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Ontem foi uma alegria. Eu adoro festas populares. Aquela anonimidade, centenas de pessoas juntas numa tenda de cerveja a conviverem, a conversar sobre assuntos que nao interessam a ninguem e de que no dia seguinte já ninguém se lembra, mas toda a gente se diverte, canta e danca. E no Verao por aqui, sao festas atrás de festas. A um sábado de manha, basta levantar um pouco o nariz e seguir o rasto do cheiro a salsichas assadas. E fazer-se ao caminho.
É um fascínio para mim ver os alemaes a rir e a falar pelos cotovelos, por isso é que eu nunca perco a oportunidade de ir, mesmo quando tenho de ser eu a conduzir para lá chegarmos. Uma coisa que nao há em Portugal nas festas populares é uma banda que toca e canta, enquanto bebe ceveja e faz pequenos rituais com o público, tipo todos levantam as canecas ao mesmo tempo, dizem umas rezas e depois dois ou tres goles seguidos, isto a cada dez minutos. É engracado. E ao fim de várias horas é normal ver os alemaes todos descontrolados em cima dos bancos e das mesas aos saltos como se lhes tivessem dado à corda. Para eles o espectáculo é a banda, para mim, o espectáculo sao eles, isto intercalado pelas vezes em que o Bola cai ao chao, para trás ou para cima de alguem.
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Mas viver na Alemanha e nao ir a festas populares é como ir ao Subway e nao comer um cookie. Ou ir a Portugal e nao comer na Portugália. Ou seja, muito má onda. (a minha onda até ir de férias é muito na base da comida)
Portanto, amigos e amigas do País das salsichas, procurem o calendário das festas e toca a corre-las todas. Vale a pena. Eu para o ano, vou fazer um Volksfest Sprint. Ninguém me vai agarrar.
Depois de um grande brainstorming centrado no meu estado quando me fui deitar, concluí que o coracao amarelo e o colar me saíram numa das barraquinhas de rifas, as bolinhas de sabao foi o premio de consolacao na barraquinha de dar tiros nuns patos de plástico. A irma do Bola diz que eu ainda me tinham calhado duas rosas, mas que as atirei para o palco enquanto gritava, armada em fan histérica, para o vocalista you are so hot (?). Pronto, é possível, nao digo que nao, pois estávamos com americanos. E eu achei-o giro, lá com aquele traje típico.
Só ainda nao consegui descobrir quem em fez as trancas. Estavam tao bonitas. E o pequeno Elvis?
Lembro-me ainda de andar de carrinhos de choque e ter andado a mostrar aos miúdos todos de aparelho nos dentes que lá andavam, como é que se anda de carrinhos de choque. Mas a volksfest valeu a pena pelo menos pelo algodao doce que comi novamente passados dez (?) anos.
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