Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, dezembro 13, 2006

sao nabos, senhor

Estes últimos dias teem sido pautados pelo reformular do meu currículo, velhinho, tadinho, abandonado e amarelo nas pontas. Senti-me iluminada e pensei Minhoca, nao há nada mais deprimente do que trabalhares com o Bola na mesma empresa depois de ele ter entrado mais tarde do que tu e ir subindo enquanto tu olhas pra ele cá de baixo. Além disso, há trabalhos mais interessantes à tua espera, tais como os casinos da República checa. Vai daí, comeco à caca de anúncios na internet como uma maluca e desde domingo que ninguem me pára.
Acontece-me frequentemente, ando em estado de transe meses seguidos, depois acordo com vontade de por toda a minha energia em algo que me deixe num estado de euforia temporário. Fugas da rotina, é o nome que se costuma dar no consultório do psicólogo. Pode ser que me passe depressa, pode ser que nao.
Estes estados de euforias sucedem-se depois uns atrás dos outros, sempre encadeados nesta quadra tao bonita que é o Natal. No sábado, fui ao mercado com o Bola de manha, como fazemos agora desde que descobrimos que nao adianta comprar tudo empacotado no supermercado em quantidades ultrajantes para duas pessoas, aliado ao facto de que fruta e legumes nao sabem a nada. Logo na primeira banca onde parámos, os meus olhos encontram finalmente NABOS (desta vez, nao eram pessoas), depois de tantos meses de busca intensa. Afinal, há nabos por cá. Fiquei com os olhos gelatinosos de alegria e quando apontei para os ditos nabos qual crianca de cinco anos que pede uma laranja no mercado, e pedi ao vendedor para me dar logo dois, nem me causou espécie a pergunta se eu sou francesa. Ou holandesa. Ou espanhola. Ou russa. Ou... afinal a menina vem de onde? Do Cazaquistao, pois claro, está na moda e tudo.
Sopa sem nabo nao é a mesma coisa.
No sábado, o Bola quis cozinhar para os colegas. Foi engracado, parte da decoracao de Natal consistia nuns anjinhos brilhantes pequenos que eu espalhei pela mesa. Infelizmente, com uns copos de Schnapps em cima, a malta entusiasmou-se e divertiu-se a espalhar anjos por todo o lado. Nao me admirava nada se alguns tivessem sido ingeridos pelo meio da brincadeira. E desde domigo que encontro anjos brilhantes nos sítios mais estranhos, casa de banho, chinelos, pijama, vasos das plantas... enfim.
E daqui a uma semana tou a fechar a mala. Se a Tap me perde a mala, vou ficar mesmo chateada. Lindo, fazer escala em Lisboa.

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