Estávamos no Outono de 2003. Eu tinha vindo a Munique visitar o Bola, pouco tempo depois de ele ter chegado à conclusao de que nao podia viver sem mim. E eu, pronto, aceitei. Talvez ele tenha razao e nao esteja a exagerar, pensei para mim. Vim visitá-lo pela primeira vez no seu habitat. Conheci os pais dele e os irmaos, que aparentemente estavam muito curiosos em relacao à minha pessoa. E agradecidos. E surpresos. Passaram meses a questionar-se como seria eu.
Depois de uns dias muito bem passados, a passear, a andar a pé quilómetros, a ter um Bola sempre muito cuidadoso comigo, a vestir-me o casaco sempre que saímos para algum lado, por outro lado a despir-me o casaco sempre que... esqueci-me. Depois de uma semana em cheio, na véspera de eu me ir embora, fomos sair à noite com uns amigos dele. Como estávamos num Irish pub, em noite de karaoke, eu com a minha chantagem de que me ia embora e queria levar a recordacao dele a cantar para mim, quase o consegui convencer a cantar-me qualquer coisa. Os temas que eu queria nao lhe agradaram muito, ele nao estava virado para romantismo. Vai daí, já quase no final da noite, eu esgueirei-me ao palco para dar uma palavrinha ao mestre do karaoke. E foi assim que sem eu saber que me estava a preparar para viver o primeiro trauma dele comigo, ouvimos chamar no meio da multidao o nosso próximo artista é o Bola que vai cantar para a sua namorada que está de partida amanha, de regresso a Portugal. O Bola estava-se a rir lá num canto do balcao, à espera que lhe servissem mais uma cerveja, nem percebeu que era para ele. Quando o comecaram a empurrar para o palco, ele só perguntava alto eu? qual musica?eu sei a letra?eu nao sei a letra!!!! ponham lá isso, pronto. Nunca mais volto cá.
O que saiu dali foi um misto de horroroso com hilariante.
Every breath you take
Every move you make
Every bond you break
Every step you take
Ill be watching you...............
Só sei que há algures uma foto que eu perdi, da minha cara na altura do oh cant you seeeeeeeee, you belong to meeeeeeee... normalmente a foto explica tudo. Foi aí que eu percebi que ele nao tinha ritmo, que quando canta, o faz sempre num tom acima ou abaixo. HO RRI VEL. Amoroso, ao mesmo tempo. Só me ocorre, Meu Deus, ele nao sabe mesmo cantar. Este gajo nunca teria sobrevivido a catequese. E é algo que nao melhora com o tempo. Num concerto do Ben Harper, há 2 ou 3 anos, ele cantava-me ao ouvido uma das músicas e eu estava a ver que era desta que fazia xixi pelas pernas abaixo, por tanto ter de controlar os risos e os espasmos provocados por ele.
E desde o dia 7 de Outubro de 2003 que nunca mais ousei levá-lo ao karaoke. Pronto.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
domingo, março 08, 2009
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2 comentários:
Ohhh Minhoca!! Mas repara, mesmo sabendo ele que é um desastre no ritmo (pois que ele deve saber, ora todos sabemos muito bem os nossos pontos fracos) cantou para ti, só para ti no concerto do Ben Harper... o amor é lindo!! :)
cà eu não reclamo, cantem pra mim, façam-me o jantar, dêem-me beijinhos sem razão aparente, acordem-me sem razão a meio da noite... mas mimen-me! muito!
ola
chamo me fatima e adoro o teu blog...achei particular piada a este post.. por me lembrar de um episodio da ally mcbeal,.. em que o namorado lhe faz exactamente o mesmo.. se quiseres ateh o podes ver no you tube.... e tambem me fez lembrar uma cena de karaokke num filme recente que vi... com a hilary swank ... genial.. se puderes vê... vou passeando por aqui.. um beijo fatima m.
e mais... achei ternurento o minhoca.. pois eh o nome que o meu marido/namorado me dá....
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