Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

terça-feira, abril 28, 2009

Eu gostava tanto

de ter mais tempo para mim... tercas e quintas dou aula depois do trabalho, ficando apenas com segunda e quarta para fazer coisas que nunca a fazer, pois quando me sento no sofá, estou tao consada que só me apetece comer de olhos fechados e ir dormir. À sexta venho a correr para casa, porque tenho de fazer a mala para irmos nao sei para onde.
Quando é que passo a ter mais tempo, para fazer unhas, procurar sapatos no ebay, papar séries Fox e vir aqui postar sobre a gaja da farmácia que é a irma gémea da cantora (?) Micaela?

quinta-feira, abril 16, 2009

always the bright side

A chuva em dias quentes inspira-me, apura-me os meus sentidos, quando dou por mim tenho a cabeca a mil. O cansaco do dia longo apaga-se e sinto-me tao fresca como a erva do lado de fora do meu quarto, como se tivesse dormido horas. Penduro-me na varanda a inalar o odor maravilhoso que emana do chao lá fora, que acaba por se confundir com o cheiro do bolo de cenoura e noz que coze no forno, e que pretendo comer todo sozinha. Depois vejo os trovoes e lembro-me com ternura daquelas alturas em que trovejava tanto que a luz se apagava na cidade toda, e a minha Mae tinha de ir atrás das velas com o seu jeito braille, para nós podermos acabar de fazer os deveres. Claro que nao tínhamos medo, os meus Pais diziam-nos que nao havia problema e eles eram grandes e nós pequenos, portanto nao havia razao para ter medo da trovoada.
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As últimas duas semanas teem sido um tanto quanto stressantes, porque o carro tem-nos dado algumas dores de cabeca, a mim, mas especialmente ao Bola, pois o homem alemao sem carro sente-se nu. Eu nao me importo que ele se sinta, pois nu é quando eu tenho mais tendencia a gostar dele. No espaco de dois meses, o carro teve de ir à oficina quatro vezes. Em tres das quatro, foi-lhe substituído o turbo. À quarta, parámos para pensar.Afinal, costuma-se dizer que um dos sinais de demencia é a repeticao constante de um comportamento, esperando resultados diferentes. E como nem eu nem o Bola nos achamos dementes nem temos a carteira cheia de notas de cem euros, achámos que estava na altura de fazer uma pausa para reflexao. Daquelas com um café, uma fatia de bolo e suposicoes de todos os cenários possíveis. O chamado momento 'e se...'
- Podias levar o carro à oficina do Sven, perto do teu trabalho antigo...
- O Sven? O Sven que conserta bicicletas?! (fulo)
- Pois.... hmmm.... mas nao é tudo meios de transporte?
- Hã? (muito fulo)
- Pronto, esquece, é que eu sou adepta das segundas opinioes e ter o mesmo incompetente a trocar a mesma peca tres vezes, parece-me um pouco demais.

Depois de vários hesitacoes, decidimos trocar o carro 'velho' por um novo, entregando tambem o outro carro mais velho ainda que está parado à porta de casa há dois meses, pois há que aproveitar agora que o estado alemao oferece dois mil e quinhentos euros para mandar carros com mais de nove anos para a sucata. Agora ando com um rental Chrysler de 1965 que parece uma banheira e que me obriga a dar a volta ao quarteirao para estacionar.
Bom, a verdade é que ponho-me a ver o Into the Wild, oico alguns problemas de colegas no trabalho e sinto-me ridícula por me queixar por ter de comprar um carro novo. Como se isso algum dia fosse um problema. Problema é estar em Portugal agora e passar frio. Eh eh...

susan


Chove torrencialmente lá fora, abri as janelas todas da casa, para que o cheiro da terra molhada entrasse pela casa adentro e só daqui a duas horas se volte a esvanecer. A banda sonora nao podia ter sido melhor, com o meu coracao todo derretido. Com lágrimas, vao ver aqui. Deus existe mesmo.

quarta-feira, abril 15, 2009

pevide


Depois de duas semanas a laurear a pevide ao sol, está-me a querer parecer que é tempo de voltar a encarar este blog como parte integrante da minha vida. É tao bom poder dizer que o País das Salsichas está coberto de sol e Primavera, enquanto voces aí no jardim à beira-mar plantado se embrulham nos vossos cobertores e se deprimem com o cinzento do céu. Aqui é ouvir os passarinhos aos berros uns para os outros e eu comeco a achar que nao sao só os pássaros, lá no trabalho algumas colegas minhas trazem uns decotes e enroscam-se de tal forma pelos móveis lá do escritório, como que a deixar escapar uma sensualidade vergonhosa, digna dos anúncios dos telefones eróticos.
Tive cá os meus pais de visita e tenho passado muito tempo lá fora cá dentro, se é que me entendem.

sábado, abril 11, 2009

já andava a sentir falta

nao de filmes que me fizessem rir mas parar para pensar.

quinta-feira, abril 09, 2009

no orvalho

Porque é que as pessoas de idade vao todas a correr para o supermercado às nove da manha? Eu só queria pao e leite e isso deu-me direito a secar na fila, esperando que os avozinhos comprassem os ovos de Páscoa todos no lidl com medo que acabassem, afinal a Páscoa é já depois de amanha, ou amanha, ou hoje já, ou domingo.
E entao, amigos, com a Páscoa, ou melhor, antes dela mesmo, a Primavera chegou ao País das Salsichas e inundou toda a gente de boa disposicao, erva muito verde, flores e passarinhos. Os coelhos saíram da toca e, ao que parece, já comecaram a fazer o que Deus tao bem a todos nos disse, para irmos e nos multiplicarmos.
Foi com muita alegria que verifiquei que no jardim à beira mal plantado faz(ia) frio e aqui o sol brilha por todos os lados. Como nas Salsichas a segunda-feira de Páscoa também é feriado, estou-me a preparar para no sábado viver mais um assalto ao supermercado. As pessoas compram como se nao houvesse amanha, o que seria passando da metáfora à realidade nua, compram para quatro dias seguidos sem supermercado, num país onde num feriado tudo fecha, sendo que comprar aquele pacote de leite de emergencia, só nas bombas de gasolina, pelo dobro do preco. Além disso, no sábado, todos os ovos de Páscoa vao estar a metade do preco, porque já é Páscoa e aí fica tudo doido, a comprar ovos já para a Páscoa de 2010.
Eu hoje estou de férias e ainda nao sei bem o que fazer a pé antes das dez da manha. Sinto-me perdida. Preciso da Fátima Lopes. Ou da Maya, ou do Manuel Luís Goucha. Algo que me de adrenalina, que esta tiróide nao dá grande pica. Ou entao, vou para a janela ver os que os meus vizinhos da frente estao a fazer.