Relatos de uma Minhoca de sandália e meia branca

terça-feira, março 06, 2007

assim morrem brilhantes ideias

Para além do Bola, há ainda mais uma pessoa para quem orgulhosamente me depilo. A Ginecologista, por mim chamada carinhosamente de Gina - um termo ternurento para alguem que contacta com o mais íntimo de nós, mulheres. Esta foi aquela parte para a qual a minha Mae nao me advertiu quando fez o tal bolo para comemorar a fertilidade. Esqueceu-se de adicionar que nao eram só pensos coloridos e com desenhos, vais ter de te escarrapachar (sendo que 'pachar' fica muito bem neste contexto) regularmente numa marquesa, inclusivamente abrir as pernas, sentir corpos estranhos na zona mais sensível e mais tua e passar uns segundos constrangedores, isto várias vezes ao longo da tua vida. Ou seja, dá para medir em horas.
Tinha-me ela dito isto, eu tinha-me tornado na(o?) segunda(o?) Roberta Close mas ao contrário. Mas ninguém me disse nada. E como eu vivo permanentemente como personagem daquele filme no qual os cancros correm atrás de mim e eu fujo deles, escondo-me e faco-lhes rasteiras, mas depois ando sempre com medo que eles me apanhem... pronto, de x em x tempo, a minha consciencia nao me deixa escapar ao exame, ao qual 88% das mulheres se esquivam. Dizem os posters la do consultorio. Alias, hoje os posters tiveram a minha atencao toda. Aquelas paredes nao teem um poster engracado que seja, enfim... uma mente criativa podia criar posters bem mais giros para consultorios de ginecologia. Sao slogans sem graca nenhuma e muito pouco convincentes. Cancro do cólon: o seu carro vai regularmente à inspeccao, e voce? Quer dizer... haja paciencia, que sloganzinho tao medíocre. E velho que só ele. Repetido.
Enquanto esperava que a médica dos olhos grandes azuis me chamasse, ainda assinei uma peticao a favor do preco dos medicamentos passar para os 7% de iva e fui preparando mentalmente a aula de hoje, enquanto ouvia no leitor de cd os exercícios pirosos do cd do livro. Quando comecei a desenvolver a ideia de que eu me devia dedicar a escrever livros de aprendizagem alternativos, chamaram-me. Portanto, daí o título do post. É que a ideia tinha de nascer naquele momento, como me interromperam, foi-se. A minha inspiracao nao funciona todos os dias. É especial. Especial como o nosso primogénito, que como eu dizia à doutora dos olhos grandes vai ser concebido na Índia, no ano que vem. Só eu sei o orgulho com que digo que eu fui concebida em África. Eu nao vos disse que me tornei mística?

3 comentários:

Patsy Dear disse...

tb fui concebida nus angóla pá!

Jasman disse...

Essa da revisão é muito velha, mas quem pergunta isso eu também respondo... O cano de escape do meu carro não leva com um dedo por ele a cima... Por isso é que eu digo Antes ter cancro da prostata do que me fazerem o toque rectal!!!

Anónimo disse...

Nem obsessão doentia (precaução sim) nem desmazelo ou receios absurdos. Meu caro "Perverso" quando se entra em determinado escalão etário, o "toque rectal" deve ser sem duvida a "última" (ou quase) das nossas preocupações, se dele depender o prolongamento da nossa vida. Creia que não é por aí que se perde a nossa virilidade. Aconselha-se essa meditação quando se atingir o tal escalão etário! Até lá talvez não valha a pena pensarmos muito nisso!