaínha, eu vou estar do outro lado, fora da sala a controlar o exame, se precisar de mim, é só apertar aqui que eu venho até aqui e trago-lhe uma taca com häagen dazs e 2 brownies. (nao foi bem isto, mas foi parecido)
Nao há nada como se por uma cruzinha a dizer que se é claustrofóbica, tratam-nos como se tivessemos mesmo um problema. E tenho...
Quando ela me disse isto, eu nao me controlei sem disfarcar bem o riso, perguntei-lhe so dos auscultadores eu ia ouvir as vozes. A cara dela foi o suficiente para eu ter passado o resto do exame animada e a fazer um esforco enorme para evitar as convulsoes do riso, de que eu gosto tanto e que sao uma das melhores coisas nesta vida.
Ao fim de 15 minutos, voltei para a minha cabine em cuecas, para me vestir e colocar no meu corpo todas aquelas coisas de que tive de me livrar antes de ali entrar, brincos, aneis, relogio, cinto... meu Deus, porque é que eu nao vivo na Amazónia, era tao menos simples e sem este metal todo. Depois achei que devia perguntar à mesma menina a quem perguntei pelas vozes, se ela tinha ficado com o meu aparelho dos dentes que nao uso. Mas tambem nao sou assim tao freaky, ok... nao se deve gozar com as pessoas. Especialmente com aquelas que andam com a nossa saúde nas maos.
Chamaram-me, e quando me sento com a folha na mao a olhar para a rapariga que me atendia, para me certificar que ela se apercebia do meu horror claustrofóbico, reparo que ela segura na mao uma injeccao com um tamanho que eu classificaria de 'para cavalo'. Um cilindro tao gordo como o gelado calipo e nao me perguntem porque pensei agora no calipo - é que nem eu sei. Tiro os meus olhos do meu X na parte de ser claustrofóbica e com o meu ar mais horrorizado e a abracar a minha mala, pergunto em tom de gracinha que se aquilo é para me alimentarem por eu me recusar a comer, nao é preciso. Dois lances de escadas abaixo fica um subway e eu estava a planear ir lá lanchar, depois do pesadelo. Ela explica-me que aquele líquido na seringa era para meinjectar bo braco, para aquilo acusar mais depressa no meu corpo a artrose, no caso de ela existir. Deixei-a picar-me, no entanto enviei logo de seguida e a escrever à velocidade da luz, uma sms ao Bola:
Se nao estiver em casa até seis horas, procura no centro radiologia. É porque me fizeram mal. Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele. E até as contas do banco, e a casa de campo, mas não fiques com ele.
(adivinhem o que ele respondeu, isso mesmo: Nada.)
Depois da injeccao letal ter actuado, fui para uma cabine da qual me mandaram sair em cuecas e camisa. Confesso que nao ia gostar de ver fotos minhas desse momento, mas a sorte é que as únicas fotos que se fazem no centro de radiologia sao do interior do nosso corpo e nao do exterior. Depois de a menina me ter garantido que eu só ia entrar no túnel da máquina até meio, larguei a gola dela e deixei-a sair, depois de me ter dito que eu ia ficar 15 minutos sozinha, que nao convinha mexer-me (15 min sem me mexer...ela nao me conhece mesmo) e que como se ia ouvir um som pouco agradável como se estivessemos nas obras nos momentos mais ruidosos, eu devia por uns auscultadores. Ela pos-me os auscultadores e deu-me para a mao uma coisa que eu nao sei bem que forma tinha, mas que me fez lembrar uma bomba que a minha mae tinha para tirar o leite do peito depois de ter tido a minha irma, ou uma pera ou, (cuidado com este) um testiculo fora do normal, assim pró comprido e murcho, e disse-me:
- Isto é uma campaínha, eu vou estar do outro lado, fora da sala a controlar o exame, se precisar de mim, é só apertar aqui que eu venho até aqui e trago-lhe uma taca com häagen dazs e 2 brownies. (nao foi bem isto, mas foi parecido)
Nao há nada como se por uma cruzinha a dizer que se é claustrofóbica, tratam-nos como se tivessemos mesmo um problema. E tenho...
Quando ela me disse isto, eu nao me controlei sem disfarcar bem o riso, perguntei-lhe so dos auscultadores eu ia ouvir as vozes. A cara dela foi o suficiente para eu ter passado o resto do exame animada e a fazer um esforco enorme para evitar as convulsoes do riso, de que eu gosto tanto e que sao uma das melhores coisas nesta vida.
Ao fim de 15 minutos, voltei para a minha cabine em cuecas, para me vestir e colocar no meu corpo todas aquelas coisas de que tive de me livrar antes de ali entrar, brincos, aneis, relogio, cinto... meu Deus, porque é que eu nao vivo na Amazónia, era tao menos simples e sem este metal todo. Depois achei que devia perguntar à mesma menina a quem perguntei pelas vozes, se ela tinha ficado com o meu aparelho dos dentes que nao uso. Mas tambem nao sou assim tao freaky, ok... nao se deve gozar com as pessoas. Especialmente com aquelas que andam com a nossa saúde nas maos.
domingo, agosto 24, 2008
ajudem a minhoca
Amigos, que empresas existem para alem da Hertz, Sixt, Europcar e companhia, que oferecam bons precos para alugar carros em Portugal? Nao há daquelas como aqui, que fazem publicidade no próprio carro, sendo portanto mais barato? Nao seria a primeira vez que eu andaria com um carro com as palavras Durex e prazer em letra grande... há que ter mente aberta!
minhoca goes popular
Ora bem, vamos lá a ver se eu consigo explicar. Hoje acordei com um colar preto com um coracao amarelo florescente pendurado ao pescoco, o cabelo despenteado mas com vestígios de ainda estar amarrado em duas trancas, duas bolinhas vermelhas desenhadas nas macas do rosto e um frasquinho de fazer bolinhas de sabao em cima da minha mesinha de cabeceira. Ao meu lado, na almofada está um pequeno elvis presley de plástico com uma camisa cinzenta, toda aberta. Sento-me na cama e olho para o vulto do lado, a rezar para que seja o Bola, pois com duas trancinhas e esse coracao amarelo ao pescoco, bom, eu ja nao sabia bem o que podia ter acontecido. Venham a uma Volksfest na Alemanha e vejam voces mesmos. Era o Bola, mas nao lhe perguntei nada, porque tive medo do hálito que podia acompanhar a resposta. Sim, porque o Bola ontem até em cima das mesas dancou. E caiu dez vezes, mas isso é um mero detalhe. Teve a sua beleza ve-lo a espatifar-se ao comprido, com o queixo no chao, mas com uma ginástica de bracos fantástica para apanhar a sua caneca de cerveja com o precioso líquido todo lá dentro. Até bati palmas.
Ontem foi uma alegria. Eu adoro festas populares. Aquela anonimidade, centenas de pessoas juntas numa tenda de cerveja a conviverem, a conversar sobre assuntos que nao interessam a ninguem e de que no dia seguinte já ninguém se lembra, mas toda a gente se diverte, canta e danca. E no Verao por aqui, sao festas atrás de festas. A um sábado de manha, basta levantar um pouco o nariz e seguir o rasto do cheiro a salsichas assadas. E fazer-se ao caminho.
É um fascínio para mim ver os alemaes a rir e a falar pelos cotovelos, por isso é que eu nunca perco a oportunidade de ir, mesmo quando tenho de ser eu a conduzir para lá chegarmos. Uma coisa que nao há em Portugal nas festas populares é uma banda que toca e canta, enquanto bebe ceveja e faz pequenos rituais com o público, tipo todos levantam as canecas ao mesmo tempo, dizem umas rezas e depois dois ou tres goles seguidos, isto a cada dez minutos. É engracado. E ao fim de várias horas é normal ver os alemaes todos descontrolados em cima dos bancos e das mesas aos saltos como se lhes tivessem dado à corda. Para eles o espectáculo é a banda, para mim, o espectáculo sao eles, isto intercalado pelas vezes em que o Bola cai ao chao, para trás ou para cima de alguem.
Mas viver na Alemanha e nao ir a festas populares é como ir ao Subway e nao comer um cookie. Ou ir a Portugal e nao comer na Portugália. Ou seja, muito má onda. (a minha onda até ir de férias é muito na base da comida)
Portanto, amigos e amigas do País das salsichas, procurem o calendário das festas e toca a corre-las todas. Vale a pena. Eu para o ano, vou fazer um Volksfest Sprint. Ninguém me vai agarrar.
Depois de um grande brainstorming centrado no meu estado quando me fui deitar, concluí que o coracao amarelo e o colar me saíram numa das barraquinhas de rifas, as bolinhas de sabao foi o premio de consolacao na barraquinha de dar tiros nuns patos de plástico. A irma do Bola diz que eu ainda me tinham calhado duas rosas, mas que as atirei para o palco enquanto gritava, armada em fan histérica, para o vocalista you are so hot (?). Pronto, é possível, nao digo que nao, pois estávamos com americanos. E eu achei-o giro, lá com aquele traje típico.
Só ainda nao consegui descobrir quem em fez as trancas. Estavam tao bonitas. E o pequeno Elvis?
Lembro-me ainda de andar de carrinhos de choque e ter andado a mostrar aos miúdos todos de aparelho nos dentes que lá andavam, como é que se anda de carrinhos de choque. Mas a volksfest valeu a pena pelo menos pelo algodao doce que comi novamente passados dez (?) anos.
Ontem foi uma alegria. Eu adoro festas populares. Aquela anonimidade, centenas de pessoas juntas numa tenda de cerveja a conviverem, a conversar sobre assuntos que nao interessam a ninguem e de que no dia seguinte já ninguém se lembra, mas toda a gente se diverte, canta e danca. E no Verao por aqui, sao festas atrás de festas. A um sábado de manha, basta levantar um pouco o nariz e seguir o rasto do cheiro a salsichas assadas. E fazer-se ao caminho.
É um fascínio para mim ver os alemaes a rir e a falar pelos cotovelos, por isso é que eu nunca perco a oportunidade de ir, mesmo quando tenho de ser eu a conduzir para lá chegarmos. Uma coisa que nao há em Portugal nas festas populares é uma banda que toca e canta, enquanto bebe ceveja e faz pequenos rituais com o público, tipo todos levantam as canecas ao mesmo tempo, dizem umas rezas e depois dois ou tres goles seguidos, isto a cada dez minutos. É engracado. E ao fim de várias horas é normal ver os alemaes todos descontrolados em cima dos bancos e das mesas aos saltos como se lhes tivessem dado à corda. Para eles o espectáculo é a banda, para mim, o espectáculo sao eles, isto intercalado pelas vezes em que o Bola cai ao chao, para trás ou para cima de alguem.
Mas viver na Alemanha e nao ir a festas populares é como ir ao Subway e nao comer um cookie. Ou ir a Portugal e nao comer na Portugália. Ou seja, muito má onda. (a minha onda até ir de férias é muito na base da comida)
Portanto, amigos e amigas do País das salsichas, procurem o calendário das festas e toca a corre-las todas. Vale a pena. Eu para o ano, vou fazer um Volksfest Sprint. Ninguém me vai agarrar.
Depois de um grande brainstorming centrado no meu estado quando me fui deitar, concluí que o coracao amarelo e o colar me saíram numa das barraquinhas de rifas, as bolinhas de sabao foi o premio de consolacao na barraquinha de dar tiros nuns patos de plástico. A irma do Bola diz que eu ainda me tinham calhado duas rosas, mas que as atirei para o palco enquanto gritava, armada em fan histérica, para o vocalista you are so hot (?). Pronto, é possível, nao digo que nao, pois estávamos com americanos. E eu achei-o giro, lá com aquele traje típico.
Só ainda nao consegui descobrir quem em fez as trancas. Estavam tao bonitas. E o pequeno Elvis?
Lembro-me ainda de andar de carrinhos de choque e ter andado a mostrar aos miúdos todos de aparelho nos dentes que lá andavam, como é que se anda de carrinhos de choque. Mas a volksfest valeu a pena pelo menos pelo algodao doce que comi novamente passados dez (?) anos.
sexta-feira, agosto 22, 2008
sábado que nao sabe a sábado
Alguem que me ajude e me esclareca porque é que quando a minha colega me perguntou se eu nao me importava de ir trabalhar amanha, eu nao disse que nao. É sexta-feira mas nem me posso sentir feliz por isso. Daqui a menos de uma hora, mergulho na cama e quando amanha me lembrar que é sábado, mas é como se nao fosse, vou desfazer os lencois às dentadas. E tinha planos tao bons para o dia de amanha... já me estava a ver em frente ao fogao a fazer panna cotta, a abrir a minha primeira vagem de baunilha, a fazer molho com framboesas. Vou trabalhar, porque sou uma pessoa consciente, o facto de o meu chefe regressar na segunda-feira com vontade de fazer muitas perguntas sobre papeis e números tambem tem alguma coisa a ver com isso.
Vou dormir na onda da frustracao, mas antes disso tenho de vos reencaminhar para um post giro, este.
Vou dormir na onda da frustracao, mas antes disso tenho de vos reencaminhar para um post giro, este.
quarta-feira, agosto 20, 2008
este copinho aqui
Ter de trabalhar no mes de Agosto é uma seca. Metade das pessoas aqui está de férias, mas no Brasil é uma época do ano como outra qualquer, é aliás, Inverno, e temos tanto trabalho como em qualquer outro mes. O meu telefone toca ininterruptamente a ponto de eu nao o atender e o deixar sem som por uma meia hora. Chegam as seis da tarde e eu olho lá para fora, com pena por ainda nao ter bem tudo pronto, para poder sair, ver o sol e vir para casa. Esta semana tem custado mais a passar, pois constipei-me no fim-de-semana e depois dos últimos tres dias, acredito vivamente que o meu corpo produz neste momento mais litros de ranho do que sangue ou H2O. O que me apetece mesmo a certas alturas do dia, é puxar todo o ranho para fora de mim, mas fazer isso é algo que eu só faria se tivesse a certeza que nao há ninguem num raio de 200 metros que me possa ouvir. Além do mais, uma dama nao escarra. Nem pronuncia palavra tao feia.
Durante estes dias, lembrei-me da altura em que eu e o Bola nos conhecemos e lembrei-me já várias vezes dos nossos tempos de companheiros de casa, quando eu fiquei pela primeira vez constipada. Ele trazia-me chazinho ao quarto e da primeira vez, trouxe-me a chávena com um chá que ele fazia sempre sem me dizer o sabor para eu (constipada que nem um peru, ou seja, sem paladar) adivinhar qual era, e um segundo copo vazio. Pos-me esse copo vazio na mesinha de cabeceira e disse-me, a olhar seriamente e se voces conhecessem o Bola daquela altura, saberiam que a frase que ele disse, que vem ja a seguir, nunca poderia ter sido uma piada:
- Este copo é para o ranho, quanto menos ranho o teu corpo tiver de expulsar, melhor, portanto cospe aqui tudo, para teu bem. (só faltou pedir para eu exemplificar na frente dele)
Lembro-me de enrolada nos cobertores e com estes puxados até às orelhas, a cena do copo me ter dado uma vontade enorme de me gregoriar toda. Mas ouvi caladinha, nao emiti um pio e pus umas canetas dentro do copo, para me distrair. E fixei-me nos chazinhos. E ainda hoje ele me traz chazinho à cama, desta feita nao com um copo a acompanhar mas uma caixa de lencos e uma revista intelectual das dele, para ver se é desta que eu me interesso pela política internacional (neverrrrr). Fiquei foi mais interessada em esperar que ele me trouxesse o próximo chá.
Eu preciso é de praia.
Durante estes dias, lembrei-me da altura em que eu e o Bola nos conhecemos e lembrei-me já várias vezes dos nossos tempos de companheiros de casa, quando eu fiquei pela primeira vez constipada. Ele trazia-me chazinho ao quarto e da primeira vez, trouxe-me a chávena com um chá que ele fazia sempre sem me dizer o sabor para eu (constipada que nem um peru, ou seja, sem paladar) adivinhar qual era, e um segundo copo vazio. Pos-me esse copo vazio na mesinha de cabeceira e disse-me, a olhar seriamente e se voces conhecessem o Bola daquela altura, saberiam que a frase que ele disse, que vem ja a seguir, nunca poderia ter sido uma piada:
- Este copo é para o ranho, quanto menos ranho o teu corpo tiver de expulsar, melhor, portanto cospe aqui tudo, para teu bem. (só faltou pedir para eu exemplificar na frente dele)
Lembro-me de enrolada nos cobertores e com estes puxados até às orelhas, a cena do copo me ter dado uma vontade enorme de me gregoriar toda. Mas ouvi caladinha, nao emiti um pio e pus umas canetas dentro do copo, para me distrair. E fixei-me nos chazinhos. E ainda hoje ele me traz chazinho à cama, desta feita nao com um copo a acompanhar mas uma caixa de lencos e uma revista intelectual das dele, para ver se é desta que eu me interesso pela política internacional (neverrrrr). Fiquei foi mais interessada em esperar que ele me trouxesse o próximo chá.
Eu preciso é de praia.
é para te comer melhor, minha netinha
Quando eu pensava que ter uma máquina secadora ia ser a solucao para quase todos os meus problemas relacionados com a tarefa doméstica que mais tempo me ocupa, eis que o Bola me mostra esticando os seus bracos, que afinal a secadora nao tem assim tanto de maravilhosa:
- Lavaste a minha sweat a 60 graus? Tá-me curta nos bracos!
Ao que eu respondi que nao, que ele devia ficar contente e nao de trombas, pois era sinal que ainda estava a crescer. E depois comecei a fazer algumas piadas e quase chorava de tanto rir pelo meio delas, tipo Bola, para que é que tens uns bracos tao grandes, é para me veres melhor?, ou a pedir para ele me ir buscar coisas que estao em prateleiras muito altas no supermercado. Depois disse-lhe que nao tinha de ficar complexado por ser braçudo, pois há meninos na escola que teem orelhas de abanador, ou nariz de papagaio, portanto ter bracos grandes nao é assim tao triste. É um dom. Além disso, quando eu tinha dez anos, passava na televisao uma série dum heroi que era o Plastic Man, os bracos dele esticavam e ele conseguia chegar a tudo. E eu achava o plastic man bem fixe. Quando crescesse, queria ser como o plastic man. Assim, tipo um tupperware com pernas.
É com muita alegria que constato que o meu Bola, que antes costumava ficar amuado com as minhas gracolas, desta vez, ouviu, riu-se assim como que a disfarcar e nao amuou como seria de esperar. Pois. Se nao és mais forte, junta-te a eles, já assim se diz, nao é verdade...o Bola agora pertence ao meu bando. Bola rocks.
foto daqui.
- Lavaste a minha sweat a 60 graus? Tá-me curta nos bracos!
Ao que eu respondi que nao, que ele devia ficar contente e nao de trombas, pois era sinal que ainda estava a crescer. E depois comecei a fazer algumas piadas e quase chorava de tanto rir pelo meio delas, tipo Bola, para que é que tens uns bracos tao grandes, é para me veres melhor?, ou a pedir para ele me ir buscar coisas que estao em prateleiras muito altas no supermercado. Depois disse-lhe que nao tinha de ficar complexado por ser braçudo, pois há meninos na escola que teem orelhas de abanador, ou nariz de papagaio, portanto ter bracos grandes nao é assim tao triste. É um dom. Além disso, quando eu tinha dez anos, passava na televisao uma série dum heroi que era o Plastic Man, os bracos dele esticavam e ele conseguia chegar a tudo. E eu achava o plastic man bem fixe. Quando crescesse, queria ser como o plastic man. Assim, tipo um tupperware com pernas.
É com muita alegria que constato que o meu Bola, que antes costumava ficar amuado com as minhas gracolas, desta vez, ouviu, riu-se assim como que a disfarcar e nao amuou como seria de esperar. Pois. Se nao és mais forte, junta-te a eles, já assim se diz, nao é verdade...o Bola agora pertence ao meu bando. Bola rocks.
foto daqui.
sábado, agosto 16, 2008
em planos
Daqui a exactamente meio ano conto estar por aqui. Aquela parte da 'mochila às costas' devia ser o Bola a brincar. Com aquele calorao e humidade e tendo eu um pé calcificado, certamente que era uma piada. Prometo fazer um diário de viajante e anotar com carinho todos os pormenores, inclusamente quantos indianos por dia já terei atirado contra a parede. (por serem chatos, e nao pelo bigode feio)
sexta-feira, agosto 15, 2008
fanhosa
No dia 15 de Agosto e eu com o aquecimento do carro ligado. Mas porque é que eu ainda me admiro? Gosto tanto daquelas noites tórridas de Verao em que abro as janelas todas... por causa destas mudancas de temperatura, estou constipada, com a garganta cheia de visco e a espirrar de vinte em vinte minutos. Como o Bola me tem dito que eu nao devo segurar os espirros porque ele leu na revista Maria, agora espirro em todas as direccoes, deixando o meu visco voar e aterrar onde calha. Algo me diz que este fim-de-semana vai ser passado entre o computador e a cama, mas apesar da garganta dorida, sempre é um fim-de-semana com descanso, sem o stress que tem sido o trabalho neste mes de Agosto.
Daqui a um mes vou passar duas semanas a Portugal, uma das quais será em Odeceixe, numa casa no meio do nada. A imagem romantica da minha pessoa a passar o serao deitada numa rede no jardim, onde só se ouvem os grilos, com uma caixa de pasteis de Belém dum lado e uma de ovos moles do outro, é o que me tem dado alento ao longo desta semana que acabou hoje.
No entanto, como a tosse é alguma e nao convem espirrar para cima do teclado, vou-me enfiar na cama tapada com dois edredóns, assim à homem, para transpirar todo o H2O do meu corpo e amanha acordar com a cama num estado nojento, mas eu fresca que nem uma alface.
Daqui a um mes vou passar duas semanas a Portugal, uma das quais será em Odeceixe, numa casa no meio do nada. A imagem romantica da minha pessoa a passar o serao deitada numa rede no jardim, onde só se ouvem os grilos, com uma caixa de pasteis de Belém dum lado e uma de ovos moles do outro, é o que me tem dado alento ao longo desta semana que acabou hoje.
No entanto, como a tosse é alguma e nao convem espirrar para cima do teclado, vou-me enfiar na cama tapada com dois edredóns, assim à homem, para transpirar todo o H2O do meu corpo e amanha acordar com a cama num estado nojento, mas eu fresca que nem uma alface.
segunda-feira, agosto 04, 2008
rúbrica tambem-se-aprende-no-blog
Para as amigas exiladas no país das salsichas... por muito que procurem por cá bom pao ralado, nunca vao encontrar. Portanto, recomenda-se que seja um dos itens a colocar na mala, sempre que regressam de férias da Terra Mae. Especialmente daquele com salsa e alho.
O pao ralado do país das salsichas lembra comida para galinhas, tenham cuidado.
O pao ralado do país das salsichas lembra comida para galinhas, tenham cuidado.
domingo, agosto 03, 2008
deve ser da idade
A semana nao comecou da melhor maneira. Aliás, foi uma semana má, devo dizer. Segunda-feira, diz-me um daqueles médicos chatos - fan da sua própria voz - que eu paralelamente ao meu hipotirodismo, tenho tambem uma doenca chamada doenca de hashimoto. E num monólogo de quase dez minutos, sem pausas (muito longo) alertou-me para todos os males, esfregou-me o pescoco com gel e fotografou-o por dentro, que é algo que me deixa sempre um pouco de pé atrás, pois outra pessoa saber mais acerca do meu interior do que eu, nao me agrada.
Terca-feira, nova fotografia por dentro, mas desta feita do meu pé. Depois de entrar risonha pelo consultório adentro, diz-me o médico com cara de caso, que olhava de perto o meu raio-x, (quase tao perto que eu ir jurar que a penca tocava no monitor) franzindo a sobrancelha para a sua assistente:
- Isto que vi aqui nao me agrada nada, sabe...
É que a mim agrada-me bastante, estive para dizer, mas contive-me e sentei-me ainda risonha, contando ao pormenor o meu mal, sem antes perguntar quao podre está o meu pé por dentro.
- Sabe sotor, caí dum muro (coitadinha) ou será que por ser pra si, convem que eu diga 'saltei'? Pois bem, saltei do muro com os pés desnivelados, esqueci-me que ja nao tinha sete anos, mas quase mais 15 em cima e quando aterrei no chao, senti que uma nova era comecava comigo e com o meu pé. Volvidos sete anos, aqui estou eu, aleijadinha e a precisar da sua ajuda.
Salto para cima da marquesa, descalca, e o médico, que nao era de deitar fora mas que tambem nao entra na minha lista mental dos 10 homens mais belos do planeta para ver jogar volei na praia de fio dental, comeca a esfregar o meu pé direito, a carregar aqui e ali e eis que, depois de nova ecografia que o fez franzir ainda mais a testa, ele fecha o meu pé nas suas duas maos enormes quase como que acariciá-lo, e me diz com um ar tao candido isto provavelmente é para operar. Eu, em estado de transe absoluto e como que hipnotizada, pois até hoje achava eu que ninguem me podia tocar nos pés, respondo com a voz assim que sumida ai ééééé.... Engracado... As coisas que uma pessoa ouve. Só depois de ele me largar o pé, é que caí em mim e histérica perguntei quase no limiar do grito COMO? OPERADA? EU? Deve ser do calor, mas eu nao sou pessoa para ser operada, isso nao é a minha onda. Tenha paciencia, mas assim nao brinco mais. Foi um prazer, gostei da massagem, mas vou ter de me ir embora. Isto foi metade da minha semana. A segunda metade foi pautada pela história de ódio causada pela minha vizinha que me veio dizer à janela que eu nao podia montar a minha antena parabólica. Conto essa história depois de ter decidido como me vou vingar dela, se enchendo a caixa do correia dela de abelhas ou colocando óleo à saída do apartamento dela. Ainda nao consegui pensar em nada mau demais. Mas de certeza que chego lá.
Terca-feira, nova fotografia por dentro, mas desta feita do meu pé. Depois de entrar risonha pelo consultório adentro, diz-me o médico com cara de caso, que olhava de perto o meu raio-x, (quase tao perto que eu ir jurar que a penca tocava no monitor) franzindo a sobrancelha para a sua assistente:
- Isto que vi aqui nao me agrada nada, sabe...
É que a mim agrada-me bastante, estive para dizer, mas contive-me e sentei-me ainda risonha, contando ao pormenor o meu mal, sem antes perguntar quao podre está o meu pé por dentro.
- Sabe sotor, caí dum muro (coitadinha) ou será que por ser pra si, convem que eu diga 'saltei'? Pois bem, saltei do muro com os pés desnivelados, esqueci-me que ja nao tinha sete anos, mas quase mais 15 em cima e quando aterrei no chao, senti que uma nova era comecava comigo e com o meu pé. Volvidos sete anos, aqui estou eu, aleijadinha e a precisar da sua ajuda.
Salto para cima da marquesa, descalca, e o médico, que nao era de deitar fora mas que tambem nao entra na minha lista mental dos 10 homens mais belos do planeta para ver jogar volei na praia de fio dental, comeca a esfregar o meu pé direito, a carregar aqui e ali e eis que, depois de nova ecografia que o fez franzir ainda mais a testa, ele fecha o meu pé nas suas duas maos enormes quase como que acariciá-lo, e me diz com um ar tao candido isto provavelmente é para operar. Eu, em estado de transe absoluto e como que hipnotizada, pois até hoje achava eu que ninguem me podia tocar nos pés, respondo com a voz assim que sumida ai ééééé.... Engracado... As coisas que uma pessoa ouve. Só depois de ele me largar o pé, é que caí em mim e histérica perguntei quase no limiar do grito COMO? OPERADA? EU? Deve ser do calor, mas eu nao sou pessoa para ser operada, isso nao é a minha onda. Tenha paciencia, mas assim nao brinco mais. Foi um prazer, gostei da massagem, mas vou ter de me ir embora. Isto foi metade da minha semana. A segunda metade foi pautada pela história de ódio causada pela minha vizinha que me veio dizer à janela que eu nao podia montar a minha antena parabólica. Conto essa história depois de ter decidido como me vou vingar dela, se enchendo a caixa do correia dela de abelhas ou colocando óleo à saída do apartamento dela. Ainda nao consegui pensar em nada mau demais. Mas de certeza que chego lá.
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