Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

domingo, dezembro 30, 2007

resoluções, tinha de ser

E as resoluções de ano novo, este ano não há? Ah, bem me parecia que havia aí qualquer coisa. Eu acho que tinha mais resoluções no ano passado, mas pronto, ainda se arranja qualquer coisa.
Ora bem, em 2008 é urgente perder peso. Oh que surpresa. Não é preciso ser muitos quilos, nada disso. Assim, tipo 5. Cinco quilos é aceitável, não é? É o peso daqueles garrafões de cinco litros, que fui com o meu pai há uns dias encher à fonte. E retirar um peso com esse total do meu corpo seria mais do que suficiente, eu sou quase uma modelo daquelas que vêem na la redoute com cara de quem tem mesmo mau feitio. Para quê serem tão esbeltas quando depois têm tão mau feitio? Não percebo. Nunca têm ar de simpáticas. Estúpidas.
Mas o que eu queria mesmo saber é se quando temos a mesma resolução dois anos seguidos sem a cumprir, ainda a podemos nomear uma terceira vez... será que dá? É que não é só esta do perder peso. É também aquela outra de praticar desporto. Eu gostava (cof cof) tanto. Pilates e tal... tá tão na moda. Transpirar é que é tá na moda. Uma sauna também não era má ideia se eu não fosse claustrofóbica.
Em 2008 gostava também de desenvolver um hobby de carácter musical. A pressão na casa paterna eleva-se de uma forma brutal. Sempre que venho cá, dou-me conta que cada um dos meus irmãos tem o seu instrumento e eu sou a única que fica agarrada às páginas da Caras enquanto eles tocam. Já pensei em trazer uns ferrinhos ou uma pandeireta, para isto não ficar tão desequilibrado. A minha irmã senta-se ao piano, o meu irmão toca saxofone e a minha irmã mais nova viola. Armados em família Von Trapp. Eu cantava, se me deixassem... como diz a minha sogra, se eu gosto de cantar, as pessoas deviam deixar-me, pois cantar faz as pessoas felizes. E logo agora que com a passagem de ano não me sinto a minhoca mais feliz dessas maçãs podres que praí andam...
Em 2008 vou mudar de cidade, começar um emprego novo e ainda não sei que mais surpresas o ano me reserva. Mas não me queixo do ano que passou. Superou as minhas expectativas. Como último desejo, gostava de pedir à fada das resoluções que me realizasse o desejo de me embalarem em vácuo com a cabeça de fora. É algo em que penso todos os dias. Porquê não sei.
Ah, e neste ano que aí vem o Bola quer comprar um carro novo. Seat Leon. É favor deixarem aí nos comentários as más experiências que tiveram com o carro, quem as teve, façavor.

ele até piano toca

Com o final do ano e tal, há a tendência para a pieguice desenfreada (ai aí não?) por isso é que eu me atrevo a pôr aqui uma cançãozinha para todas aquelas que esperam, como eu, em vão, pelo dia em que alguém (no caso ideal, aquele por quem o nosso coração chama) nos canta algo parecido ao piano. Sim, convém que seja ao piano. Uma guitarra já não caía tão bem.
Este foi o meu filme de Natal.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

não dá para saltar o fim-d'ano?

Uma das vantagens de não morar em Portugal é que quando cá venho, nunca tenho frio. De todo. Nunca. Desde que cheguei, ainda não tive frio. De manhã, todos os dias depois de acordar, vou-me sentar num banco no alpendre da parte de trás da casa e ali fico sentada, de pijama e pantufas. Sem frio nem termotebe. A apreciar a calma, a contemplar a vinha do vizinho do lado, o tal que no fim-de-ano, à meia-noite desata aos tiros, deixando a minha mãe com o coração nas mãos e as mãos, essas, a barrarem-nos as portas para não nos deixar ir para o jardim, para não levarmos com um balázio no rabo. Gosto de cheirar o ar que aqui, na terra do galo mais sexy do mundo, tem sempre um cheiro próprio. Às vezes, a queimado, outras vezes a nevoeiro, ou consoante a estação do ano, a qualquer outra coisa. O ar aqui em Portugal tem cheiro, seja em que estação for. Agora me dou conta. Na Alemanha nunca cheira a Inverno. Eu cheiro aquilo que é suposto não cheirar a nada, assim tipo nevoeiro e neve. Quando está para nevar, cheira-me sempre.
Assim como me cheira que o meu fim-de-ano vai ser assim pró secante. Eu nao queria passar o fim-de-ano na Alemanha. Eu andava ainda a decidir em que dia regressar das férias do Natal quando o Bola me diz que já tinha comprado o seu bilhete com regresso a 31 para passarmos a o fim do ano juntos. Romântico, porém desnecessário. Com os amigos dele, em casa deles, assim pro hippie. Apesar de eu ser toda make love not war, não tenho muito em comum com eles. E não me refiro à parte de eu não conseguir estar a menos de um metro do cabelo - ninho de ratos - de alguém com rastas. Eles são pessoas normalíssimas, mas na verdade temos pouco em comum. Por exemplo, eles gostam de preto, eu é mais de vermelho e azul. Eles dizem para quem quiser ouvir que o Pai-Natal não existe e eu SEI que ele existe. Além destes motivos já fortes q.b., não gostei que me tivessem ficado com um toalhão de banho que lá deixei há precisamente um ano. Fico com um pó a pessoas que não devolvem as coisas, mas isso é tema para outro - possivelmente repetido - post. Bom, como vou ter de gramar com os amigos hippies dele na passagem de ano e ter de tentar ser cool, o que nem semopre é fácil, parece-me que tenho duas hipóteses: a)a mais aplaudida e imitada por tantos outros dada a ocasiao: embebedar-me; b)... pois, não há b. Desta vez, não há opções, sendo que não vou poder aquilo que eu mais gostava de fazer. Dormir. Aterrar na cama e acordar no novo ano.
Sou daquelas pessoas anti-festejos-de-fim-de-ano. Há quem prefira termos como insossa ou choca.
Agora vou ali fazer a minha lista das 5 resolucões para 2008. É um must. Combinei com o Bola que vamos trocar impressões acerca das resoluções de cada um, na viagem de comboio para casa, na terça-feira. Cinco resoluções cada um.
Agora deixo-vos um tema de alegria para ouvir alto e mexer a cabeça assim prá frente como aqueles cãezinhos que nós, portugueses emigrantes que falam a língua estrangeira bem alto quando vamos pagar na massimo dutti para todos ouvirmos bem, trazemos na parte de trás do carro, a abanar a cabecinha. Haja alegria!
Será normal eu ter isto em repeat?

Entre outras razoes pelas quais eu preciso de vir regularmente a casa, é tudo aquilo que o Vitinho por exemplo, simboliza. Eu nao era assim muito pequena na altura deste Vitinho, mas era pequena. E tenho saudades desse tempo, tantas, que às vezes quase que arranco um dente à força para o deixar debaixo da almofada para a fada dos dentes me realizar este desejo. Isto é incrivelmente infantil, eu sei, mas tenho saudades de morar em casa dos meus pais, de nao ter preocupações, de não ter contas para pagar nem decisões à espera de serem tomadas. Tenho saudades de nao ter assinatura e de não precisar dela para nada. Saudades de sonhar com o quando eu for grande. Saudades de não precisar de bilhetes de avião. Muito menos da Ibéria. Apetecia-me ser o Vitinho. Até na parte que desliza nu pelo lençol abaixo. Acima de tudo, apetecia-me muito voltar a ser criança. Esfolar os joelhos. Ouvir as cassetes dos Ondachoc até a fita romper. Ver o Duarte & Companhia e achar aquilo super fixe. Sonhar com o Michael Knight.
Os meus sacam dos vídeos de quando eu tinha dez anos e depois dá nisto, nesta recusa de viver o presente. Ter saudades é uma chatice.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

fantasias de Natal, qual é a tua?

Os dias de Natal têm sido maravilhosos. Lareira. Pão de queijo. Rabanadas. Polvo frito. Lareira. Sofás ergonómicos que respondem às minhas ordens. Deita. Levanta. Deita outra vez. Dormir até tarde. Ficar a pé até tarde. Estar na casa com as vozes que eu conheco. Para alem das minhas. Lareira. Filmes de Natal. Ver filmes repetidos. Ouvir quem toca piano. Os manos. Os pais. Arrancar mais uma fantasia da árvore. Era a última. Amanha é preciso comprar mais, mas só da imperial, por favor. As outras nao andam nem perto. Nem tinham um anúncio de televisão tão giro como este do ... e comeu. As ruas do Porto. A árvore de Natal do Porto. As pastelarias do Porto. Os croissants do Porto. As retrosarias do Porto e os collants maravilhosos por menos de três euros. O bolhao e o sotaque de que nao gosto. A linha do Douro. O cheiro do frio, que não é frio, sabem lá vocês o que é frio por cá. Cachecol cá é decoração. O teclado com acentos. Os posts com acento.
E termino com o título do post. A minha é com o Ricardo Araújo Pereira, um nome que não me canso de repetir, de franjinha, com aquele tique dele à cromo do anúncio do sapo. Se o Ricardo nao puder, pode ser o David Fonseca a assobiar como faz no início do seu novo tema, aí apareco eu e ensino-o como se pronuncia superstar, sem fechar a boca.

domingo, dezembro 23, 2007

encomendas de todos os tamanhos

Se eu tenho a opcao de aparecer em casa dos meus pais, sem avisar, antes do Natal, dentro de uma caixa de cartao, porque haveria de querer que ele soubessem antes, aparecendo da forma mais banal possivel, de mala na mao pela porta adentro? Nao. Sem piada. Um bem-hajas ao efeito surpresa! E posto isto, posso agora depois destes dias de ausencia contar que estou em Portugal e que nao fui passar o Natal a Moscovo. O Bola é amoroso, como só ele sabe ser aos domingos, e há duas semanas atrás convenceu-me a vir passar o Natal a casa. E eu nao insisti muito em ir a Moscovo, para que forcar algo perante o qual o meu coracao se enrugava e comecava a ficar pequenino?
E entao dei 5 euros à minha irma para ela me arranjar uma caixa onde eu coubesse para prepararmos o nosso número. E assim foi, apareci em casa, com a ajuda dela, dentro de uma caixa de cartao com um grande laco em cima. A minha mae teve uma reaccao que deixou todos com um pouco de medo, a certa altura pensei que ela voltasse a fechar a caixa e me despachasse para o posto dos correios mais próxims, mas surpresas destas nao contemplam devolucoes. A minha mae nao é a melhor amiga das surpresas, pronto. Mas já me sentou ao colo dela e me convenceu que gostou muito da surpresa. E que infelizmente, a máquina de secar fica para a proxima.
Quando se tem uma caixa do nosso tamanho, é difícil parar de insistir em saltar para dentro dela sempre que aparece alguem novo.
Tou em família, tá calor, o sol brilha e já mimei o estomago com todas aquelas coisas com que vou sonhando no país das salsichas. Só me falta mesmo o Bola, mas por dez dias sabe bem viver sem traducoes.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

tantas meninas, assim de repente

O jantar com as minhas colegas correu bem. Gostaram da comida, só faltou raparem o tacho. No final, ainda rematámos com um vinho do Porto de 1999, que elas mandaram abaixo como aquilo fosse um schnapps.
- Suas brutas, é para saborear e nao para despejar! Vamos lá beber outro mas desta vez como deve ser.
Depois, como elas nao mostraram grande interesse no sessao de fotos da minha infancia, que eu tinha preparado para lhes mostrar, na temática para-nos-conhecermos-melhor, ficámos na sala sentadinhas a fazer o que as gajas fazem de melhor quando de juntam. A falar mal umas das outras, portanto. Bom, nao foi bem falar mal (que é outra coisa que nós dizemos, pra sermos politicamente correctas), foi falar a verdade. Um especial obrigada ao Bola que cozinhou lindamente e se enquadrou, conseguindo quase ser one of the girls, por uma noite. Até na história dos tampoes, ele nao me desiludiu, ouviu, rindo-se, sem fazer aquele esgar de nojo que o sexo oposto faz quando se mencionam palavras como fluxo, tampoes, período ou ovulacao. Uma colega minha, quando morou nos Estados Unidos, na falta dos tradicionais ob's (marca dos tampoes, que eu imagino que seja o signficiado para O.h que B.om) teve de usar tampax e como nao sabia que o aplicador era só para ser usado como tal, enfiou aquilo tudo para dentro de si e só algumas horas depois achou que algo nao estava bem. Um certo desconforto. Uma história bonita, que me fez sentir saudades da revista Maria, essa revista do povo, pocket-size, que cabe em qualquer carteira e que traz fotos dos bebés mais bonitos do mes. Tao lindo.
Deitei-me tarde, acordei com sono, fiz uma malha na meia-calca (collants diz quem é sofisticado) e tenho uma cozinha que causaria arrepios a pessoas com a mania da organizacao. E on top of that, logo tenho aula de ingles, por isso vou corrigir TPC's de desde há 6 semanas e rir-me um bocado com as asneiras, que isto de ter de trabalhar nao tá com nada.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

car...que?

Ontem, enquanto procurava bom vinho portugues nas prateleiras do supermercado, ouvi de novo gente a falar portugues na seccao dos licores. Andava eu a procurar um bom tinto quando os meus ouvidos identificam uma palavra familiar nas bocas alheias e, meus amigos, como pode uma frase terminada em caralho deixar dúvidas de que se trata da Língua de Camoes? Embora até seja uma blasfémia colocar o nome de tao grande poeta na mesma frase com um termo tao vulgar, deixem-me que vos diga que nao me custa nada imaginar o Camoes a meio de mais um soneto, enquanto escrevinhava os Lusíadas, a pensar no D. Sebastiao, e perante a tinta que pingava da pena, sai-lhe: caralho, nunca mais compro penas em promocao. Mas realmente levar 4 e pagar uma é algo a que nao pude resistir. Há duas coisas que todos sabemos a respeito de Camoes. Uma, era que ele só via dum olho, a outra era o quanto ele gostava de promocoes.
Bom, mas estava eu a ver dos vinhos (acabei por comprar um californiano, a pensar na chiqui, leitora assídua do meu blog) quando o meu campo de audicao acende a luzinha portugues, e eis que levanto as antenas e lá estao, aos magotes. Pergunto ao Bola se é hoje o dia da Construcao Civil e perante a sua resposta, intrigo-me com tanto macho latino junto num espaco de 10 metros quadrados. Estarao a dar baloes? Há alguma coisa de borla? Comeco a examinar o carrinho das compras dos meus compatriotas e vejo que realmente o carrinho nao podia ser mais portugues. Água sem gás, tintol, pao, fiambre e queijo. Nem foi preciso ouvir mais um caralho pra ver que se tratavam de portugueses. Gostei das camisas abertas até ao umbigo e dos pelos selvagens que se enrolavam uns nos outros e nos fios de ouro. Havia outros mais discretos, apenas com um botao aberto, mas a quantidade de pelos desejosos de se escaparem pelo pescoco era tanta, que posso jurar a senhora da caixa até corou ligeiramente perante a presenca de tanta testosterona. Eu estava imóvel, pois o Bola agarrou-me pela cintura e amordacou-me* a boca e dizia-me num tom repressivo nao vais a correr dar-lhes o teu telemóvel, vá, contém-te, eu sei que tu consegues. Nao sao portugueses, devem ser russos. Entretanto, eles pagaram os seus 3 carrinhos de compras e foram embora enquanto nós colocávamos as nossas nos sacos. No final, ainda me atirei pra dentro do carrinho e apressei-me a deslizar pelos corredores fora para me amandar contra o carrinho deles, mas sinal deles já nao havia. Acho indecente o Bola nao ter compreensao para as minhas fantasias. Ando há anos a tentar convence-lo a realizar a mais simples de todas, de cozinhar para mim, nu de avental. Até hoje nada. Ontem estávamos com uma boa chance para a minha fantasia numero 2, onde curiosamente nao entra o Ricardo A. Pereira, mas 10 homens das obras com barrete de Pai-Natal e o Bola bloqueou-me os movimentos. Só vos digo, este Natal realmente nao me está a sair nada de jeito. Alguém que me ponha a cloroformio para o resto destas festas, pode ser? É que se nao for assim, acho que vou passar a ir todos os dias ao mercado de Natal para repetir a proeza de sábado.

* verbo novo

ainda ha lugar na mesa, quem quer vir?

Estava aqui a pensar. Será que os bebés da Anne Geddes nao fazem cocó nem bolsam? É que estas fotos tao fofinhas e amorosas, que dá vontade de desatar já a parir como se uma lifetime nao chegasse para ter suficientes coisinhas fofas daquelas. Para quem nao sabe do que eu estou a falar, vao ao google e facam uma busca com o nome desta pessoa maravilhosa que tira fotografias de bebés em cima de malmequeres, coracoes e volta e fotografa sandes de bebés, que é como quem diz, uns em cima dos outros. Hoje vou ser anfitria para 5 colegas. Só meninas. O Bola é o cozinheiro, eu faco todo o resto que envolve limpar a casa, fazer a sobremesa, falar pelos cotovelos e decorar a mesa com aquelas coisinhas de gaja, toalha de organza, velas e tudo o mais que envie mensagens de natal. Entao o menú vai ser uma salada de alface, tomate, cubos de papaia, fiambre e rucola. A acompanhar, pao ao natural ou do outro que vou fazer com manteiga de alho feita por mim. É assim que eu avalio as pessoas, enfio-lhes com o meu pao de alho pela goela abaixo, quem normalmente diz que nao pode, nao gosta ou sei la que mais, deixa de ser uma pessoa interessante. Quem nao tolera alho, nao volta a sentar-se à minha mesa. Depois temos o prato principal que consiste em bocadinhos de frango, com lichias, pistacios e pimento vermelho num molho de leite de coco, erva-limao e caril. A acompanhar, arroz branco. Convém fazer um clássico, de que normalmente todos gostam. Como sobremesa, vamos ter um prato com um bocado de mousse de chocolate, outro bocado de baba de camelo e depois uns frutos ácidos em redor para cortar o doce. E é assim que depois deste gourmet, as minhas colegas me vao implorar para lhes emprestar o Bola por uns dias para ele cozinhar para elas. E se pagarem bem, podem alugar.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Hoje é o dia pelo qual já espero há dois meses quase. O Bola vai à entrevista de emprego e eu vou com ele, nao porque adoro ficar no carro à espera mas sim porque ali pertinho há um ikea, para eu onde eu posso ir passar o tempo. E nao me refiro aos móveis ou à roupa de cama, refiro-me às actividades para as criancas, que sao tao fiiiiiiiiiixes. Adoro ir para dentro do banho de bolas , nao me interpretem mal. Isto tem tanto de engracado (Bola- bolas) como de perverso (que tipo de bolas, ha?) Sao pequenas diversoes que nao tive em crianca. O problema é que às vezes me parece que os miúdos que lá estao - os meus companheiros da brincadeira - nao cheiram propriamente a pó de talco mas a cocó mesmo. E com meninos de fralda suja recuso-me a brincar. Especialmente se também cheirarem a chulé, pois aquilo é só pra quem vai descalco.
Como o Bola chegou a casa torto no sábado e, ontem à noite, esteve a ver futebol com o vizinho e marcharam mais umas quantas cervejas, aconselhei-o hoje a por bastante perfume, nao vao os poros dele desapontá-lo na entrevista e o seu odor a cerveja estragar aquilo que eu tenho vindo a arranjar com tanto cuidado. Nao me parece que se eu tivesse que entrevistar a alguem para emprego, a minha escolha fosse cair no gajo com perfume super bock.
Se a entrevista correr mal, afogo as mágoas no ikea, comprando daquelas coisas inúteis que nao fazem falta nenhuma, mas que normalmente no calor do momento, sao tao mas tao necessárias. Tipo um quebra-nozes.
Entretanto, sonhei com o Ricardo Araújo Pereira. Sonhei que era eu a gaja do anuncio do sapo, que bate à porta da casinha da montanha e quando ele diz o que tu queres sei eu eu, eu digo e sabes tu muito bem e atiramo-nos para o chao rebolando ao lado da lareira. Espero tao cedo nao voltar a chamar Ricardo ao Bola.

domingo, dezembro 09, 2007

contas conjuntas

Mal eu sabia que quando dizia que me ia emborrachar para o christmas market, estava a falar a sério sem saber. Aquilo é forte... deram-me a beber um punsch boneco de neve e eu de repente, já me ria por tudo e por nada, um sinal de que já nao estou em mim. Pois estar rodeada de gente chata e rir-me quando ninguem diz nada, quando nao ha nenhuma piada a pairar no ar, é sinal de que estou assim parvinha. Vai daí, penso que para evitar grandes confusoes, bora lá é pra casa que ainda só sao oito da noite mas já estas bem embaladinha.
O Bola seguiu caminho na direccao oposta com o meu vizinho de baixo, depois de me rapinar 40 euros na carteira. Mas pronto, isto dos casamentos é no que dá, os meus pais dao-me uma prenda mega-generosa de Natal e é dois dois, eu faco um 4 no totoloto e ganho 35 euros e também é dos dois, e o meu marido prepara-se para mandar abaixo umas quantas cervejas e também sai do dinheiro que é dos dois. O que vale é que eu posso ser um pouco materialista, mas nao sou muito picuinhas. Chateia-me mais ter de partilhar a cama com um bafo a álcool do meu companheiro de cabeceira, e o cheiro a fumo que emana dos seus cabelos, do que de vez em quando, afundar uns quantos euros em álcool. Pra esquecer as mágoas ou pra me rir forcadamente.
O problema foi que às tres da manha, decidi telefonar-lhe para saber onde ele andava, pois 40 euros nao dao para seis horas de bebida non stop.
- Bola, onde é que tu estás? Nao achas que já chega?
- Eu? Deixa ver... aaahhh, perdi o meu casaco. (diz um Bola embriagadíssimo, a arrastar a voz) Estou aqui a procurar o meu no meio de centenas deles, mas.. ahhh... eu preciso do meu casaco.
Como uma das licoes que já aprendi com ele das nossas saídas à noite quando nos conhecemos, é que nao vale a pena alimentar conversas com ele depois da 6a cerveja. Portanto, desliguei o telefone e disse que procurasse se quisesse, depois de eu ter ficado deprimida um fds inteiro com o preco do casaco, era mesmo bom que o encontrasse.
Passada uma hora, acordo outra vez e como o único corpo na cama ainda era o meu, voltei a ligar.
- Bola, o casaco? Continuas à procura?
- aaahh.. nao sei. Já devo ter visto uns 100 casacos mas há aqui milhares. Mas eu quero o meu casaco. Só me vou embora depois de encontrar o meu casaco. bla bla bla bla (várias frases desconexas, sempre a acabar com casaco nao sei que)
Desligo o telefone, fula da vida e enquanto me vestia AS QUATRO DA MANHA, pronunciei todos os palavroes que conheco em postugues, espanhol, alemao e ingles. Depois desci as escadas e a meio do caminho prá discoteca, vejo aquele corpo aos esses, olhos de quem ja nao sabe onde está, e lá comeca ele aos gritos do outro lado da rua eu quero o meu casaco, roubaram-me o casaco? Mas eu gosto tanto do meu casaco.
Eu queria ir la com ele e procurar eu, porque com a borracheira com que ele estava, é natural que tenha pegado dez vezes no casaco dele e nao o tenha reconhecido, mas o Bola ruminava que nao podia ser, que era preciso nao sei que e pronto, entrámos em casa e ele desatou aos murros à parede. Ah, valente! Os homens sao seres tao tristes às vezes... pra que dar um murro num bloco de pedra quando sabem que vao desfazer a mao toda? E depois pergunta-me se eu sei o quanto ele gosta do casaco. Saiam já dois pares de estalos.
Mandei o Bola ir comer um iogurte e nao aparecer no quarto a cheirar a copos e fumo antes de eu adormecer.
Quando era mais nova, acreditava que os gajos depois dos trinta ganhavam juízo. Se é pra isto, queria por favor devolver o gajo e se fazem favor, mandam-me um exemplar novo, sem mimos nem vícios. É Natal e tal...

sábado, dezembro 08, 2007

fora de época nao, obrigada

Alguém que diga por favor a este gajo com quem eu casei que eu nao gosto de fruta fora de época. Tudo bem que ele trazer do mercado todos os sábados metade duma papaia gigante, nao é propriamente chatear-me porque eu nao costumo, nem me habituei em crianca a comer papaia em altura do ano alguma. Mas cerejas em Dezembro? Quero lá saber se saodo Chile. Eu tambem nao como melancia em Janeiro. Sao manias, pronto. É como agarrar nas revistas e passar primeiro página por página sem ler nada, até ao fim e depois comecar devagar a ler de trás pra frente. Se eu acho que tenho estilo por fazer isso?? NAO! Sou assim, ó que gaita. Se eu gosto de chatear os outros com o meu humor por vezes cáustico? AH GOSTO. Agora apanharam-me, malandros.
Uma pequena nota de teor informativo. O Bola viveu em alguns países lá bem longe, onde a fruta tropical era a fruta nossa de cada dia. Por isso é que gosta de frutos esquisitos que eu nunca vi antes (carambola, ou star fruit, por ex.) e entao, ele gosta tanto de lojas de fruta como eu gosto de lojas de ferragens. Nao, acho que me enganei aqui. (mas será que eu tambem me engano?) Pronto, facam disso uma relacao inversamente proporcional, como todos aprendemos tao bem na escola.
Bom, de facto comi as 20 cerejas do Chile que nao me souberam a nada, porque estou constipadíssima. O que vale é que vou passar a tarde a embebedar-me com vinho quente no mercado de Natal pra esquecer este pré-estado gripal e já me estou a imaginar, depois de dez copos, agarrada a algum desgracado com mais de 60 anos, a chorar, a perguntar se tenho mesmo de ir passar o Natal a Moscovo. Resmas de pessoas que querem ir a moscovo nesta altura, porque é que me fazem ir a mim?

as verdadeiras prendas nao se compram, fazem-se

Já é o meu terceiro Natal pelos lados de cá, quer dizer, nunca cá passei os dias mesmo de Natal, estou-me a referir à quadra em si, que comeca logo em Setembro, nao é mesmo... eu adoro o Natal na Alemanha. Gosto das decoracoes, que nao primam por coisas como a maior-arvore-de-natal-da-europa, mas a quem é que isso interessa mesmo? As decoracoes cá comecam pelo mercado de Natal, passando pelas figuras que se vendem um pouco por todo o lado, na temática do quebra-nozes e tal. Depois temos as decoracoes que as pessoas fazem nas casas e nos jardins, que sao também muito giras sem ousar ostentar demasiado. Uma das coisas mais engracadas que o Natal de cá tem para alem de uma pessoa se embebedar no mercado com 3 chávenas de vinho quente, é a loucura desenfreada em se comerem, comprarem, fazerem os famosos Plätzchen, que nao sao nada mais do que biscoitinhos de Natal. Pequenos, de todos os formatos, com chocolate, massapao, avelas, nozes ou amendoas, etc. You name it. E há pessoas queridas, normalmente maes, vizinhas ou avós de alguem que fazem os ditos cujos em quantidades industriais e oferecem aos amigos. Numa caixinha de cartao ou metal. E isso é que eu acho giro, porque até agora comia os que a mae do Bola fazia, que sao excelentes e os que eu ia comprando nas pastelarias. (apesar de cá nao haver isso a que nos chamamos de pastelarias)Ate me comecarem a oferecer. Aprendi a gostar ainda mais dos biscoitos, depois de receber hoje do meu chefe um pacote com meio quilo só para mim, de todos os sabores e feitios. O pacote era de papel transparante com desenhos de Natal, em cima tinha uma fita que fechava o saquinho com um laco. E os biscoitos sao de facto, mesmo muito bons, muito variados, uns em forma de boneco de neve, outros em forma de coracao, outros com doce, com chocolate, massapao, etc. (manteiga?qual manteiga?) E percebi porque é que oferecer biscoitos num pacote feito por nós e fechado com um laco por nós, é sem dúvida uma prenda com muito mais significado. Apesar de vir do meu chefe, que acho que nem sabe para que serve uma concha da sopa. Mas foi a mulher dele. Isto inspirou-me e mandei um mail a duas colegas do Bola a dizer que ele andava excitadissimo porque ia passar o sabado na cozinha a fazer biscoitos para toda a gente. Elas adoraram a ideia e ele, só tres horas depois me mandou sms que continha tres palavras, que todas juntas nao compoem nada de afectuoso: ideias / tu / parvas. Eu respondi-lhe tambem com palavras soltas para ele construir a sua própria frase: este Natal / humor / tua / um bocado / prenda Depois do primeiro ano de casamento, há que inventar estrategias para manter a chama da paixao acesa. Eu gosto do sistema de dar palavras soltas. E o Bola sempre faz a frase mais depressa que os meus alunos. E sem erros, vá lá...

segunda-feira, dezembro 03, 2007

quando se abre a primeira, ja nao se consegue parar

Como muita gente sabe, na Alemanha é tradicao em Dezembro oferecer-se às criancas um calendário do advento, com janelinhas que correspondem aos dias de Dezembro desde o início do mes de Dezembro ate dia 24. Ora, eu nao sou execepcao. O Bola deu-me um calendário há uma semana atrás e eu andava mortinha por comecar a abrir as janelas. Sábado abri a janela de dia 1, saiu-me um chocolate de leite, ontem abri a segunda, um chocolate de amendoas.
Hoje, como fiquei grande parte do fim da tarde sozinha em casa, fui abrindo uma janela atrás da outra e quando dei por mim, já tinha comido até ao dia 20 de Dezembro. Quando o Bola chegou, há pouco, ficou indignado. (o dia nao lhe deve ter corrido bem)
- TU ABRISTE AS JANELAS TODAS!
diz ele horrorizado. Nao, desapontado, o que é muito pior. Eu fiz aquele meu ar de falsa culpa e perguntei-lhe à beira das lágrimas falsas se o Pai Natal achava que eu me tinha portado mal e já nao me punha nada no sapatinho.
- SE ISTO É PRA COMER UM POR DIA PORQUE É QUE FOSTE COMER AS JANELAS DOS DIAS QUE AINDA NAO PASSARAM? (espero q ele se ria pra me mostrar que esta a gozar)
Alto que algo se está a passar aqui, pensa Minhoca para com o seu fecho eclair (botoes nao tenho). Qual a resposta ideal neste caso? Isto incomodou-o mesmo. O Bola está fora de si porque eu violei o calendário do advento. Se eu nao der a resposta certa, ainda levo umas palmadas e vou de castigo para a despensa que nao temos. Pra isto ser hilariante, só faltava eu ter o queixo com borras de chocolate e pedir para abrir a janela de dia 21.
- Bola, tu achas que os miúdos que recebem um calendario destes, esperam todos dia após dia para abrirem as janelinhas? (confesso que me portei bem, só me ri por dentro)
Ele nao respondeu, mas a sua body language deu-me a entender que quando era pequeno esperava sempre. Os alemaes sao tao tristes, meu Deus, esta coisa de seguir as regras cegamente depois dá nisto. Ou no nacional socialismo. Ooops, alguem que apague isto. Um dia destes atravessei a estrada estando o sinal a dois segundos de passar para verde. Um tipo gritou do outro lado o preco da multa e ainda disse que o que eu estava a fazer era um crime. Mas crime era o que me apetecia fazer-lhe a ele. Só nao lhe abri o meu dedo do meio porque dei um mau jeito no dedo, num daqueles momentos em que estava a fazer scroll down que nem uma maluca. Nós temos olhos, ouvidos e cabeca para que? Vou ali ficar à chuva, num dia de Inverno plantada feita idiota, só porque numa rua onde nao se veem carros a 500 metros, o sinal ainda nao mudou. Bah. Era quem lhe desse com a vassoura.
Bom, mas algo me diz que para o ano nao vou ter calendário do advento. Nem coelho da Páscoa.
Que mau karma para este Natal.

doutor porque?

Será que alguem me consegue explicar porque é que as pessoas hoje em dia, em Portugal e só em Portugal, se continuam a tratar continuamente por doutores e engenheiros, quando na maioria nem sao doutores de nada? Nao se pode incluir no código penal que chamar de doutor alguem que nao o é, dá direito a multas avultadas e a que por cada 'doutor' pronunciado podemos enfiar a cabeca dessa pessoa na sanita e puxar o autoclismo? E mesmo quando se é doutor ou engenheiro, as pessoas nao deviam valer o que valem sem os títulos? Eu nao passo a respeitar mais a pessoa x só porque ela tem engenheiro/a no nome. Aliás, se há coisa que hoje em dia há para aí a pontapé sao engenheiros e uma elevada percentagem deles nem sabe escrever direito na sua língua materna, entao, alguem me explique o porque de tanta vénia? Se eu tiver síndroma bipolar, por exemplo, alguem se refere a mim a Sra Bipolar Minhoca?! Ou se eu for divorciada, alguem me poe divorciada no nome? Entao, porque é que andam a chamar doutores a pessoas que, a título de exemplo, andaram 3 anos numa escola superior de educacao e dao aulas de educacao física?! Porque é que o título é doutor e nao por ex, desportista? Porque é que nao passamos a chamar as pessoas pelos signos? Olha, vai ali a Minhoca Capricórnio ou o Bola Sagitário.
Eu confesso que este assunto me causa uma confusao enorme. Eu gosto que me chamem menina, as pessoas mais velhas chamam-me frequentemente menina e eu gosto. Gostava de saber quem foi o palhaco que comecou esta moda dos doutores que nao os sao. Quando o sô doutor é médico e tal, pronto mas no meu caso, ora vejamos, eu licenciei-me na Faculdade de Letras e apesar de nao trabalhar na área em que me formei, brinco aos professores aqui uma vez por semana. Alguém que me diga por que carga de água eu agora dava em doutora. Talvez se eu viesse duma aldeia onde fosse a unica que tivesse sentado o meu rabo bolorento num anfiteatro duma universidade. Sim, alias, parece-me que foi assim que tudo comecou.

acordar antes das oito pra isto

Diz o meu médico naturista (=homeopata) que as minhas análises estao boas, isto se nao olharmos para os valores vergonhosos da minha tiróide, que decididamente entrou em greve prá vida. Realmente, nao admira que mesmo nas fases em que como pouco, este corpo nao mostre grandes progressos dentro daquele meu plano idealista de recuperar a linha que eu ainda tinha em 2003. Disse-me para lá voltar daqui a duas semanas para vermos isso antes das Festas, e para entretanto me esforcar e nao deixar de tomar o medicamento nem um dia que seja. Aí logo decide se me aumenta a dose ou nao. Quando ele disse que nao sabia se me aumentava a dose, ainda atirei um ah, nao se preocupe que se a dose nao chega, eu vou à Holanda buscar mais, mas acho que ele nao precebeu a gracola e que boa que era, tendo em conta a hora tao matutina... é que às oito da manha nao costuma ser normal eu ter imensa piada. Nao costumo passar dum vegetal gigante, que só produz monossílabos e que era capaz de vender a família (comecando pelos primos, pronto, afinal tenho tantos) em troca de meia dúzia de minutos de sono extra.

a dor de nao se ter aquilo que nao se pode

A chuva que cai a menos em Portugal, cai aqui em demasia. Hoje vim para o trabalho debaixo de uma chuva horrorosa que desafiava a rapidez do meu pára-brisas e que só me fazia pensar num videoclip horroroso do Roberto Carlos em que ele fala de chuva no meu pára-brisas e dor no meu peito. É um videoclip em que chove imensa e o Roberto está triste. E como fica sempre bem num cenário de filme, uma pessoa ir a chorar enquanto chove imenso, eu achei por bem desatar numa choradeira só para sentir que o cenário pára-brisas/mau/tempo/chuva violenta estava todo ele em harmonia.
Esta chuva é uma grande caca, pois estraga o conceito maravilhoso do mercado de Natal. No mercado de Natal, estamos todos agarrados às nossas chávenas de vinho quente pois costuma estar neve e frio. A chuva estraga tudo. Dilui o vinho quente, no meu caso Kinderpunsch, pois sem álcool sabe melhor. O meu fds foi passando em estado de pré-depressao. Hoje em dia toda gente banaliza a palavra depressao, deprimida, etc, que eu prefiro primar pela originalidade e ficar na fase anterior.
Eu e aquele gajo alto com quem moro fomos ver apartamentos. Um deles era perfeito. Pela primeira vez, entendi que a palavra penthouse vai muito além dos títulos das revistas com títulos sugestivos das áreas de servico. Uma penthouse é uma casa de sonho. Toda envidracada, com dois terracos, numa zona privilegiada da cidade, com uma vista maravilhosa. É pena a renda ser um terco do que eu e o Bola ganhamos num mes. E a pensar na penthouse, entrei na pré-depressao este fds. E como se caracteriza uma pré-depressao na minha pessoa? Basicamente é nao sair de dentro do pijama e andar pela casa, passando demasiado tempo no sofá ou na cama. A única coisa que me fez sair de casa foi o mercado de Natal. Nao sei se já disse aqui, mas nao há nada que eu nao faca por um pao com salsicha. Ou acham que vim parar a este país por acaso...

domingo, dezembro 02, 2007

um pouco de materialismo nao faz mal

Ando há várias semanas a suspirar e a tentar cacar uma mala no ebay. Gosto de várias do mesmo designer. Desde que vi uma tipa com uma no aeroporto, quando estávamos as duas na fila para o check-in dessa companhia maravilhosa (?) que é a Iberia, que nunca mais parei de pensar nas malas. Porque hoje em dia acho tudo piroso, é raríssimo ver uma carteira de que goste. Até esse dia na fila do aeroporto, em que tudo mudou.
Das malas (e agora é que vem a publicidade descarada) George Gina & Lucy gosto de quase todas. Tenho andado atrás, por exemplo, deste modelo aqui. Até que hoje, o Bola bebericava o seu café e me diz com a sobrancelha levantada:
- Tu nao vais comprar essa mala, entao nao temos que poupar?
Como o Bola nao é nada de me dizer para nao comprar coisas, até porque em materia de prendas, para com ele, eu sou muito generosa, algo me diz que ele me vai oferecer uma GGL no Natal. Aí é que se coloca o meu problema, pois nao sei se ele vai acertar no modelo que eu quero ou, no caso de ele querer mesmo poupar e nao ter mala nenhuma para mim, fico a ver navios e bem posso dizer adeus a todas estas que tenho nos meus items observados no ebay.