Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, maio 16, 2007

mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer?bem?mal?bem?

Entrei em casa há quinze minutos, depois de um fim de tarde bem passado num restaurante no aérodromo de Weiden. Fui lá jantar com aquele que ultimamente tem pronunciado frases doces que comecam todas com neste país. Neste país morrem veados na estrada, atropelados por carros e camioes. Neste país janta-se à hora do lanche. Neste país, a Cindy Lauper foi clonada e é ve-la em todas as esquinas. Eu sei que tenho uma fixacao com a Cindy Lauper. A verdade é que os videos Time after time e True colors me marcaram duma forma muito forte. Foi isso e a daquela vez em que um namorado meu me disse que nao tinha cinco minutos sequer pra mim. Sao traumas. Enfim, que fazer? E já que falamos em traumas, é a altura ideal para contar que superei mais um hoje. Conhecem o trauma da crianca que almoca sozinha na cantina da escola? Eu. Passei duas semanas a almocar sozinha com o meu tabuleiro, numa mesa só pra mim. Minhoca, a eremita. A tristeza nao era suficiente para me fazer perder a fome, pois, amigos, se há coisa que passei a adorar é o bater das doze horas. Lá vou eu saltitante, em direccao à cantina já a imaginar a deliciosa refeicao que me espera. Apaguem aí o deliciosa, pronto.
Ora bem, hoje estava eu com a palhinha a perfurar o buraquinho do meu ice-tea quando reparo que um colega meu se sentou mesmo à minha frente. Tiro a palha do nariz e sorrio, coisa que nao devia ter feito, pois perante a minha alegria, ele mostrou um certo desconforto. Mas já era tarde demais pra se ir embora assim, sem me dar uma oportunidade. Lá conversámos durante a refeicao, isto porque eu sou uma artista no que toca a falar com comida na boca. Ponho o bolo alimentar arrumadinho num canto (aprendi com o meu hamster) e falo como se aquele montinho na minha bochecha nao passasse dum abcesso. O meu colega é uma pessoa um bocado tímida. E depois, coitado, tem um nome (apelido) que nao ajuda muito a que seja visto como um gajo fixe. Ele é COLA, de apelido. Nao é justo, eu sei. Depois do almoco, o COLA nao me convidou pra irmos dar um passeio digestivo ao longo do lago, coitado, se calhar falei muito. Foi da emocao de ter companhia e um interlocutor tao interessado na minha pessoa. Há quantos anos nao me diziam fala-me lá de ti. Há quantos anos, ninguem tinha a oportunidade de colocar a questao. A emocao continuou da parte da tarde, quando recebi o meu computador definitivo, novinho em folha e com um monitor de 55cm. Mais um aspecto positivo do meu emprego, a juntar à lista das coisas boas, onde já ontem anotei papel húmido na casa de banho.

2 comentários:

Anónimo disse...

Minhoca, faltou-te dizer duas coisinhas:
1) Tu perguntaste ao teu namorado se ele não tinha ao menos TRÊS minutos!
2) Normalmente não te pedem para falar de ti porque NÃO É PRECISO!!!
AHAHAHAHAHAHAH!
Em breve tou aí contigo a gozar com as Cinditas! eheheheh

Anónimo disse...

cinco minutos ainda se compreende, mas a três já torcia o nariz... pena os traumas não acabarem com o casamento.

não acabarem (os traumas) quando começa o casamento, óbvio. :)