Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

segunda-feira, abril 28, 2008

preservando os ecossistemas

Cheguei há pouco do parque da cidade, onde fui, propositadamente de balde na mao salvar 12 peixes. Como hoje esteve um dia de Verao, eu e o Bola jantámos numa esplanada e viemos para casa pelo parque da cidade. Qual nao foi o meu horror, quando vejo num cantinho do riacho do jardim alguns peixes que tinham ficado presos numa zona onde chegava pouca água, coitadinhos, a lutar para poderem respirar. Enterravam-se na areia, mas eram demasiados peixes para tao pouca água. A caminho de casa, o meu lado Madre Teresa nao me deixava em paz, mesmo com o Bola a tentar convencer-me que eu só queria adiar o fim deles, que iam morrer de qualquer maneira. Ainda assistimos a alguns deles a revolverem-se para se enterrarem na pouca água que ainda havia. Cheguei a casa, agarrei em dois baldes e disse ao Bola, com a minha mao esquerda no peito e cara de quem vai comecar a chorar a qualquer momento Sabes, podias vir comigo mesmo sem acreditares os vamos salvar, mas só assim para um dia mais tarde podermos contar a história do episódio em que eu salvei 12 peixes.
Como isto nao surtiu efeito e nem um musculo da cara dele se moveu, tive de tentar algo de que nao me orgulho muito, enfim, um golpe baixo.
- Bola... sabes...um destes podia ser o Nemo...e o Nemo sofreu tanto, lembras-te?
Há histórias que magoam uma pessoa, mas pronto, há momentos em que tem de ser. O Bola veio comigo. Desceu a margem do riacho com confianca como se fosse mergulhar nele, encheu o balde com água do lado do riacho onde ainda havia alguma e depois despejou-o com tanta forca em cima dos peixes, de modo que acho que eles devem ter morrido do impacto, ou simplesmente desapareceram. PORQUE SER SALVO ASSIM NINGUEM QUER! Se o Bola é a favor da entanásia? Ah pois deve ser!

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