Trabalhar quatro horas por dia é que é! Porque é que nao posso ganhar o mesmo trabalhando menos mas mais eficientemente? O dia terminou e sinto que ainda podia ir correr a maratona de Berlim. Que é como quem diz, ir a correr até à minha varanda e voltar.
Ou foi das quatro horas a menos que trabalhei ou é do excesso de betacaroteno a percorrer-me o corpo, passei o dia a comer cenoura nas mais variadas formas. Será este antioxidiante responsável pela minha energia ou é mais a adrenalina provocada pela tristeza de me despedir amanha dos meus colegas? Isto tem mexido comigo de tal forma, que acho que no momento em que fechar a porta do meu escritório, me vou desfazer em lágrimas, isto se nao fizer xixi nas calcas para acompanhar. Amanha vai ali haver uma altura a meio do dia em que vou sentir que aqueles tomates que acho que tenho, nao estao no sitio.
Entretanto, tenho outro dilema. Tenho um tupperware com couves-de-bruxelas de há 15 dias, que nao tenho coragem de abrir. Por fora, ja consigo adivinhar o bolor, (que voces, lisboetas dizem bolôr e nós do Norte, dizemos bolór*) e da última vez que deixei couves-de-bruxelas a desenvolver pequenas criaturas no frigo e depois me atrevi a abrir a caixa para deitar aquilo fora, fiquei dois dias com a cozinha a cheirar mal, porque o potente cheiro nuclear daquilo é dos mais forte que estas narinas já deixaram entrar. Por isso, tenho a caixa em cima da mesa da cozinha há quase 5 dias, porque nem eu nem o Bola temos coragem de abrir aquela porcaria, nem de deitar mais uma caixa fora por nao termos coragem de olhar para o nojo em que a comida se tornou. Falem-me de doencas, de soldados que sao abatidos no Iraque. Perante couves-de-bruxelas, nao me venham com dramas, tá bem?
* sim, poe la nos comentarios que és de lisboa e dizes bolór ou o contrário.
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
quarta-feira, janeiro 30, 2008
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7 comentários:
1.Pões um saco de plástico do lado de fora da porta.
2.Sais de casa e despejas o conteúdo da caixa no saco. Limpas o possível com muito rolo de cozinha (demasiado para um alemão ecológico, o suficiente para poupares as mãos).
3.Deitas o lixo fora e tentas não te cruzar com os vizinhos.
4.Deixas de molho por uns dias, até te esqueceres do que era e a quê que cheirava ou pões na máquina a altas temperaturas.
Anos e anos de experiência...
É sempre triste deixar um sitio onde se esteve durante algum tempo, onde se conheceram pessoas novas (ou não...) Mesmo que nestes sitios as coisas não tenham corrido da melhor forma.
Quanto às couves...ehehe, eu imagino o que é isso.Às vezes também me esqueço de alguns produtos no frigorifico. O mais comum é mesmo o milho. Quando abro o recepiente...xiii que "piva"!
Eu sou do Centro, e digo Bolor (bolór) ;o)
Concordo com a Rita Maria quanto há maneira de deitar as couves fora!
Quanto a cheiros, posso te dizer que o meu caixote de lixo de casa é de 40 litros, so que la em casa so produzimos 10 a 15 litros por semana de lixo, (estes sem contar com o da reciclagem), das duas uma ou gasto sacos de 40 litros com uns meros 10 litros ou deixo de reciclar, ou tenho a casa a cheirar mal com duas a 3 semanas de lixo no caixote...
Ah e eu digo Bolôr apesar de aqui nos açores dizerem Bler...
O meu conselho é perderes o amor ao tupperware e deitá-lo também no lixo!
Ah! eu dizia bolór mas agora digo bolôr :s
minhoca perde o amor a' caixa. Eu, de tanta vez isso me acontecer ja so compro as caixas do IKEA- baratinhas e que nao tenho pena de deitar fora.
Ahhh e digo blor com acento circunflexo (tou no lab e nao consigo po-lo agora!)
Eu sou de Lisboa e digo bolôr.
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