Ter de trabalhar no mes de Agosto é uma seca. Metade das pessoas aqui está de férias, mas no Brasil é uma época do ano como outra qualquer, é aliás, Inverno, e temos tanto trabalho como em qualquer outro mes. O meu telefone toca ininterruptamente a ponto de eu nao o atender e o deixar sem som por uma meia hora. Chegam as seis da tarde e eu olho lá para fora, com pena por ainda nao ter bem tudo pronto, para poder sair, ver o sol e vir para casa. Esta semana tem custado mais a passar, pois constipei-me no fim-de-semana e depois dos últimos tres dias, acredito vivamente que o meu corpo produz neste momento mais litros de ranho do que sangue ou H2O. O que me apetece mesmo a certas alturas do dia, é puxar todo o ranho para fora de mim, mas fazer isso é algo que eu só faria se tivesse a certeza que nao há ninguem num raio de 200 metros que me possa ouvir. Além do mais, uma dama nao escarra. Nem pronuncia palavra tao feia.
Durante estes dias, lembrei-me da altura em que eu e o Bola nos conhecemos e lembrei-me já várias vezes dos nossos tempos de companheiros de casa, quando eu fiquei pela primeira vez constipada. Ele trazia-me chazinho ao quarto e da primeira vez, trouxe-me a chávena com um chá que ele fazia sempre sem me dizer o sabor para eu (constipada que nem um peru, ou seja, sem paladar) adivinhar qual era, e um segundo copo vazio. Pos-me esse copo vazio na mesinha de cabeceira e disse-me, a olhar seriamente e se voces conhecessem o Bola daquela altura, saberiam que a frase que ele disse, que vem ja a seguir, nunca poderia ter sido uma piada:
- Este copo é para o ranho, quanto menos ranho o teu corpo tiver de expulsar, melhor, portanto cospe aqui tudo, para teu bem. (só faltou pedir para eu exemplificar na frente dele)
Lembro-me de enrolada nos cobertores e com estes puxados até às orelhas, a cena do copo me ter dado uma vontade enorme de me gregoriar toda. Mas ouvi caladinha, nao emiti um pio e pus umas canetas dentro do copo, para me distrair. E fixei-me nos chazinhos. E ainda hoje ele me traz chazinho à cama, desta feita nao com um copo a acompanhar mas uma caixa de lencos e uma revista intelectual das dele, para ver se é desta que eu me interesso pela política internacional (neverrrrr). Fiquei foi mais interessada em esperar que ele me trouxesse o próximo chá.
Eu preciso é de praia.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
quarta-feira, agosto 20, 2008
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6 comentários:
Essa tua história do ranho/escarro fez-me lembrar aquela anedota onde todos custiam/escarravam para um balde e houve um que ficou com um pingo na boca, chupou, e veio tudo o que lá estava.
Brrrr... que nojo.
hihi... só apetece gregoriar.
As melhoras.
(cuspiam)
(cuspiam)
Ai, ai, Minhoca, vê lá se melhoras!
Ele trata-te tão bem :) Já tu tratas mal as pessoas e despachas as que não gostas pelo telefone, por exemplo: eu!
lol lol, essa do copinho tá demais...
ainda assim, não deixa de ser romântico o teu post...
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