Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

domingo, agosto 03, 2008

deve ser da idade

A semana nao comecou da melhor maneira. Aliás, foi uma semana má, devo dizer. Segunda-feira, diz-me um daqueles médicos chatos - fan da sua própria voz - que eu paralelamente ao meu hipotirodismo, tenho tambem uma doenca chamada doenca de hashimoto. E num monólogo de quase dez minutos, sem pausas (muito longo) alertou-me para todos os males, esfregou-me o pescoco com gel e fotografou-o por dentro, que é algo que me deixa sempre um pouco de pé atrás, pois outra pessoa saber mais acerca do meu interior do que eu, nao me agrada.
Terca-feira, nova fotografia por dentro, mas desta feita do meu pé. Depois de entrar risonha pelo consultório adentro, diz-me o médico com cara de caso, que olhava de perto o meu raio-x, (quase tao perto que eu ir jurar que a penca tocava no monitor) franzindo a sobrancelha para a sua assistente:
- Isto que vi aqui nao me agrada nada, sabe...
É que a mim agrada-me bastante, estive para dizer, mas contive-me e sentei-me ainda risonha, contando ao pormenor o meu mal, sem antes perguntar quao podre está o meu pé por dentro.
- Sabe sotor, caí dum muro (coitadinha) ou será que por ser pra si, convem que eu diga 'saltei'? Pois bem, saltei do muro com os pés desnivelados, esqueci-me que ja nao tinha sete anos, mas quase mais 15 em cima e quando aterrei no chao, senti que uma nova era comecava comigo e com o meu pé. Volvidos sete anos, aqui estou eu, aleijadinha e a precisar da sua ajuda.

Salto para cima da marquesa, descalca, e o médico, que nao era de deitar fora mas que tambem nao entra na minha lista mental dos 10 homens mais belos do planeta para ver jogar volei na praia de fio dental, comeca a esfregar o meu pé direito, a carregar aqui e ali e eis que, depois de nova ecografia que o fez franzir ainda mais a testa, ele fecha o meu pé nas suas duas maos enormes quase como que acariciá-lo, e me diz com um ar tao candido isto provavelmente é para operar. Eu, em estado de transe absoluto e como que hipnotizada, pois até hoje achava eu que ninguem me podia tocar nos pés, respondo com a voz assim que sumida ai ééééé.... Engracado... As coisas que uma pessoa ouve. Só depois de ele me largar o pé, é que caí em mim e histérica perguntei quase no limiar do grito COMO? OPERADA? EU? Deve ser do calor, mas eu nao sou pessoa para ser operada, isso nao é a minha onda. Tenha paciencia, mas assim nao brinco mais. Foi um prazer, gostei da massagem, mas vou ter de me ir embora. Isto foi metade da minha semana. A segunda metade foi pautada pela história de ódio causada pela minha vizinha que me veio dizer à janela que eu nao podia montar a minha antena parabólica. Conto essa história depois de ter decidido como me vou vingar dela, se enchendo a caixa do correia dela de abelhas ou colocando óleo à saída do apartamento dela. Ainda nao consegui pensar em nada mau demais. Mas de certeza que chego lá.

4 comentários:

Cromossoma X disse...

isso vai mau...não admiram os longos periodos de ausencia. As melhoras e melhores dias virão, concerteza!!!

Filipa disse...

vais ver que ser operada não é assim tão mau... para além de muitos mimos tens o prazer de sentir o teu corpo quase a levitar quando a anestesia geral começa a fazer efeito, pareço uma drogadinha a falar, mas é verdade... é uma sensação agradável! o mesmo não se pode dizer do pós-operatório, mas aí, é que entra a parte dos mimos... Good Luck

Jasman disse...

vingança para a vizinha... inscreve-la em tudo quanto é publicidade!!! ela vai começar a ter a caixa do correio um pouco mais cheinha... ah e inscreve a num clube pornográfico daqueles que manda caixas bem grandes a dizer pornografia!

Cromossoma X disse...

ehehe jasman, essa ideia é mesmo boa!! :))