Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

domingo, fevereiro 03, 2008

emprego novo

A tristeza passou-me em grande parte, pronto. O meu novo emprego parece-me agradável, as pessoas foram todas muito simpáticas e calculo que me darei bem com toda a gente. Até com aquela baixinha mexicana, que falava tao depressa e tanto, que me faz pensar naqueles desenhos animados que vi há muito tempo, em que nao se podia falar muito porque tinha que se pagar à palavra. Essa minha colega é daquelas que insiste em colar o nome de solteira ao de casada, mesmo sabendo que sai uma combinacao ridicula. E longa. Tenho de me lembrar de nunca abrir o blog no trabalho, pois no meu departamento o portugues é falado e nao só por duas ou tres e eu. O meu chefe fala fluentemente portugues brasileiro. O queixo caiu-me quando o ouvi a falar comigo. Senti-me num daqueles sonhos que tenho volta e meia, que primam pelos meus desejos que nao teem nada de esquisito, mas assumindo situacoes e formas estúpidas.
No meu departamento, há pausa para café e lanche da manha às nove e um quarto. É o único departamento onde se faz essa pausa. Todos se juntam numa mesinha lá no meio, que foi mesmo calhar por tras da minha secretária, a falar de banalidades non-work related. No meu departamento, nao ha hora fixa para chegar. Ora cá está uma grande vantagem para mim, que nao sei ser pontual muito tempo e já me decepcionei várias vezes na tentativa.
No meu departamento, que é o departamento do Sul da América, ri-se e fala-se alto. A média de idades deve rondar os trinta anos de idade, se deixarmos os meus dois chefes de fora.
Antes de me adaptar ao trabalho e aos colegas, vou ter de me adaptar ao facto de agora haver mais gente a falar de forma confusa como eu. A frase comeca em portugues, depois entra o meu colega na conversa e passa para espanhol. O final da conversa é em alemao. Quando sou eu a fazer isto e ninguem me acompanha, é fácil. Agora já nao sei bem. Nao dá pra carregar em pause?
Fazer 190 km diariamente nao é fácil. É concentracao a mais. Amanha vou ver um T0, para ficar alguns dias por semana. E com isto passo a ter a quarta casa. Há aquela onde cresci e para onde vou nas fárias em Portugal, mesmo que nao fique la muito tempo. Há aquela onde estou a maior parte do tempo, onde moro com o Bola. Há aquela para qual já nos decidimos ir morar a partir de Junho. E haverá esta, para me safar do transito em horas de ponta. Comeco a concluir que casa é mesmo onde nós quisermos. É tudo uma questao de adaptacao. E adaptacao é a palavra do momento. Uma vez mais.

1 comentário:

chiqui disse...

Ah grande mulher!! Assim e que e minhoca!!
A milhares de quilometros de distancia, sem nunca nos termos visto, sinto um orgulho enorme em ti.
FORCA MIUDA!!