Apesar de o regresso me deixar sempre com os olhos brilhantes demais, sabe bem estar de volta. Sentir o cheiro da minha casa, ver as coisas como as deixei, como que a lembrarem-me que é aqui que eu pertenco. Se gosto assim muito de aqui pertencer, isso é conversa para outros dias, pois na primeira semana após o regresso tenho sempre tendencia a ter pena de mim mesma. Nada que a rotina nao se encarregue de limpar da minha cabeca dentro de uns dias. O país das Salsichas até nao é mau de todo. Nao ha pasteis de nata nem feijoada nem colo da mae, mas isso também sao coisas que nao se pode ter todos os dias.
A minha rotina dura mais umas tres semanas. A partir de dia 1 de Fevereiro, passa a ser outra com a mudanca de emprego. Novidade por mais uns seis meses e depois espero ambientar-me e gostar tanto ou mais como gosto do meu actual trabalho.
Vamos ao essencial, pois nao há nada mais deprimente do que comecar o novo ano com posts cinzentos. Aqui impera o frio. O ar é tao gelado que me corta a voz quando por acaso, calhou ir a falar ao mesmo tempo quando saio do quente para o frio. Ainda há restos de neve um pouco por todo o lado, mas nao parece que vá nevar nos próximos dias. Mas sempre que vou a caminho do carro ou saio dele, vou a tiritar de frio e a pensar que se me cruzasse com um esquimó lhe dava um abraco de pena por terem de viver nos iglos e tal.
Ir passar o Natal a Portugal nao estava planeado desde assim há muito. Foi o Bola, que querido como só ele é e desesperado por umas férias da minha pessoa, me convenceu a ir passar o Natal com a minha família. Com a ajuda da mana, apareci em casa dos meus pais dentro duma caixa de cartao embrulhada. Apesar de estas surpresas terem muito de divertido e um factor sensacao bem elevado, talvez fosse melhor ideia parar por aqui. Isto de aparecer assim sem avisar pode acelerar coracoes mais fracos e digo isto porque a ida a Moscovo será em Abril, para o 60o aniversário da minha sogra. Também é suposto ser surpresa. Esperemos que seja uma das boas.
Sempre que viajo na Tap, fico com vontade de tentar arranjar um daqueles casacos compridos que as hospedeiras teem. Bom, o chapeu dos Descobrimentos nao faco questao de ter, mas aquele casaco assim tipo sobretudo, comprido, azul, de botoes dourados, é algo que eu gostaria de ver pendurado no meu armário. E este é o meu capricho de início de hoje, num dia cinzento e frio, com síndroma pré-menstrual, lábios rebentados de cieiro e uma grande vontade de hibernar. Já me podem dar o casaco?
(é o que nao está vestido, mas na mao dela, para me entregar)
Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca
quinta-feira, janeiro 03, 2008
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