Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
sexta-feira, junho 15, 2007
passarada parva
Amantes de passarinhos, é que nem vale a pena continuarem a ler. Vou distorcer a vossa visão romantica dos dias de sonho acompanhados pelos passarinhos a cantarolar à vossa volta. Ando a passar por uma fase em que me sinto constantemente incomodada por pássaros. Por trás da nossa casa, mesmo em frente ao nosso quarto, temos duas árvores gigantes, onde a passarada comeca a chilrear logo às cinco da manhã. Todos os dias, entre as cinco e as seis, ainda de olhos fechados, sorrio perante a imagem de poder agarrar numa fisga tamanho XXL e arrumar com o chato que canta repetidamente a mesma música irritante, de dois em dois segundos. Faz lembrar mesmo o início da música dos mosqueteiros. No trabalho, há um grande lago e muitas árvores que envolvem a planta da empresa. De manhã, entre o parque onde estaciono e o meu edifício, passo por uma pequena zona bucólica, um mini-bosque, com riacho e tudo. Já dei comigo à procura de pauzinhos no chão para montar uma fisga. E isto faz com que eu oiça a passarada em todo o lado e comece a notar que nem todos os cantares de pássaro são agradáveis. Há pássaros muito estúpidos. E cães também. Nao é que o cão do nosso vizinho todas as sextas-feiras entre as 6,40 e as sete desata aos uivos que nem um anormal...? Que coincide exactamente com a hora em que alguem nos vem limpar as escadas do prédio. Desde há semanas que tem sido assim e quando ele começa a ladrar, eu nao consigo fazer mais nada senao desatar a rir que nem uma perdida, por ver o Bola à asneirada, depois de abrir a janela e começar a gritar impropérios ao bicho. Temos cinco segundos de pausa e depois o desgraçado volta ao mesmo. No entanto, o momento mais perturbador das últimas semanas foi mesmo em Barcelona, um cretino, a martelar na parede do lado antes das oito da manhã. Preciosidades que não acontecem a qualquer um. Fiz as pazes com os acentos, não sei se repararam.
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