Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, setembro 12, 2007

era samsonite mas ja nao é

Bastou o tempo ter ficado frio, para a minha rotina se alterar e me ter tornado ainda mais preguicosa. Talvez seja difícil imaginar que dois países mais para a direita já está um frio de rachar. Mas é verdade. Neste momento tenho tres mangas, sendo que a ultima é de malha polar. Ao meu colo tenho uma manta onde escondo a minha foca, com o saco de agua quente por dentro. As maos estao frias. O Bola convenceu-me a ligarmos o aquecimento depois de regressarmos de Portugal, razao pela qual nestas ultimas duas semanas, ainda nao sao nove e meia da noite e eu ja estou na cama. A ler, ao telefone, fazer to-do lists, unhas, sobrancelhas, etc. Quando o frio chega e os dias parecem muito mais curtos, sinto mesmo que a rotina inclui demasiadas horas de trabalho. Passo o dia sentada à minha secretária. É tanto o tempo que lá passo que nao posso deixar de pensar naquele episódio do Nip Tuck, em que aquele médico bonzinho (o sentimental) foi tentar safar uma senhora que estava há tres anos sentada no mesmo sofa sem nunca mais se ter levantado. As bactérias eram tantas devido às fibras do sofá, necessidades e restos de comida que se foram acumulando por baixo dela e em seu redor, que ela ficou literalmente colada ao sofa. Foi um episódio um bocado nojento. Com medo que isto me aconteca, tento levantar-me todas as horas e ir fazer um chá de ervas. É que na série, a gaja morre.
Hoje fui comprar uma mala. Nem todas somos lindas de suza, que fazemos uma de cartao. A minha mala enorme, preta e muito dura estragou-se. Enorme... preta... e dura... pois, a mala. Como foi o meu Pai que ma comprou antes de eu vir de vez para cá, claro que me custou que ela se tivesse partido exactamente naquela parte onde fecha com o código, tornando-a inutilizável.
É incrível como estas pessoas que trabalham nestas loja de carteiras e malas teem um ar incrivelmente secante. Tao secante que fico com medo de as fitar nos olhos, nao vá eu ficar entendiante também. O tipo contou-nos basicamente a história da Samsonite desde os primórdios, depois passou para os novos materiais com que se fazem as malas hoje em dia e da passagem samsonite-american tourister, que é uma história que nos pode mesmo por a dormir, num dia de semana, depois de várias horas de trabalho. O Bola que costuma ser muito delicado, hoje nem esbocou o seu sorriso diplomático habitual, mas interrompeu a história da samsonite várias vezes, nao deixando o homem embarcar em mais um delírio com malas. Nao há nada mais bonito do que se fazer e falar daquilo de que se gosta tanto. Embora tanto entusiasmo possa meter medo. Meter medo mete o facto de ele me fazer lembrar o personagem da noiva do Tim Burton. Sim, eu própria tambem me espanto com as minhas analogias, mas aquele ar de magrinho assustado era mesmo igual. Estou a pensar passar lá na loja daqui a uns dias e perguntar-lhe como corre a vendas das mochilas. Eu gosto de dar uma alegria a estas pessoas. Fui escuteira.
Já tenho mala, bilhetes de aviao e passaporte. Portugal, me aguarda, vai. Sexta-feira espero aterrar no calorzinho. Já engomei a roupa de Verao com amor.

Pergunta para reflexao: Porque malas american tourister? Nao é um nome incrivelmente parvo?

2 comentários:

Anónimo disse...

eu não queria ser desmancha-prazeres, mas cá por Portugal não estão nenhuns 35 graus... (eu não acredito que desta vez sou eu a dizer isto...)

Anónimo disse...

Boa viagem de regresso...e não vais necessitar de saco de água quente...