Um fds sem internet foi duro. Tive de me virar para tarefas mais ortodoxas, das quais fujo durante a semana. Abri o armário do corredor para onde regularmente atiro roupa para passar, aos montes. Abri dois centímetros da porta, espreitei, respirei fundo e enchi-me de coragem para abrir completamente portas. O monte esperava-me no chao, pelo que me sentei a separar as coisas que já só uso pró ano, das coisas que ja nao uso e posso muito bem dar à cruz vermelha.
Fiz uma torta de cenoura porque tinha um quilo de cenouras com a casca a ficar bolorenta. Mudei a disposicao da sala, troquei tudo de sítio e pus o Bola a alinhar, aspirar aqui e ali, limpar vidros, pó, levar sacos para o sotao, etc. Abusei bem da boa-vontade dele , já que com um ipod nos ouvidos, ele aceita quase tudo o que eu lhe peco desde que nao tenha de aguentar com a minha (ordens?) voz. Além disso, a Mae dele está-me sempre a dizer para eu o por a trabalhar em casa, tu nao o poupes, nao foi à toa que eu o preparei para ele ser capaz de fazer tudo em casa. Ainda me lembro de lhe escrever cartas para Inglaterra com receitas e dicas para lavar a roupa na máquina... conta-me ela. Justica seja feita, ele desenrasca-se muito bem. Tirando coser meias e boas sobremesas, nao há nada que ele nao faca em casa. Passa mais tempo na cozinha do que eu, espero daqui a dez anos poder continuar a dizer o mesmo.
Só é pena que ainda nao tenha desenvolvido a compreensao necessária para aceitar as minhas leituras na casa-de-banho. Depois pasam-se cenas chatas (para ele), que se podiam evitar. Ele nao tem nada que entrar quando eu fecho a porta. Quando a porta está fechada é o tal sinal, que estou a bracos com outros esforcos, que nao sao propriamente lavar os dentes! Porta da casa-de-banho fechada entre um casal é como que tornar a área da casa-de-banho impenetrável ao outro. Nao sao estas leis universais? No sábado, estava eu sentadinha e divertida a balancar os pés, com o livro Tesouro das Cozinheiras no colo, a escolher algo de novo, quando vejo que ele tinha aberto a porta e estava a olhar pra mim de olhos esbugalhados e em silencio (incrédulo?). E perguntou-me o óbvio: tu estás a **gar com o livro de culinária no colo? , ao qual eu respondi para ele inalar e descobrir por ele mesmo. Old habits die hard I guess...
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
segunda-feira, setembro 25, 2006
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