Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, agosto 20, 2008

este copinho aqui

Ter de trabalhar no mes de Agosto é uma seca. Metade das pessoas aqui está de férias, mas no Brasil é uma época do ano como outra qualquer, é aliás, Inverno, e temos tanto trabalho como em qualquer outro mes. O meu telefone toca ininterruptamente a ponto de eu nao o atender e o deixar sem som por uma meia hora. Chegam as seis da tarde e eu olho lá para fora, com pena por ainda nao ter bem tudo pronto, para poder sair, ver o sol e vir para casa. Esta semana tem custado mais a passar, pois constipei-me no fim-de-semana e depois dos últimos tres dias, acredito vivamente que o meu corpo produz neste momento mais litros de ranho do que sangue ou H2O. O que me apetece mesmo a certas alturas do dia, é puxar todo o ranho para fora de mim, mas fazer isso é algo que eu só faria se tivesse a certeza que nao há ninguem num raio de 200 metros que me possa ouvir. Além do mais, uma dama nao escarra. Nem pronuncia palavra tao feia.
Durante estes dias, lembrei-me da altura em que eu e o Bola nos conhecemos e lembrei-me já várias vezes dos nossos tempos de companheiros de casa, quando eu fiquei pela primeira vez constipada. Ele trazia-me chazinho ao quarto e da primeira vez, trouxe-me a chávena com um chá que ele fazia sempre sem me dizer o sabor para eu (constipada que nem um peru, ou seja, sem paladar) adivinhar qual era, e um segundo copo vazio. Pos-me esse copo vazio na mesinha de cabeceira e disse-me, a olhar seriamente e se voces conhecessem o Bola daquela altura, saberiam que a frase que ele disse, que vem ja a seguir, nunca poderia ter sido uma piada:
- Este copo é para o ranho, quanto menos ranho o teu corpo tiver de expulsar, melhor, portanto cospe aqui tudo, para teu bem. (só faltou pedir para eu exemplificar na frente dele)
Lembro-me de enrolada nos cobertores e com estes puxados até às orelhas, a cena do copo me ter dado uma vontade enorme de me gregoriar toda. Mas ouvi caladinha, nao emiti um pio e pus umas canetas dentro do copo, para me distrair. E fixei-me nos chazinhos. E ainda hoje ele me traz chazinho à cama, desta feita nao com um copo a acompanhar mas uma caixa de lencos e uma revista intelectual das dele, para ver se é desta que eu me interesso pela política internacional (neverrrrr). Fiquei foi mais interessada em esperar que ele me trouxesse o próximo chá.
Eu preciso é de praia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Essa tua história do ranho/escarro fez-me lembrar aquela anedota onde todos custiam/escarravam para um balde e houve um que ficou com um pingo na boca, chupou, e veio tudo o que lá estava.
Brrrr... que nojo.

hihi... só apetece gregoriar.

As melhoras.

Anónimo disse...

(cuspiam)

Anónimo disse...

(cuspiam)

Meow disse...

Ai, ai, Minhoca, vê lá se melhoras!

Anónimo disse...

Ele trata-te tão bem :) Já tu tratas mal as pessoas e despachas as que não gostas pelo telefone, por exemplo: eu!

Filipa disse...

lol lol, essa do copinho tá demais...
ainda assim, não deixa de ser romântico o teu post...