Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

quarta-feira, setembro 13, 2006

salame, alguem?


Nunca mais vos contei historias da minha colega francesa. Pois, nunca mais, desde o dia em que ela veio com um salame na mao e uma faca afiadíssima na outra, perguntar aos colegas aqui de baixo se queriam uma fatia. E o salame que se come pra estes lados nao é de chocolate, é aquele de carne e gordura. (muita) Foi uma experiencia quase irreal ver a gaja aqui no nosso piso – do qual felizmente ela foi gentilmente convidada a sair – com cara sinistra, a perguntar se alguem queria uma fatia. Imaginei que sendo gajo, caso eu recusasse, era eu que ficava sem salame.
Por acaso, recusei, disse que ja tinha comido mas que era bonito ela lembrar-se de nós, dividindo connosco o seu salame trazido de Franca. Prometi no Natal trazer umas couverts de paté de sardinha. E tu trazes a baguette, e vai ser só petiscos.
Mas a minha colega francesa tem uma necessidade muito grande de partilhar e esta necessidade traduz-se nos gestos mais interessantes. Hoje veio partilhar connosco as suas tamaras e eu até gosto das tamaras tunisinas, especialmente daquelas mesmo pegajosas, mas nao consigo aceitar vindo de alguem que eu considero desequilibrada. Portanto, pra ela nao ficar irritada e nao comecar a pensar em formas diferentes de me matar, aceitei uma tamara que larguei ali aos gatos perto da oficina do Sven. Vou arder no Inferno por esta. E vou ter pesadelos com ela a perseguir-me com o salame dela.

1 comentário:

Ana disse...

Nós lá no escritório é mais troca de bolachas e tal...quanto muito, iogurtes!!