Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, março 19, 2008

um amor de minhoca

Quantas Minhocas é que há por aí que depois de um dia stressante de trabalho, com duas horas de conducao pelo meio, chegam a casa e depois de se aperceberem que vao ter uma invasao de pessoas indesejaveis, ainda agarram numa grade de cerveja vazia e vao comprar outra ao Getränkemarkt mais próximo? Quantas, quantas? Bem me parecia. Mas nao dá pra refilar, eu é que me esqueci que o Bola tinha convidado os seus colegas para uma noite de take-away indiano (sendo que 'away' é a nossa casa) e futebol. E, como comecou a chegar toda a gente e como eu nao estava muito virada para fazer conversa, ofereci-me para eu ir tratar da grade de cerveja e da comida, enquanto ele entretinha os seus colegas. Digamos que hoje estava vestida de uma forma demasiado elegante para carregar uma grade de cerveja. Nao combina de todo com os saltos altos. Mas faz-me sentir muito gajo, e tanto, que quase vou num impulso cocar os testículos que nao tenho.
Entretanto, queria mandar um beijinho à Tv cabo que me disponibilizou ontem - na condicao de manter o meu contrato, pelo menos, mais um ano - os quatro canais de cinema de borla. Obriguei o Bola a ver hoje 15 minutos do 'Sapatos Pretos' e sem dúvida que aprendou algumas palavras em portugues. Duas de certeza, 'sapatos' e 'pretos'.
Sexta-feira vamos passar o fim-de-semana prolongado fora. Nos meus planos, seria um fim-de-semana da Páscoa prolongado, a dois, assim pró romantico. Eram assim os meus planos. Até ontem à noite. Quando o Bola me contou que a sua irma, que está cá 3 semanas de férias, passou a última semana a chorar porque o seu amor mais que tudo, (onde ela vai estar durante mais duas semanas) lhe disse que achava que deviam seguir direccoes opostas, vai daí, o meu coracao emancipado e mole de Minhoca decidiu que nao ha nada mais deprimente do que uma gaja a implorar a um gajo pelo seu amor. E convenci-a a vir connosco para as montanhas. A roupa interior comestível que eu tinha comprado para estes dias fica mais umas semanas na gaveta. O ar da montanha refresca as ideias a toda a gente. Nao viam a Heidi?
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Em relacao ao trabalho, devo dizer que nao é fácil passar o dia a ouvir 'que saco', 'nao tou nem aí', 'vou no banheiro' , 'esse cara', 'qui legau', etc. Será que daqui a uns meses, vou passar a falar brasileiro? Bom, o que é certo é que provei umas pacoquitas do Brasil, um doce de amendoim e uma das minhas colegas trouxe-me uma latinha de creme de leite, porque eu lhe tinha dito que queria fazer uma sobremesa que tinha sacado da net, mas que levava creme de leite e aqui nao havia e que desgraca e bla bla bla. Vou ver se nao me esqueco de antes da próxima viagem dela, lhe dizer que gosto muito dos bonbons de cajú, serenata do amor, mais depressa mos traz ela do Brasil do que eu de Portugal.

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