As mini-férias da Páscoa foram boas se nao contarmos com o facto de a minha cunhada, que decidimos levar connosco para a animar e a ajudar a enfrentar a maior crise de adolescente de todos os tempos, se tivesse aventurado a abrir a boca para mais do que comer, lavar os dentes ou bocejar. Mas pronto, ser adolescente nao é fácil e a verdade é que me pergunto várias vezes se, já que se fala tanto na idade do armário, se o ideal nao era mesmo fechar todos os adolescentes num armário até que acordassem para a vida e tenham ultrapassado com distincao aquela fase do chorar-e-passados-cinco-minutos-já-estarem-a-rir-histericamente. Quem andar com vontade de mandar uma chapada a todos os adolescentes, que levante o braco...? Ora, aí está, assim é que eu gosto, maozinhas no ar.
Bom, tenho uma confissao musical a fazer. Depois de várias semanas a cantar esta música aos berros no carro, descobri que afinal nao estava a lidar com a Celine Dion, como eu pensava, mas sim mais uma dessas revelacoes que duram meia dúzia de meses e nao fazem muito mais do que produzir uns videos banais, onde nao se ve mais do que muita pele e olhinhos de Bambi. Desculpa Celine. Antes de chamarem a filha de Leona, estes pais deviam-na ter mandado logo para uma casa de acolhimento. Se alguma Leónia quiser deixar aí o seu testemunho na caixa dos comentários, eu prometo nao apagar. A Leona é gira, pronto. E eu mandava as gajas giras pro mesmo armário dos adolescentes. E as magras. E com cabelos bonitos. E aquelas com mais piada do que eu. Tipo a Maria Vieira.
O dia hoje nao me correu muito bem. Aliás, como podia? A comecar o dia numa consulta da ginecologista em que ela me faz um exame com um cotonete gigante (até com medo de adormecer hoje, juro) e insiste em me apresentar o interior do meu baixo-ventre, tao meu, exposto ali assim, a preto e branco e em movimento, como se houvesse alguma coisa a mexer aqui dentro. A Gina hoje nao se calava, estava tao contente como se tivesse sido beijada por um coelho da Páscoa gigante durante estes dias, e falava tanto, que eu comecei a rezar baixinho, ali na posicao de parturiente, enquanto os cabelos sedosos e loiros dela me tocavam ao de leve na barriga da perna. Bom, à hora do jantar entusiasmei-me tanto a contar todos os detalhes do meu check-up ao Bola que ele deixou dois hamburgueres no prato e decidiu ir ler. Se calhar, era o que eu devia ir fazer. Tentando abstrair-me daquele cotonete gigante. Ou de todos os posters horrorosos do consultório dela, com as palavras cancro, cólon e útero se podem ler mais de vinte vezes. Depois nao admira que eu, coitadinha, me sujeite a estes dramas.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
terça-feira, março 25, 2008
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3 comentários:
como diz a nossa prima Mariana, já tens bebés? :)
Bem-haja D. Minhoca, que cunhada tao generosa :))
exame do cotonete em gabinete tragico-comico-deprimente??
deja vu...
simplesmente genial este post!!!!!LOLOLOLOLOL
Fica em paz
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