Só volto a ir de férias em Setembro amarrada. Nao tem graca nenhuma. Já cheira a Outono, a cada dia que passa fica tudo mais castanho e o chao mais estaladico. Se eu ainda morasse em Coimbra, de certeza que o homem das castanhas já lá estava em frente ao Teatro Gil Vicente com o seu carrinho devidamente artilhado de fogareiro e folhas de jornal. Se eu ainda morasse em Coimbra, nesta altura estava com as trombas enfiadas nos livros, o que tendo em conta esta vida de responsabilidade que se seguiu aessa fase, talvez nao fosse assim tao mau. Na verdade, nao me importava muito de voltar atrás do tempo e ter algumas tardes a estudar no café, no parque ou na paragem de autocarro. O início das aulas sempre foi a minha altura do ano favorita. Bom, na segunda-feira vou a Coimbra matar saudades e uma destas vezes, vou mesmo a uma aula num dos anfiteatros, só por ir. Apetece-me tanto. E levantar a mao, participar muito.
A verdade é que o mes de Setembro é como que um mes para repor a euforia do Verao, para nos prepararmos física e mentalmente para a chegada dos meses frios. Setembro é para nos despedirmos devagar - nuns anos mais depressa do que noutros - dos meses de calor e para comecarmos a pensar em tardes no sofá, muito chazinho, meias grossas de la e pijamas forrados de malha polar. Setembro nao é para ir de férias. Setembro é para chegar de férias. Duma forma ou doutra, tenho sido empurrada para Setembro. E confesso que nao gosto. Setembro é o mes da separacao, é um mes de antecipacao do frio, no qual já sabe bem estar em casa. Em pantufas e a chorar baba e ranho a ver filmes da Danielle Steel ou aquele do doce Novembro, para o ranho ser muito. A comer os primeiros doces de Natal, já a abarrotar nos supermercados. Especialmente quando o Natal vai ser longe de casa pela primeira vez. Dá para trocar duas semanas de férias em Setembro por uma em Dezembro. Se for preciso, tambem dou uns cromos do Baywatch. Humpf.
E como esta vida sem música nao é nada, aqui fica um tema dedicado a esta nova estacao que chegou sem eu deixar. Para ouvir alto, com bons baixos e facam o favor de se deprimirem, que é mesmo para isso.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
segunda-feira, setembro 08, 2008
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2 comentários:
Concordo plenamente. Mas a melhor altura do ano é mesmo o Verão. Aliás, é por não gostar de peúgas e pijamas polares que eu não podia viver na Alemanha.
Pois vem-te descansada que não há castanhas em frente ao gil vicente :P (hoje)
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