Estou a trabalhar aqui ha tres anos. Há colegas com quem nunca falei, perceba-se com quem nao fiz um esforco para comunicar, por nunca me terem parecido pessoas com quem valesse a pena. (algum militante da moral que ponha aí nos comentários que feio que é nao dar às pessoas uma oportunidade, quem ve caras nao ve coracoes etc etc, eu adoro comentários vindos de militantes da moral, afinal eles sao como os cogumelos, andam sempre por aí) Hoje, um gajo que eu vou chamar aqui no post de bola de pelo, dirige-se a mim ainda mal eu me tinha sentado:
- Minhoca, vi-te nos semáforos, fiz-te sinais, pois queria-te dar boleia mas tu nao viste. Eras tu, nao eras?
Lá lhe expliquei com o meu pobre vocabulário das-nove-da-manha-de-segunda-feira, que nao era preciso, que estes 6 minutos e 24 segundos a pé todos os dias, eram a minha fonte de energia matinal e que eu mesmo quando tivesse carro, nunca o traria para trabalhar. O bola de pelo continuou a dizer mas eu tinha-te trazido... até que depois de ele dizer isto tres vezes e eu repetir que gosto de vir a pé, ele calou-se e nao falámos mais. Talvez daqui a tres anos ele me volte a falar. O pensamento de ainda aqui estar em 2010, deixa-me com pele de galinha, ou, como dizem os alemaes, pele de ganso. Isso nao vai acontecer. Nao pode. Nem que pra isso eu tenha de arranjar o meu stand de cachorros-quentes e trabalhar como mulher-salsicha, tipo aquele tipo que eu vi em Berlim uma vez, a vender salsichas com um fato-mascote de salsicha. Confesso que me hipnotizou.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
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2 comentários:
"Mas eu queria dar-te boleia"
"mas Queria mesmo"
"por favor deixa-me dar boleia!!"
"vá lá entra no meu carro"
"deixa-me dar boleia"
...
Mais ou menos isso!
Mas este de perverso nao tem muito, é mais uma bola de pelo cujas capacidades de interaccao com outro ser humano sao muito duvidosas!
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