Cheguei há pouco do parque da cidade, onde fui, propositadamente de balde na mao salvar 12 peixes. Como hoje esteve um dia de Verao, eu e o Bola jantámos numa esplanada e viemos para casa pelo parque da cidade. Qual nao foi o meu horror, quando vejo num cantinho do riacho do jardim alguns peixes que tinham ficado presos numa zona onde chegava pouca água, coitadinhos, a lutar para poderem respirar. Enterravam-se na areia, mas eram demasiados peixes para tao pouca água. A caminho de casa, o meu lado Madre Teresa nao me deixava em paz, mesmo com o Bola a tentar convencer-me que eu só queria adiar o fim deles, que iam morrer de qualquer maneira. Ainda assistimos a alguns deles a revolverem-se para se enterrarem na pouca água que ainda havia. Cheguei a casa, agarrei em dois baldes e disse ao Bola, com a minha mao esquerda no peito e cara de quem vai comecar a chorar a qualquer momento Sabes, podias vir comigo mesmo sem acreditares os vamos salvar, mas só assim para um dia mais tarde podermos contar a história do episódio em que eu salvei 12 peixes.
Como isto nao surtiu efeito e nem um musculo da cara dele se moveu, tive de tentar algo de que nao me orgulho muito, enfim, um golpe baixo.
- Bola... sabes...um destes podia ser o Nemo...e o Nemo sofreu tanto, lembras-te?
Há histórias que magoam uma pessoa, mas pronto, há momentos em que tem de ser. O Bola veio comigo. Desceu a margem do riacho com confianca como se fosse mergulhar nele, encheu o balde com água do lado do riacho onde ainda havia alguma e depois despejou-o com tanta forca em cima dos peixes, de modo que acho que eles devem ter morrido do impacto, ou simplesmente desapareceram. PORQUE SER SALVO ASSIM NINGUEM QUER! Se o Bola é a favor da entanásia? Ah pois deve ser!
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
segunda-feira, abril 28, 2008
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